Ceci Juruá destaca pontos importantes do material que serve de base para o meu livro em preparação sobre Desenvolvimento e Civilização. Gosto da referência a Barros de Castro pois discuti com ele muitos dos meus pontos de vista e sempre tivemos um alto grau de concordância. Ele avançou muito na pesquisa sobre o tema. Veja o livro sobre a pesquisa que coordenei para o IPEA onde se sugerem caminhos a pensar. Para acessar Governança Global e Integração da América do Sul, clique aqui.
Obrigado Ceci pela sua contribuição.
Theotonio
Boa tarde, caro Theotônio,
Acabo de reler seu livro - Os impasses da globalização. Mais particularmente seu artigo sobre a Hegemonia Compartilhada. Fiquei impressionada, é um artigo, quase livro, excelente, uma análise concreta de raro valor sobre a redistribuição do poder e da riqueza mundiais. Vc seleciona com especial acuidade as mudanças que podem, ou parecem ser os germes de uma nova Civilização Planetária.
Interessou-me, particularmente, seu relato sobre o novo modelo tecnológico emergente da revolução científico-técnica e o 'processo de automação que elimina o trabalho humano direto e substitui o controle e administração da produção humanos por sistemas eletrônicos e informáticos de informação e decisão." !!!
Suas observações a respeito parecem-me coincidir com algumas das idéias de Antonio Barros de Castro, ao final de sua vida. Dizia ele que não podemos defender toda nossa indústria, é preciso selecionar os segmentos onde possamos ter vantagens expressivas para enfrentar a competição mundial, vantagens que tanto podem ser "naturais" (propriedade de matérias primas e insumos, como a biodiversidade e o petróleo) como culturais (a navegação e setor naval, e talvez a aviação com a Embraer). Os exemplos são meus. Castro fala explicitamente das possibilidades de produzir o plástico verde. Há estudos no Bndes sobre os fitoterápicos.
Mas será possível administrar segmentos de importância estruturante de forma a suportar um processo de contínuas inovações e real progresso tecnológico em uma sociedade cujo aparato produtivo está todo, ou quase todo, sob controle dos conglomerados e grupos econômicos internacionais? é a pergunta que me faço. Tenho a convicção que somos um país pobre, de renda média baixa. E nosso governo está capenga, voltando à clássica posição de servilismo frente aos poderosos. A burguesia se associa, historicamente, e aceita o papel de sócio menor. Os sindicatos? são o que são...
Como suportar este momento, Theotônio, a fim de continuar o nosso avanço histórico, lento mas persistente?
Parabéns, grande abraço,
Ceci