Meu querido amigo, Eduardo Contreras, advogado acusador do processo contra Pinochet, colega de asilo na embaixada do Panamá, meu advogado para a recuperação da minha casa que emprestei para servir de embaixada do Panamá para abrigar os exilados que aí estávamos e que foi convertida pela ditadura chilena num centro de tortura. Combatente pelos direitos humanos no Chile, inicia um processo para averiguar as denúncias de que nosso querido poeta Pablo Neruda teria sido assassinado pela aplicação de uma injeção. São tantos os casos que vêm sendo revelados nos últimos tempos de assassinatos patrocinados pelo governo dos Estados Unidos e tão fortes os argumentos de Eduardo Contreras que parece confirmar-se mais um caso no mundo. Nos últimos meses vieram à luz provas muito claras do assassinato de Arafat, sem falar nos assassinatos ordenados pelo presidente dos Estados Unidos de Kadafi e Bin Laden. Se fez pública a emissão de portaria do presidente da república dos Estados Unidos que permite ordenar o assassinato de “inimigos” deste país... A Pax americana estabelecida depois da II Guerra Mundial se iniciou com o assassinato em poucos segundos das populações inteiras de Hiroshima e Nagasaki, do uso generalizado da tortura nas várias políticas de anti-insurreição contra o vitorioso movimento de libertação nacional das antigas colônias afroasiáticas e dos povos latino-americanos. Esta “Pax estadunidense” se mostra cada vez mais sangrenta. E tudo isto é apresentado com “naturalidade” pelo cinema deste país como no filme sobre “a luz escura” que se estendeu no mundo árabe no qual a tortura, o assassinato e outros atos exemplificadores são apresentados como formas naturais de convivência humana.
Vejam a entrevista de Eduardo Contreras sobre o juízo para estabelecer a verdade sobre a morte de Pablo Neruda: http://www.cnnchile.com/noticia/2013/03/16/contreras-es-real-la-posibilidad-que-le-inocularon-algo-a-neruda