terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

China quer trocar "mico" de papéis dos EUA por atuação em mercado futuro de petróleo.

Monitor Mercantil

14/01/2009 - 18:01

Sem financiador, dólar despenca
China quer trocar "mico" de papéis dos EUA por atuação em mercado futuro de petróleo.


De acordo com Theotônio dos Santos, coordenador da Cátedra e Rede UNESCO/UNU de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (Reggen), a China não quer mais concentrar suas reservas em títulos do tesouro norte-americano - atualmente são quase US$ 700 bilhões nesse tipo de aplicação - sobretudo por causa da baixa rentabilidade e da decadência do dólar.

Para Santos, que também integra o Conselho Editorial do MM, se os EUA não encontrarem uma alternativa, terão de emitir moeda para financiar seu déficit público, acentuando o processo de decadência do dólar:

"Além disso, o saldo comercial chinês com os EUA está em queda, reduzindo mais os recursos para aplicação em títulos norte-americanos", disse.

O departamento de estatísticas da China revisou o crescimento do produto interno bruto (PIB) do país, em 2007, de 11,9% para 13%, o maior em 13 anos. Ao todo, o PIB naquele ano somou 25,731 trilhões de iuans (US$ 3,76 trilhões).

Com a revisão, a China ultrapassou a Alemanha e tornou-se a terceira maior economia mundial em 2007, com base nas taxas de câmbio do mercado para aquele ano.

Para manter esse ritmo, a China deve priorizar o mercado interno. O coordenador do Reggen acrescentou que a China estuda usar suas reservas para interferir nos mercados futuros e se proteger da volatilidade do preço das commodities estratégicas:

"Com o iuan valorizando em relação ao dólar, aumentam o poder dos chineses para intervir no sistema financeiro e o poder de compra da população."

"A especulação com petróleo é completamente arbitrária e os mercados terão de se adequar à crise. Possivelmente, os chineses terão influência nas mudanças porque têm de comprar matérias prima a longo prazo. Mas primeiro estão se preparando, porque a experiência política dos governos socialistas não passou por esse tipo de mercado", acrescenta.

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