Querida Ceci
Estou preparando uma resposta para Victor que não localizei até agora. Suas críticas são honestas. Coisa rara neste clima eleitoral, mas equivocadas. Vou resumir para você meus argumentos sem a base técnica necessária pois não é adequado neste clima apresentar em detalhe os dados. Seria para um trabalho acadêmico. Em todo caso como já escrevi alguns livros e artigos sobre os temas levantados creio ter o direito de prescindir de detalhes e provas na discussão.
Quanto ao índice de aprovação. Segundo os últimos números: Lula tem 86% de ótimo e bom governo. Além disso. Tem 8% e algo de regular. Normalmente se considera a definição de regular como aprovação. Pode-se discutir mas é a prática.
Quanto à queda das inflações ou deflação mundial em 1994 não vou discutir aqui pois os dados estão à mão.
Há várias explicações: eu considero, e o defendi antes mesmo que o fenômeno ocorresse, que os acordos da dívida externa em função do plano Brady levariam à queda da super inflação nos nossos paises. Ademais, a queda da taxa de juros mundial de 16% para 4% teria uma implicação evidente na inflação. Só os ideólogos do Fernando Henrique antigos e os infiltrados no governo Lula podem acreditar que taxas de juros altas são deflacionárias. Toda pessoa razoável sabe que a taxa de juros faz parte da formação de preços e afeta a taxa de lucros levando à transferência do seu aumento para os preços. A queda do dólar na crise de 1987 foi também um forte fator de desvalorização de ativos mundiais. Por fim, para consolidar esta tendência, a queda dos preços dos produtos industriais em escala mundial, onde a China participou intensamente, sobretudo a partir dos anos 90, exerceu um papel fundamental. Como estabelecemos moeda supervalorizada, acabamos com os superávits fiscais dos anos 80, e apresentamos déficits fiscais que produziu algum efeito deflacionário já que as importações ganharam um papel enorme. Eu explico tudo isto num artigo divulgado no congresso Latino americano de economia realizado aqui no Rio no começo da década de 90 e em vários outros artigos da época. Finalmente incorporei este raciocínio com mais elementos no meu livro Do Terror à Esperança: Auge e Decadência do Neoliberalismo, Editora Idéias & Letras, Aparecida, S.P, 1994. (Nota: este livro que ganhou menção honrosa no concurso Simon Bolívar, Premio ao Pensamento Crítico, e foi co-editado pelo Banco Central da Venezuela, já esgotou sua edição em espanhol, mas pode-se baixar o mesmo gratuitamente entrando no site da Editorial Monte Ávila, Caracas. A tradução para o chinês –mandarim – já está pronta e deve sair logo na China).. O GRAVE PORÉM É QUE A SOBREVALORIZAÇÃO DO REAL E OS MECANISMOS UTILIZADOS PARA ESTABELECER A CHAMADA ÂNCORA CAMBIAL ELEVARAM ESTÚPIDAMENTE OS PREÇOS NO BRASIL E MESMO ASSIM CONTINUAMOS A TER UMA INFLAÇÃO 4 A 5 VEZES MAIS ALTA QUE A INFLAÇÃO DOS PAISES CENTRAIS. A EXPLICAÇÃO PASSA PELAS ENORMES TAXAS DE JUROS QUE PAGAMOS (FONTE DE INFLAÇÃO TAMBÉM PORQUE O PAGAMENTO DE JUROS CORRESPONDE A GASTOS PÚBLICOS E PORTANTO SÃO INFLACIONÁRIOS). O próprio Serra andou chamando a atenção para isto, mas preferiu ficar no governo juntando sua sorte à do governo Fernando Henrique. Males do oportunismo... O que é ridículo é que a imprensa brasileira queira nos meter pela guela a famosa responsabilidade fiscal e o equilíbrio de nossa moeda. Não há nenhum economista sério ( e o Victor tem que concordar com isto! ) que aceite a idéia de que uma moeda que se desvaloriza mais de 4 vezes (400%) em 8 anos seja uma moeda forte e sadia e equilibrada e outros adjetivos de pura propaganda. Assim como não se pode aceitar a idéia de que um governo que aumentou sua dívida umas 15 vezes (1.500%!!!) em 8 anos seja um caso de “responsabilidade fiscal”... Não vou discutir os dados com Victor porque são públicos e não contestados.
É ridículo também que o Fernando Henrique e seus seguidores queiram defender a tese de que a flexibilidade cambial é parte do Plano Real quando era um dos seus princípios básicos a famosa ANCORA CAMBIAL que representa exatamente o cambio fixo. No caso argentino chegaram a colocar na constituição... a igualdade entre o peso e o dólar. À toa não foi? Porque quando a crise chegou tiveram que abandonar desordenadamente a famosa âncora e deixar sua moeda flutuar irresponsavelmente no mercado cambial dominado pelas especulações mais absurdas ( que o diga Cocciola que não foi informado a tempo e teve que ganhar uma compensação do seu sócio no banco Central, em nome do risco de uma “crise sistémica” que se tornou pública, levando-o à cadeia enquanto o então presidente do Banco Central continua solto e nenhum deles aparece nas fotos de corruptos - não condenados ainda - publicadas pela guerra psicológica desatada pelos propagandistas da candidatura Serra).
Bom. Não tenho paciência para continuar enumerando as desgraças que os incompetentes “sábios” produziram no governo Fernando Henrique.
O governo Lula não foi perfeito. Mas também com um estado sucatiado pelas privatizações e com os compromissos que teve de fazer para poder tomar posse e livrar-se de uma sabotagem sistemática do chamado “mercado” e da nossa “livre e democrática” grande imprensa não podíamos esperar isto. Talvez agora as forças reacionárias do pais estejam desesperadas porque esgotaram grande parte destes instrumentos de submissão cognitiva da população. As pessoas estão pensando por sua conta. Estão vendo os fatos e so uma minoria se deixa levar pela propaganda. Disseram primeiro que a Dilma não aguentaria um confronto com o Serra. Na medida que o povo a conheceu foi debandando para o seu lado, apesar da suja campanha de calúnias e boatos que armaram contra ela. O povo não quer um político sem caráter, capaz de ajustar-se a todas as pressões. O povo quer alguém firme que o defenda e dê continuidade ao governo que ele aprova e quer manter. E esta pessoa é a minha querida amiga DILMA.
Mulher combatente, guerreira, competente, séria e decidida.
ADIANTE DILMA! TERÃO QUE BAIXAR A CABEÇA DIANTE DAS CALÚNIAS QUE TE FIZERAM. VOCÊ PROVARÁ COM SUAS AÇÕES QUE PODE DAR CONTINUIDADE COM FIRMEZA E CREATIVIDADE A ESTA EXPERIÊNCIA DE GOVERNO QUE ENCHE DE ORGULHO OS BRASILEIROS E OS POVOS DE TODA AMÉRICA LATINA.
Se você quiser mais manifestações minhas sobre as eleições entre no Google em “Theotonio Dos Santos – Dilma”.
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sábado, 30 de outubro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Mais debate sobre a carta aberta.
Caro Victor
Já esbocei alguma resposta num e-mail para Ceci. Talvez ficou por explicar porque FHC zerou as divisas. Simplesmente porque as remessas dos investidores para o exterior esgotou as divisas em 1999. A ajuda de 35 bilhões que conseguiu Clinton (tesouro dos EE.UU., +FMI, +BIRD+BID) não tinha respaldo. No caso mexicano, por exemplo, se tinha as exportações petroleiras para EE.UU. Seria necessário obter superávit cambial que não veio. O governo brasileiro ficou de pires na mão pois não podia pagar os compromissos assumidos com a dívida recente. Por isto Fernando teve que pedir os candidatos a presidente que respaldassem a sua dívida diante do FMI. Tudo isto não teve nada que ver com a ameaça da vitória de Lula como se vê. O único candidato que não aceitou firmar esta capitulação vergonhosa foi Garotinho e eu me sinto honrado de ser seu secretário de Relações Internacionais naquele momento. Ele pagou um preço muito alto por não conceder aos absurdos da política econômica do FHC e seus aliados do capital financeiro. Isto pode ser uma atitude quixotesca mas a política não se faz só com movidas de subordinação ao poder vigente. Elas são necessárias mas deve-se medir em cada situação se são necessárias e quanto.
Como explico no e-mail anterior temos que colocar o governo Lula neste parâmetro. Ele pôde governar devido a estas concessões que tiveram um alto custo para seu governo. Mas ele soube contornar em parte os efeitos negativos desta concessão com a ajuda da competência da Dilma, do BNDES de Luciano Coutinho e da flexibilidade do Mantega alem de uma conjuntura internacional favorável.
Mas FHC também teve uma conjuntura favorável pois entre 1994 e 2000 a economia mundial teve uma das mais altas taxas de crescimento da história.
A maioria do povo brasileiro pensa assim e com razão. A popularidade não é demagogia como os reacionários querem fazer crer para justificar seu recurso à força e ao autoritarismo quando perdem o controle da informação. Nenhum marxista sério pode ignorar o papel da democracia para o avanço real das revoluções. Duvidar disto é extremamente grave. Que o digam os companheiros soviéticos que terminaram passando para o outro lado. Contra o seu próprio povo que não queria o avanço democrático para entregar-se à rapina dos altos funcionários da KGB que se apropriaram do patrimônio do Estado soviético e portanto do povo soviético. Claro que para avançar se necessita do apoio popular e é muito importante saber submeter-se honestamente ao juízo das grandes maiorias sociais. Todo este papo de demagogia é da reação. Dos liberais que falam muito em democracia mas estão buscando todo tempo mecanismos para impedir o genuíno pronunciamento das massas. Claro que este pronunciamento não se restringe ao plano eleitoral. Ele tem que se assentar num forte desenvolvimento das organizações populares e da consciência do povo.
Eu voto em Dilma porque ela é honesta, firme e competente e jamais trairá nosso povo. Poderá, como todos nós, errar na dose de concessões, no julgamento de situações concretas. Todos estão sujeitos a isto. Mas o que importa é a honestidade política e a disposição de escutar a voz das maiorias defendendo suas necessidades. É isto que dói tanto para a direita.
Quanto as decepções comigo e o direito ou não de submeter-me ao debate, estou contigo. Quem está na chuva é para se molhar.
Theotonio dos Santos
Já esbocei alguma resposta num e-mail para Ceci. Talvez ficou por explicar porque FHC zerou as divisas. Simplesmente porque as remessas dos investidores para o exterior esgotou as divisas em 1999. A ajuda de 35 bilhões que conseguiu Clinton (tesouro dos EE.UU., +FMI, +BIRD+BID) não tinha respaldo. No caso mexicano, por exemplo, se tinha as exportações petroleiras para EE.UU. Seria necessário obter superávit cambial que não veio. O governo brasileiro ficou de pires na mão pois não podia pagar os compromissos assumidos com a dívida recente. Por isto Fernando teve que pedir os candidatos a presidente que respaldassem a sua dívida diante do FMI. Tudo isto não teve nada que ver com a ameaça da vitória de Lula como se vê. O único candidato que não aceitou firmar esta capitulação vergonhosa foi Garotinho e eu me sinto honrado de ser seu secretário de Relações Internacionais naquele momento. Ele pagou um preço muito alto por não conceder aos absurdos da política econômica do FHC e seus aliados do capital financeiro. Isto pode ser uma atitude quixotesca mas a política não se faz só com movidas de subordinação ao poder vigente. Elas são necessárias mas deve-se medir em cada situação se são necessárias e quanto.
Como explico no e-mail anterior temos que colocar o governo Lula neste parâmetro. Ele pôde governar devido a estas concessões que tiveram um alto custo para seu governo. Mas ele soube contornar em parte os efeitos negativos desta concessão com a ajuda da competência da Dilma, do BNDES de Luciano Coutinho e da flexibilidade do Mantega alem de uma conjuntura internacional favorável.
Mas FHC também teve uma conjuntura favorável pois entre 1994 e 2000 a economia mundial teve uma das mais altas taxas de crescimento da história.
A maioria do povo brasileiro pensa assim e com razão. A popularidade não é demagogia como os reacionários querem fazer crer para justificar seu recurso à força e ao autoritarismo quando perdem o controle da informação. Nenhum marxista sério pode ignorar o papel da democracia para o avanço real das revoluções. Duvidar disto é extremamente grave. Que o digam os companheiros soviéticos que terminaram passando para o outro lado. Contra o seu próprio povo que não queria o avanço democrático para entregar-se à rapina dos altos funcionários da KGB que se apropriaram do patrimônio do Estado soviético e portanto do povo soviético. Claro que para avançar se necessita do apoio popular e é muito importante saber submeter-se honestamente ao juízo das grandes maiorias sociais. Todo este papo de demagogia é da reação. Dos liberais que falam muito em democracia mas estão buscando todo tempo mecanismos para impedir o genuíno pronunciamento das massas. Claro que este pronunciamento não se restringe ao plano eleitoral. Ele tem que se assentar num forte desenvolvimento das organizações populares e da consciência do povo.
Eu voto em Dilma porque ela é honesta, firme e competente e jamais trairá nosso povo. Poderá, como todos nós, errar na dose de concessões, no julgamento de situações concretas. Todos estão sujeitos a isto. Mas o que importa é a honestidade política e a disposição de escutar a voz das maiorias defendendo suas necessidades. É isto que dói tanto para a direita.
Quanto as decepções comigo e o direito ou não de submeter-me ao debate, estou contigo. Quem está na chuva é para se molhar.
Theotonio dos Santos
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
O debate sobre a carta aberta a Fernando Henrique Cardoso
Tenho recebido várias manifestações de apoio à Carta Aberta a Fernando Henrique mas também algumas críticas sérias, como as que me pede um esclarecimento um leitor que se coloca do meu lado sem ter os meios de respondê-las. Creio que vale a pena divulgar esta reposta pelo interesse que tem provocado a minha carta.
Estimado Valmir
Eu não disse que o plano real não derrubou a inflação e sim que se situou dentro de uma tendência deflacionária da economia mundial. TODOS os paises terminaram com a inflação neste período e não fizeram um plano real. Contudo, ao manter a moeda sobre valorizada e ao não tomar medidas estruturais contra a inflação e sobretudo ao elevar absurdamente os juros, a equipe econômica manteve a nossa inflação entre as mais altas do mundo. Não se trata de comparar a inflação do período Fernando Henrique com a fase que, em entrevista para os 40 anos do CEBRAP, Serra chamou de “superinflação” para distinguir de uma tendência ao crescimento infinito da inflação que seria considerada uma ”hiperinflação”. Trata-se de comparar a inflação do período FHC com a inflação de todos os outros paises. E a nossa inflação foi mais de 5 vezes mais alta que os casos mais bem sucedidos. Dizer que isto é sectarismo ou má analise econômica é demonstrar um delírio teórico insensato. Que teoria econômica pode considerar uma baixa inflação uma alta de preços 5 vezes maior que a do resto da economia mundial? É elementar exceto para quem está com a mente obliterada por uma propaganda absurda.
No que se refere às taxas de não crescimento no período Fernando Henrique não é correto colocar acima do Brasil os poucos paises citados. Existe uma ampla literatura científica comparando as taxas de crescimento do Brasil e de outros paises latino americanos sobretudo com as taxas de crescimento asiáticas. Os autores da crítica poderiam citar pelo menos os casos da China e da Índia. No governo Fernando Henrique se abandonou totalmente qualquer política industrial e se praticou uma política de juros tresloucada e um endividamento colossal. Ou os críticos vão negar também que o aumento da dívida pública no período foi simplesmente irresponsável? Em torno de 15 vezes!!!
É verdade que durante o governo Lula houve uma tendência internacional mais favorável no mercado mundial de matérias primas, explicada em grande parte pela explosão da demanda chinesa. Mas é claro que a política externa independente do governo Lula, aliada a uma política industrial no BNDES permitiram aproveitar a conjuntura e formar reservas tão impressionantes (seguindo uma tendência geral no mesmo sentido entre as economias emergentes). É verdade que a política macro econômica do Banco Central, que manteve em parte a política macro econômica equivocada do período anterior (pois finalmente houve uma queda da taxa de juros, insuficiente mas importante) impediu um crescimento maior do nosso comércio exterior e do nosso crescimento econômico. O compromisso do governo Lula com esta situação tem uma explicação política e não econômica. É notório o poder que exerce sobre os meios de comunicação este setor financeiro. Muitos consideram que não seria possível confrontar com o poder desta minoria à qual pertencem hoje em dia muitos dos quadros do governo Fernando Henrique.
A verdade é que o governo Lula encontrou vários mecanismos para ampliar a demanda (melhor distribuição de renda e mais crédito) e garantir o crescimento econômico, inclusive numa fase de crise muito superior a todas que viveu o governo Fernando Henrique. O povo brasileiro soube reconhecer a competência do governo Lula que deve muito a Dilma. O PAC foi um destes instrumentos que se mostrou muito efetivo, assim como a amplitude do programa bolsa família, o apoio à economia solidária e outras políticas menos badaladas.
Porque Dilma não atraiu os votos de todos os que consideram bom ou ótimo o governo Lula? Porque se aproveitou o pouco conhecimento da mesma pelo grande público, através de uma campanha de calúnias impressionante e porque Serra, blindado por uma imprensa a seu serviço, conseguiu transmitir a idéia de que dará continuidade ao governo Lula, obscurecendo suas alianças estruturais com a direita e suas declarações direitistas de política exterior e de seu compromisso com forças reacionárias internamente. Não há dúvida de que o próprio PSDB e até o DEM buscaram desligar-se ao máximo do governo Fernando Henrique, pois apesar de todos os mitos que se mantiveram sobre este governo, o nosso povo o rejeita definitivamente.
Gostaria que os críticos lessem meus trabalhos nos quais se analisa muito mais em detalhe todas estas e outras questões paralelas e que não conseguiram ser publicados senão muito ocasionalmente na chamada grande imprensa do Brasil. Se tiverem interesse os remeto não somente ao meu blog mas também ao website da reggen ( www.reggen.org.br) ou ao site do Monitor Mercantil a cujo conselho editorial pertenço. Se podem ler espanhol, eu os remeto à publicação virtual do meu livro também esgotado em sua edição em espanhol: Do Terror à Esperança: Auge e Decadência do Neoliberalismo (Editorial Monte Ávila, Caracas. Pode-se baixar gratuitamente) ou à edição brasileira (Idéias & Letras, Aparecida, São Paulo)..
É bom esclarecer aos leitores que não conhecem minha obra que publiquei 43 livros e centenas de artigos em 20 línguas e mais de 40 paises, só uma parte deles no Brasil, estando quase todos esgotados..
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Prezado Theotonio,
Gostei MUITO da sua Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso. Ajudou muito na compreensão do que foi realmente o Plano Real.
Entretanto não tenho fluência suficiente para responder a um comentário feito em um dos grupos de discussão na Internet que participo. Se não for abusar muito, gostaria que você o comentasse.
obrigado,
Valmir Miranda
"Puxa, O Plano Real não foi o responsável pela derrubada da inflação ?
Hiperinflação mundial ? Eu lembro, era 230% na Holanda, 317% no Canadá, 86% na Inglaterra, 477% no Chile e 118% na França.
Aí, por razões conjunturais mundiais, todas caíram abaixo de 10%, como em uma epidemia. Devo ser o Eremildo (personagem do golpista Elio Gaspari).
Já que estamos falando de conjuntura mundial x mitos, analisei dados do Banco Mundial, sobre PIB per capita, período FHC x Lula.
Os países que cresceram mais no período FHC do que no período Lula foram:
Guiné Equatorial, Honduras, Jamaica, Bósnia, Zimbabwe, Belize, Granada e Liberia.
Todos os outros países do mundo tiveram crescimento maior no período Lula do que no período FHC; muitos deles com diferença bem maior que a brasileira, que é expressiva.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
PORQUE A CHINA PODE E NÓS NÃO PODEMOS?
PORQUE A CHINA PODE E NÓS NÃO PODEMOS?
A oposição vem movendo uma violenta critica ao encaminhamento dos tens de alto velocidade no Brasil. Esperamos que o governo avance nisto. Mas muito mais que uma ligação entre São Paulo e Rio. Ademais, a China dominou em poucos anos esta tecnologia e pretende mesmo estar à frente dos criadores desta tecnologia. Chega da mediocridade que manteve o Brasil paralisado durante 30 anos. O Banco Mundial e o FMI não podem mais determinar quanto investimento podemos fazer. E os ideólogos da mediocridade e do atraso já estão suficientemente desmoralizados paa não determinar mais a política macroeconômica e a política industrial do Brasil. NOTA: PARA OS QUE NÃO LEEM INGLÊS. É POSSÍVEL FAZER TRADUÇÃO COM O AUXÍLIO DO PRÓPRIO BLOG. VER CABEÇÁRIO DO BLOG À DIREITA.
China seizes western technology at high speed
October 22, 2010 11:06am
by John Gapper
I spent a comfortable hour and a quarter today on the high-speed bullet train from Nanjing to Shanghai - a symbol of China’s technological progress and the extreme lengths to which it has gone to acquire western technology.
The journey on the service that opened this summer was fast, smooth and relaxing - starting from Nanjing’s newly upgraded station and ending on time in Shanghai. Although the trains did not quite have the same polish as the TGV service in France, the ambience was otherwise similar.
China is building one of the biggest high speed rail networks in the world, having started with the Beijing-Tianjin line, built in co-operation with Siemens of Germany in time for the 2008 Olympics.
The rub is that, as Mure Dickie described recently, China insisted on overseas partners, including Siemens, transferring aspects of their technology to domestic state-owned enterprises as part of the price of being allocated contracts.
China is now building most of the network itself, having accelerated with a bullet from knowing little about high-speed technology to a great deal. Meanwhile, western companies that hoped for further contracts are smarting on the sidelines.
It is cases such as this that have raised tensions between western companies and the Chinese government, as it makes noises about “indigenous innovation” - code in some western companies’ view for the slanted allocation of contracts to support its state-owned enterprises.
It would have been impossible five years ago to conceive of a group of Chinese companies building a high-speed rail service. Now it is a reality, thanks to their government’s tough tactics.
A oposição vem movendo uma violenta critica ao encaminhamento dos tens de alto velocidade no Brasil. Esperamos que o governo avance nisto. Mas muito mais que uma ligação entre São Paulo e Rio. Ademais, a China dominou em poucos anos esta tecnologia e pretende mesmo estar à frente dos criadores desta tecnologia. Chega da mediocridade que manteve o Brasil paralisado durante 30 anos. O Banco Mundial e o FMI não podem mais determinar quanto investimento podemos fazer. E os ideólogos da mediocridade e do atraso já estão suficientemente desmoralizados paa não determinar mais a política macroeconômica e a política industrial do Brasil. NOTA: PARA OS QUE NÃO LEEM INGLÊS. É POSSÍVEL FAZER TRADUÇÃO COM O AUXÍLIO DO PRÓPRIO BLOG. VER CABEÇÁRIO DO BLOG À DIREITA.
China seizes western technology at high speed
October 22, 2010 11:06am
by John Gapper
I spent a comfortable hour and a quarter today on the high-speed bullet train from Nanjing to Shanghai - a symbol of China’s technological progress and the extreme lengths to which it has gone to acquire western technology.
The journey on the service that opened this summer was fast, smooth and relaxing - starting from Nanjing’s newly upgraded station and ending on time in Shanghai. Although the trains did not quite have the same polish as the TGV service in France, the ambience was otherwise similar.
China is building one of the biggest high speed rail networks in the world, having started with the Beijing-Tianjin line, built in co-operation with Siemens of Germany in time for the 2008 Olympics.
The rub is that, as Mure Dickie described recently, China insisted on overseas partners, including Siemens, transferring aspects of their technology to domestic state-owned enterprises as part of the price of being allocated contracts.
China is now building most of the network itself, having accelerated with a bullet from knowing little about high-speed technology to a great deal. Meanwhile, western companies that hoped for further contracts are smarting on the sidelines.
It is cases such as this that have raised tensions between western companies and the Chinese government, as it makes noises about “indigenous innovation” - code in some western companies’ view for the slanted allocation of contracts to support its state-owned enterprises.
It would have been impossible five years ago to conceive of a group of Chinese companies building a high-speed rail service. Now it is a reality, thanks to their government’s tough tactics.
A CIA e a eleição no Brasil
Excelente artigo. Claro que será acusado de se enquadrar na famosa “teoria da conspiração”. É claro que as conspirações não são capazes por si só de determinar os acontecimentos. Até aí está bem. Mas negar que EXISTEM CONSPIRAÇÕES é uma estupidez. O mundo político está cheio delas a todo momento. Mais grave contudo seria negar que a CIA é um dos principais pólos de conspiração no mundo.
No caso das eleições atuais, venho recebendo há mais de 6 meses materiais desqualificadores de Dilma Rousseff baseados em técnicas de guerra psicológica. Venho alertando à pessoa íntima que me envia as mesmas contra estas campanhas nitidamente coordenadas por equipes desestabilizadoras, similar àquelas que conheci muito de perto no caso da preparação do golpe de 1964 no Brasil (ver livro de Bilac Pinto na época sobre a guerra psicológica tentando atribuir este método ao governo goulart e aos famosos “comunistas”) , na preparação do golpe militar do Chile, quando definiram muito bem os objetivos desta guerra com a consigna: “juntar raiva”. Tive também oportunidade de seguir os casos da Argentina, pais onde surgem a cada dia as mais terríveis revelações sobre os métodos da repressão golpista, do Uruguay, etc.
O interessante é notar como estas campanhas se apresentam como “brincadeiras” e inventam fontes “sérias” e outros mecanismos para “juntar raiva” desde dentro criando uma cumplicidade mordaz e venenosa. Me lembro por exemplo das campanhas contra o governo Leonel Brizola e nosso partido que produzia verdadeiros estados de histeria agressiva nos adversários. É interessante ver como as pessoas que se sentem atraídas por estes processos psicológicos perversos pretendem que você é um sectário ao desmentir suas mentiras e calúnias. Depois, trabalham para igualar os dois lados de maneira a desqualificar suas respostas às suas campanhas.
Não importa o fato de que você conheça as pessoas e situações atacadas. Se você desqualifica as peças de guerra psicológica é porque você é sectário ou é ingênuo ou qualquer outra forma de manter a fé nestas fontes e continuar prisioneiro destes estados psíquicos enfermos. Bom. Chega de denunciar um sistema tão eficaz. Dificilmente uma análise objetiva pode reverter estados mentais e emocionais tão profundos.
Abraços, Theotonio Dos Santos
Fundação denuncia esquema golpista patrocinado pela CIA no Brasil
20/10/2010 13:10, Por Redação, do Rio de Janeiro, Brasília e Washington
Não bastasse o governador eleito do Rio Grande do Sul e ex-ministro da Justiça, Tarso Genro, denunciar “uma campanha de golpismo político só semelhante aos eventos que ocorreram em 1964 para preparar as ofensivas” contra o então governo estabelecido, o jornal da Strategic Culture Foundation – a partir de sua seção norte-americana, especializada em geopolítica – publicou, nesta semana, reflexão na qual avalia o esforço dos setores mais conservadores dos EUA para denegrir as “imaturas” democracias da América Latina e do Caribe.
No artigo intitulado “Elections in Brazil and the US Intelligence Community” (Eleições no Brasil e a comunidade de inteligência dos EUA), assinado pelo analista Nil Nikandrov, a instituição lembra que “o Brasil nunca pediu permissão para afirmar o seu direito à soberania e à posição de independência na política internacional em causa ao longo dos oito anos da presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, e era amplamente esperado que G. Bush acabaria por perder a paciência e tentar domar o líder brasileiro. Nada disso aconteceu, embora, evidentemente, porque os EUA se sentiram sobrecarregados demais com problemas com a Venezuela para ficar trancado em um conflito adicional na América Latina”.
A Estrategic Cultural Foundation aborda a questão geopolítica mundial
Leia os principais trechos do artigo:
“Falando aos diplomatas e agentes de inteligência na Embaixada dos EUA no Brasil em março de 2010, a Secretária de Estado, Hillary Clinton enfatizou: ‘na administração Obama, estamos tentando aprofundar e alargar as nossas relações com um certo número de países estratégicos e o Brasil está no topo da lista. Este é um país que realmente importa. E é um país que está tentando muito duro para cumprir a sua promessa ao seu povo de um futuro melhor. E assim, juntos, os Estados Unidos e o Brasil tem que liderar o caminho para os povos deste hemisfério”.
“Vale ressaltar que H. Clinton credita ao Brasil nada menos do que o direito de mostrar o caminho para outras nações, embora de mãos dadas com Washington. Para este último, o caminho é o de suprimir as iniciativas socialistas em todo o continente, de se abster de juntar projetos de integração regional a menos que sejam patrocinados pelos EUA, para se opor aos esforços dos populistas que visam formar um bloco latino-americano de defesa, e para impedir a crescente expansão econômica chinesa.
“Os EUA nomeou o ex-chefe do Departamento de Estado de Assuntos do Hemisfério Ocidental e um passaporte diplomático, com uma reputação dúbia Thomas A. Shannon como novo embaixador para o Brasil às vésperas das eleições no país. Ele se esforçou para convencer o presidente do Brasil para alinhar o país com os EUA e a adotar políticas internacionais menos independentes. Washington ofereceu vantagens ao Brasil como maior cooperação na produção de combustíveis renováveis, consentiram em que estabelece uma divisão da Boeing no país, e assinou uma série de acordos com as indústrias de defesa brasileira, incluindo a comissão de 200 aviões Tucano para a Força Aérea dos EUA.
“O presidente Lula não aceitou. Ele teimosamente manteve a parceria com a H. Chavez e Morales J. esteve em Havana e Teerã, condenou o golpe pró-EUA em Honduras, e até mesmo se comprometeu a desenvolver um setor nacional de energia nuclear. Ele propôs Dilma Rousseff – uma candidata séria, para esperar para orientar um curso da mesma forma independente – como seu sucessor. É alarmante para Washington, Dilma era membro do Partido Comunista e integrou a Vanguarda Armada Revolucionária – nomeadamente, com o pseudônimo de Joana d’Arc, na década de 1970. Ela foi traída por um agente do governo, depois presa, torturada sob os métodos que a CIA ensinou na Escola das Américas, e teve que passar três anos na cadeia. Por isso, mesmo décadas depois Rousseff não é a pessoa da qual se possa esperar que seja um grande fã dos EUA.
“A campanha de Dilma ganhou força gradualmente e as sondagens começaram a dar-lhe um lugar na corrida à frente do candidato de direita, José Serra. Jornalistas ‘amigos-da-américa (do norte)’ e agentes da CIA sondaram a sua disponibilidade para forjar um acordo secreto com Washington e então descobriu-se que o plano não teve chance porque Rousseff firmemente prometera fidelidade ao curso do presidente Lula. A CIA reagiu a tentativa de manchar Rousseff, e os meios de comunicação de imediato lançaram o mito sobre o seu extremismo. Encontraram informantes da polícia, que posaram como “testemunhas” de seu envolvimento em assaltos a bancos para os quais pretendia pegar o dinheiro para apoiar o terrorismo no Brasil. A mídia conservadora travara uma guerra de classificações e elogios em coro pró-EUA, José Serra como o incontestado favorito e Dilma – como um rival puramente nominal. Estabilizada a situação, no entanto, Dilma Rousseff finalmente emergiu como a líder da campanha, graças a um apoio pessoal do presidente Lula.
“Ainda assim, a pontuação de Rousseff caiu de 3% a 4%, tirando a chance de vencer ainda no primeiro turno das eleições. O resultado do segundo turno dependerá em grande parte os defensores de Marina da Silva Vaz de Lima, do Partido Verde, que ocupou o terceiro lugar nas eleições, com 19% dos votos. A guerra entre os militantes do PV está declarada e Shannon irá tentar de todos os meios para quebrar uma aliança entre Serra e Silva.
“O time de Dilma visivelmente perdeu o tom triunfalista inicial – o segundo turno é um jogo difícil, e o adversário de seu candidato está implicitamente apoiado por um império poderoso e cheio de recursos que é conhecido por ter impulsionado rotineiramente candidatos à esperança para a vitória. A mídia no Brasil – O Globo, as editoras Abril, como Folha de S. Paulo e a revista Veja – estão ocupados em lavagem lavagem cerebral do eleitorado do país.
“A equipe de Shannon está enfrentando a missão de ajudar ‘novas forças’ menos propensas a desafiar Washington e ajudar a obter um controle sobre o poder no Brasil. A CIA emprega ex-policiais brasileiros demitidos de seus cargos por várias razões, para fazer o trabalho de campo como a vigilância, as invasões a apartamentos, roubos de dados de computador, e chantagem. Na maioria dos casos, estes são os indivíduos com tendências ultradireitistas que consideram Serra como seu candidato. Ministérios do Brasil, comunidades de inteligência e complexo militar-industrial estão fortemente infiltradas por agentes dos EUA. A embaixada dos EUA e do pessoal do consulado no Brasil inclui cerca de 40 dentre a CIA, DEA, FBI, agentes de inteligência e do exército, e têm planos para abrir dez novos consulados nas principais cidades do Brasil, como Manaus, na Amazônia.
“Embora o Departamento de Estado dos EUA esteja empenhado em reduzir o tamanho da representação diplomática no mundo, em um esforço para cortar despesas orçamentais, o Brasil continua sendo uma exceção à regra. O país tem um potencial para se estabelecer como uma força contrária na geopolítica para os EUA no Hemisfério Ocidental dentro dos próximos 15 a 20 anos e as administrações dos EUA – tanto republicanos quanto democratas – estão preocupados com a tarefa de impedi-la de assumir o papel”.
Tradução: CdB
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Carta aberta a Fernando Henrique Cardoso
Meu caro Fernando,
Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos nos 1960. A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete comtudo este debate teórico. Esta carta assiada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender porque você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos do seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, já no começo do seu governo, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. (Se os leitores têm interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhe recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependencia: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000).
Contudo nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno do seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.
O primeiro mito é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartir com você... Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o plano real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, TODAS AS ECONOMIAS DO MUNDO APRESENTARAM UMA QUEDA DA INFLAÇÃO PARA MENOS DE 10%. Claro que em cada pais apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.
No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos. TIVEMOS NO SEU GOVERNO UMA DAS MAIS ALTAS INFLAÇÕES DO MUNDO. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição ao seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte. Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos por dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e o seu ministro da economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do país antes de sua desvalorização, O fato é que quando você flexibilizou o cambio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista” pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”. ORA, UMA MOEDA QUE SE DESVALORIZA 4 VEZES EM 8 ANOS PODE SER CONSIDERADA UMA MOEDA FORTE? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese?
Conclusões: O plano real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante o seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha que ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.
Segundo mito; Segundo você, o seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade.
E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de economia burlando a boa fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. UM GOVERNO QUE CHEGOU A PAGAR 50% AO ANO DE JUROS POR SEUS TÍTULOS, PARA EM SEGUIDA DEPOSITAR OS INVESTIMENTOS VINDOS DO EXTERIOR EM MOEDA FORTE A JUROS NORMAIS DE 3 A 4%, NÃO PODE FUGIR DO FATO DE QUE CRIOU UMA DÍVIDA COLOSSAL SÓ PARA ATRAIR CAPITAIS DO EXTERIOR PARA COBRIR OS DÉFICITS COMERCIAIS COLOSSAIS GERADOS POR UMA MOEDA SOBREVALORIZADA QUE IMPEDIA A EXPORTAÇÃO, AGRAVADA AINDA MAIS PELOS JUROS ABSURDOS QUE PAGAVA PARA COBRIR O DÉFICIT QUE GERAVA. Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou dráticamente neste pais da maior concentração de renda no mundo. VERGONHA FERNANDO. MUITA VERGONHA. Baixa a cabeça e entenda porque nem seus companheiros de partido querem se identifica com o seu governo...te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.
Terceiro mito - Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999 o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido TODAS AS SUAS DIVISAS. Você teve que pedir ajuda ao seu amigo Clinton que colocou à sua disposição ns 20 bilhões de dólares do tesouro dos Estados Unidos e mais uns 25 BILHÕES DE DÓLARES DO FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia.
Esperava-se aumentar as exportações do pais para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida. Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em conseqüência deste fracasso colossal de sua política macro-econômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa dos seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim, UM FRACASSO ECONOMICO ROTUNDO que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar... Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criou para este pais.
Gostaria de destacar a qualidade do seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado o nosso querido Francisco Weffort (neste então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional. Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente.
Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter que revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão que pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo. Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o vedadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora.
Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês ( e tenho a melhor recordação de Ruth) mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a freqüentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.
Com a melhor disposição possível mas com amor à verdade, me despeço
Theotonio Dos Santos
thdossantos@terra.com.br, /theotoniodossantos.blogspot.com/
Theotonio Dos Santos é Professor Emérito da Universidade Federal Fluminense, Presidente da Cátedra da UNESCO e da Universidade das Nações Unidas sobre economia global e desenvolvimentos sustentável. Professor visitante nacional sênior da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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Aos que não tiveram acesso à carta de Fernando Henrique segue abaixo seu conteúdo.
CARTA ABERTA DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO A LULA / PT
SEM MEDO DO PASSADO
Fernando Henrique Cardoso
O presidente Lula passa por momentos de euforia que o levam a inventar inimigos e enunciar inverdades. Para ganhar sua guerra imaginária, distorce o ocorrido no governo do antecessor, autoglorifica-se na comparação e sugere que se a oposição ganhar será o caos. Por trás dessas bravatas está o personalismo e o fantasma da intolerância: só eu e os meus somos capazes de tanta glória. Houve quem dissesse “o Estado sou eu”. Lula dirá, o Brasil sou eu! Ecos de um autoritarismo mais chegado à direita.
Lamento que Lula se deixe contaminar por impulsos tão toscos e perigosos. Ele possui méritos de sobra para defender a candidatura que queira. Deu passos adiante no que fora plantado por seus antecessores. Para que, então, baixar o nível da política à dissimulação e à mentira?
A estratégia do petismo-lulista é simples: desconstruir o inimigo principal, o PSDB e FHC (muita honra para um pobre marquês…). Por que seríamos o inimigo principal? Porque podemos ganhar as eleições. Como desconstruir o inimigo?
Negando o que de bom foi feito e apossando-se de tudo que dele herdaram como se deles sempre tivesse sido. Onde está a política mais consciente e benéfica para todos? No ralo.
Na campanha haverá um mote – o governo do PSDB foi “neoliberal” – e dois alvos principais: a privatização das estatais e a suposta inação na área social. Os dados dizem outra coisa. Mas os dados, ora os dados… O que conta é repetir a versão conveniente. Há três semanas Lula disse que recebeu um governo estagnado, sem plano de desenvolvimento. Esqueceu-se da estabilidade da moeda, da lei de responsabilidade fiscal, da recuperação do BNDES, da modernização da Petrobras, que triplicou a produção depois do fim do monopólio e, premida pela competição e beneficiada pela flexibilidade, chegou à descoberta do pré-sal.
Esqueceu-se do fortalecimento do Banco do Brasil, capitalizado com mais de R$ 6 bilhões e, junto com a Caixa Econômica, libertados da politicagem e recuperados para a execução de políticas de Estado.
Esqueceu-se dos investimentos do programa Avança Brasil, que, com menos alarde e mais eficiência que o PAC, permitiu concluir um número maior de obras essenciais ao país. Esqueceu-se dos ganhos que a privatização do sistema Telebrás trouxe para o povo brasileiro, com a democratização do acesso à internet e aos celulares, do fato de que a Vale privatizada paga mais impostos ao governo do que este jamais recebeu em dividendos quando a empresa era estatal, de que a Embraer, hoje orgulho nacional, só pôde dar o salto que deu depois de privatizada, de que essas empresas continuam em mãos brasileiras, gerando empregos e desenvolvimento no país.
Esqueceu-se de que o país pagou um custo alto por anos de “bravata” do PT e dele próprio. Esqueceu-se de sua responsabilidade e de seu partido pelo temor que tomou conta dos mercados em 2002, quando fomos obrigados a pedir socorro ao FMI – com aval de Lula, diga-se – para que houvesse um colchão de reservas no início do governo seguinte. Esqueceu-se de que foi esse temor que atiçou a inflação e levou seu governo a elevar o superávit primário e os juros às nuvens em 2003, para comprar a confiança dos mercados, mesmo que à custa de tudo que haviam pregado, ele e seu partido, nos anos anteriores.
Os exemplos são inúmeros para desmontar o espantalho petista sobre o suposto “neoliberalismo” peessedebista. Alguns vêm do próprio campo petista. Vejam o que disse o atual presidente do partido, José Eduardo Dutra, ex-presidente da Petrobras, citado por Adriano Pires, no Brasil Econômico de 13/1/2010.
“Se eu voltar ao parlamento e tiver uma emenda propondo a situação anterior (monopólio), voto contra. Quando foi quebrado o monopólio, a Petrobras produzia 600 mil barris por dia e tinha 6 milhões de barris de reservas. Dez anos depois, produz 1,8 milhão por dia, tem reservas de 13 bilhões. Venceu a realidade, que muitas vezes é bem diferente da idealização que a gente faz dela”. (José Eduardo Dutra)
O outro alvo da distorção petista refere-se à insensibilidade social de quem só se preocuparia com a economia. Os fatos são diferentes: com o Real, a população pobre diminuiu de 35% para 28% do total. A pobreza continuou caindo, com alguma oscilação, até atingir 18% em 2007, fruto do efeito acumulado de políticas sociais e econômicas, entre elas o aumento do salário mínimo. De 1995 a 2002, houve um aumento real de 47,4%; de 2003 a 2009, de 49,5%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores, descontada a inflação, não cresceu espetacularmente no período, salvo entre 1993 e 1997, quando saltou de R$ 800 para aproximadamente R$ 1.200. Hoje se encontra abaixo do nível alcançado nos anos iniciais do Plano Real.
Por fim, os programas de transferência direta de renda (hoje Bolsa-Família), vendidos como uma exclusividade deste governo. Na verdade, eles começaram em um município (Campinas) e no Distrito Federal, estenderam-se para Estados (Goiás) e ganharam abrangência nacional em meu governo. O Bolsa-Escola atingiu cerca de 5 milhões de famílias, às quais o governo atual juntou outras 6 milhões, já com o nome de Bolsa-Família, englobando em uma só bolsa os programas anteriores.
É mentira, portanto, dizer que o PSDB “não olhou para o social”. Não apenas olhou como fez e fez muito nessa área: o SUS saiu do papel à realidade; o programa da aids tornou-se referência mundial; viabilizamos os medicamentos genéricos, sem temor às multinacionais; as equipes de Saúde da Família, pouco mais de 300 em 1994, tornaram-se mais de 16 mil em 2002; o programa “Toda Criança na Escola” trouxe para o Ensino Fundamental quase 100% das crianças de sete a 14 anos. Foi também no governo do PSDB que se pôs em prática a política que assiste hoje a mais de 3 milhões de idosos e deficientes (em 1996, eram apenas 300 mil).
Eleições não se ganham com o retrovisor. O eleitor vota em quem confia e lhe abre um horizonte de esperanças. Mas se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa. Nada a temer.
Fernando Henrique Cardoso
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
CARTA PELAS HUMANIDADES E AS CIÊNCIAS SOCIAIS
O MINISTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA ÁFRICA DO SUL CONVOCOU UM GRUPO DE REFERENCIA INTERNACIONAL PARA APRECIAR UMA CARTA PARA AS HUMANIDADES E AS CIENCIAS SOCIAIS E TENHO A HONRA DE SER PARTE DESTE GRUPO. VEJAM AS RAZÕES QUE LEVARAM A ÁFRICA DO SUL A PRODUZIR ESTA CARTA E REORIENTAR SEU TRABALHO EDUCACIONAL E CIENTÍFICO EM DIREÇÃO ÀS HUMANIDADES E AS CIENCIAS SOCIAIS. ESTE EXEMPLO DEVE SER ESTUDADO COM CARINHO NO BRASIL POIS SOMOS OBJETO DE UMA MESMA VISÃO DO MUNDO PRODUZIDA E DIFUNDIDA DESDE OS CENTROS IMPERIALISTAS MUNDIAIS QUE NÃO SOMENTE IGNORAM NOSSA CULTURA E NOSSA SUBJETIVIDADE MAS SE PREOCUPA MESMO EM ESMAGA-LAS COM AS ARMAS E COM A DEFORMAÇÃO IDEOLÓGICA. GRANDE INICIATIVA!
Charter for Humanities and Social SciencesInternational Reference Group
Name Current Position & previous positions
1 Professor Hernes Gudmund President, International Social Science Council.
Formerly President of the International
Sociological Association, served as Minister of
Education (Norway), Research and Ecclesiastic
Affairs, joined UNESCO as Director of the
Paris-based International Institute for
Educational Planning, and was UNESCO’s
Coordinator for HIV/AIDS in the period 2001-
2005.
2 Professor Theotônio dos Santos Brazilian economist and political scientist,
Emeritus Professor of Universidade Federal
Fluminense (UFF). Coordinator and Chair of
UNU-UNESCO network of Global Economy and
Sustainable Development.
3 Dr. Heide Hackmann Secretary-General International Social Science
Council. Previously, Head of International
Relations and Quality Assessment, Royal
Netherlands Academy of Arts and Sciences
(KNAW), The Netherlands; Policy positions at
The Human Sciences Research Council of
South Africa
4 Professor Maurice Aymard General Secretary of the International Council
of Philosophy and Humanities (ICPHS).
Formerly Vice-Director and the Director of the
Maison des Sciences de l'Homme created by
Fernand Braudel.
5 Professor Mridula Mukherjee Director of the Nehru Memorial Museum and
Library; Professor of Modern Indian History at
Centre for Historical Studies, Jawaharlal Nehru
University
6 Dr. Johnnetta Cole Director of the National Museum of African Art.
Scholarly Advisory Board member of the
Smithsonian’s National Museum of African
American History and Culture. Previously,
Presidential Distinguished Professor of
Anthropology, Women’s Studies and African
American Studies, Emory University in Atlanta.
7 Dr. Ebrima Sall Executive Secretary of the Council for the
Development of Social Science Research in
Africa (CODESRIA). Previously, Senior
Researcher at the Nordic Africa Institute (NAI)
in Uppsala (Sweden) and Director of the Centre
for the Promotion of Village Savings and Credit
Associations (VISAC) Gambia.
8 Princess Basma Bint Talal of Jordan An Advisory Board member of the Centre for
the Advanced Study of the Arab World, member
of the Council of the United Nations University
for Peace.
9 Professor WuYin Vice President of the Chinese Academy of
Social Sciences (CASS).
CARTA DO MINISTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
6 October 2010
Media Statement on the development of a Humanities and Social Sciences Charter
Higher Education and Training Minister Dr Blade Nzimande has launched a new
initiative to rejuvenate and strengthen the social sciences and humanities in South
Africa’s higher education system. A team led by Professor Ari Sitas from the
University of Cape Town, and assisted by Dr Sarah Mosoetsa from the University of
the Witwatersrand, has been appointed to develop a charter aimed at affirming the
importance of human and social forms of scholarship.
These areas have increasingly been downplayed as a result of the priority focus on
natural sciences, technology and business studies. Since 1994, government has
focused attention on developing ‘scarce and critical skills’. While supporting these
initiatives, Minister Nzimande has become concerned with the relative neglect of the
social sciences and humanities in universities and other post-school institutions.
Prof. Sitas’ team will examine existing initiatives and explore innovative programmes
in South Africa as well as in other developing and developed societies. As part of the
initial phase of the project a South African reference group has been established to
advise and assist the task team. An international reference group is in the process of
being established and will include leading academics from Brazil, China, France,
India, Jordan, the Netherlands, Norway, Senegal, and the USA.
Launching the project, Minister Nzimande said the social sciences and humanities
played an extremely important role in South Africa’s liberation struggle in
undermining apartheid pseudo-science and apartheid history, as well as helping to
reclaim and build democratic traditions.
“Social and political theory have been central to creating an understanding of how
our society has functioned, and the work of South African social scientists, historians
and writers was of great assistance in helping our leaders and people to guide our
struggle. In the last two decades, the social sciences and humanities have taken a
back seat.
“Now is the time for the teaching of and research in the social sciences and the
humanities to take their place again at the leading edge of our struggle for
transformation and development of South African society. They must play a leading
role in helping our people understand and tackle the scourges of poverty,
unemployment, racism, discrimination of all kinds and HIV/AIDS,” Minister Nzimande
said.
“At a deeper level, we also look to our social scientists, philosophers, historians,
artists and others to help us to rebuild our sense of nationhood, our independence
and our ability to take our place proudly in the community of nations. We should not
only be consumers of theory from the developed world. We should also become
more active producers of social theory and of art, helping assert our intellectual and
artistic independence while continuing to engage our colleagues from both the
developed countries and from the developing world, especially the former colonies,”
he said.
Minister Nzimande said the task team would provide guidance on a way forward to
strengthening social sciences and humanities and enhancing quality in this key sector
of higher education in the country.
Prof. Sitas said the decline in these areas of scholarship was palpable.
“All the professional associations and stakeholders in the broader humanities have
been voicing concerns through the Academy of Science of South Africa (Assaf) and
through their respective associations. Higher education bodies have been raising the
alarm both about the quality and quantity of our PhD endeavours”, Prof. Sitas said.
He said his team has instituted processes that will provide the Department of Higher
Education and Training with a charter of key interventions for the social sciences and
humanities by June 2011. As part of fact-finding, workshops and interviews will held
with local stakeholders (Assaf, Deans, Vice-Chancellors, Research Directors), and
scholarly encounter of leading academics in the global south will be invited to share
their expertise.
Issued by: Ministry of Higher Education and Training
Enquiries: Ranjeni Munusamy
Head of Communications
Ministry of Higher Education and Training
Tel: 012-3125555 (PTA)
021-4655513 (CT)
Cell: 0725712812
email: munusamy.r@dhet.gov.za
Charter for Humanities and Social SciencesInternational Reference Group
Name Current Position & previous positions
1 Professor Hernes Gudmund President, International Social Science Council.
Formerly President of the International
Sociological Association, served as Minister of
Education (Norway), Research and Ecclesiastic
Affairs, joined UNESCO as Director of the
Paris-based International Institute for
Educational Planning, and was UNESCO’s
Coordinator for HIV/AIDS in the period 2001-
2005.
2 Professor Theotônio dos Santos Brazilian economist and political scientist,
Emeritus Professor of Universidade Federal
Fluminense (UFF). Coordinator and Chair of
UNU-UNESCO network of Global Economy and
Sustainable Development.
3 Dr. Heide Hackmann Secretary-General International Social Science
Council. Previously, Head of International
Relations and Quality Assessment, Royal
Netherlands Academy of Arts and Sciences
(KNAW), The Netherlands; Policy positions at
The Human Sciences Research Council of
South Africa
4 Professor Maurice Aymard General Secretary of the International Council
of Philosophy and Humanities (ICPHS).
Formerly Vice-Director and the Director of the
Maison des Sciences de l'Homme created by
Fernand Braudel.
5 Professor Mridula Mukherjee Director of the Nehru Memorial Museum and
Library; Professor of Modern Indian History at
Centre for Historical Studies, Jawaharlal Nehru
University
6 Dr. Johnnetta Cole Director of the National Museum of African Art.
Scholarly Advisory Board member of the
Smithsonian’s National Museum of African
American History and Culture. Previously,
Presidential Distinguished Professor of
Anthropology, Women’s Studies and African
American Studies, Emory University in Atlanta.
7 Dr. Ebrima Sall Executive Secretary of the Council for the
Development of Social Science Research in
Africa (CODESRIA). Previously, Senior
Researcher at the Nordic Africa Institute (NAI)
in Uppsala (Sweden) and Director of the Centre
for the Promotion of Village Savings and Credit
Associations (VISAC) Gambia.
8 Princess Basma Bint Talal of Jordan An Advisory Board member of the Centre for
the Advanced Study of the Arab World, member
of the Council of the United Nations University
for Peace.
9 Professor WuYin Vice President of the Chinese Academy of
Social Sciences (CASS).
CARTA DO MINISTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR
6 October 2010
Media Statement on the development of a Humanities and Social Sciences Charter
Higher Education and Training Minister Dr Blade Nzimande has launched a new
initiative to rejuvenate and strengthen the social sciences and humanities in South
Africa’s higher education system. A team led by Professor Ari Sitas from the
University of Cape Town, and assisted by Dr Sarah Mosoetsa from the University of
the Witwatersrand, has been appointed to develop a charter aimed at affirming the
importance of human and social forms of scholarship.
These areas have increasingly been downplayed as a result of the priority focus on
natural sciences, technology and business studies. Since 1994, government has
focused attention on developing ‘scarce and critical skills’. While supporting these
initiatives, Minister Nzimande has become concerned with the relative neglect of the
social sciences and humanities in universities and other post-school institutions.
Prof. Sitas’ team will examine existing initiatives and explore innovative programmes
in South Africa as well as in other developing and developed societies. As part of the
initial phase of the project a South African reference group has been established to
advise and assist the task team. An international reference group is in the process of
being established and will include leading academics from Brazil, China, France,
India, Jordan, the Netherlands, Norway, Senegal, and the USA.
Launching the project, Minister Nzimande said the social sciences and humanities
played an extremely important role in South Africa’s liberation struggle in
undermining apartheid pseudo-science and apartheid history, as well as helping to
reclaim and build democratic traditions.
“Social and political theory have been central to creating an understanding of how
our society has functioned, and the work of South African social scientists, historians
and writers was of great assistance in helping our leaders and people to guide our
struggle. In the last two decades, the social sciences and humanities have taken a
back seat.
“Now is the time for the teaching of and research in the social sciences and the
humanities to take their place again at the leading edge of our struggle for
transformation and development of South African society. They must play a leading
role in helping our people understand and tackle the scourges of poverty,
unemployment, racism, discrimination of all kinds and HIV/AIDS,” Minister Nzimande
said.
“At a deeper level, we also look to our social scientists, philosophers, historians,
artists and others to help us to rebuild our sense of nationhood, our independence
and our ability to take our place proudly in the community of nations. We should not
only be consumers of theory from the developed world. We should also become
more active producers of social theory and of art, helping assert our intellectual and
artistic independence while continuing to engage our colleagues from both the
developed countries and from the developing world, especially the former colonies,”
he said.
Minister Nzimande said the task team would provide guidance on a way forward to
strengthening social sciences and humanities and enhancing quality in this key sector
of higher education in the country.
Prof. Sitas said the decline in these areas of scholarship was palpable.
“All the professional associations and stakeholders in the broader humanities have
been voicing concerns through the Academy of Science of South Africa (Assaf) and
through their respective associations. Higher education bodies have been raising the
alarm both about the quality and quantity of our PhD endeavours”, Prof. Sitas said.
He said his team has instituted processes that will provide the Department of Higher
Education and Training with a charter of key interventions for the social sciences and
humanities by June 2011. As part of fact-finding, workshops and interviews will held
with local stakeholders (Assaf, Deans, Vice-Chancellors, Research Directors), and
scholarly encounter of leading academics in the global south will be invited to share
their expertise.
Issued by: Ministry of Higher Education and Training
Enquiries: Ranjeni Munusamy
Head of Communications
Ministry of Higher Education and Training
Tel: 012-3125555 (PTA)
021-4655513 (CT)
Cell: 0725712812
email: munusamy.r@dhet.gov.za
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Globalización, innovación y crecimiento: geopolítica e integración
Globalización, innovación y crecimiento: geopolítica e integración
INTRODUCCIÓN 2
LA DESTRUCCIÓN CREADORA: INNOVACIÓN Y CICLOS ECONÓMICOS 3
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICOS Y LA FUERZA DE TRABAJO. 5
INNOVACIÓN, CAMBIO TECNOLÓGICO Y DESEMPLEO 8
CRECIMIENTO ECONÓMICO, COMERCIO EXTERIOR Y LIBRE COMERCIO 11
ECONOMÍA Y GEOPOLÍTICA 15
EL MERCO SUR SE EXPANDE 16
CONCLUSIONES 18
GLOBALIZACIÓN, INNOVACIÓN Y CRECIMIENTO: Geopolítica e integración
Theotonio Dos Santos
INTRODUCCIÓN
Después de la Segunda Guerra Mundial, la economía mundial fue marcada por una constante y a veces explosiva tendencia inflacionaria. Los gobiernos tendían a adelantar recursos para la inversión esperando recuperarlos como resultado de los efectos productivos de las inversiones. La generación de mayor demanda a través del gasto público también generaba más empleo de mano de obra y de los demás recursos instalados. Según se creía, se recuperaría, vía aumento de la producción y pleno empleo, los adelantos en gastos estatales. Pero no se podría evitar una presión inflacionaria, sobre todo en los Estados Unidos, donde los gastos militares se cristalizaron en niveles muy elevados.
Las inversiones en educación, salud, habitación elevaron la calidad de la mano de obra y tuvieron también efectos positivos a mediano y largo plazo. Por todos los lados, se buscaba la plena ocupación de los factores económicos y la teoría económica se concentraba en estos temas. La curva de Phillips articulaba pleno empleo e inflación: ella pretendía mostrar los límites del pleno empleo que, al ser alcanzado, generaba la inflación (ver recuadro 1). Pero, al mismo tiempo, permitía concebir una economía en crecimiento sin inflación, siempre próxima del pleno empleo.
En este universo teórico, en que se formó la mayor parte de los grandes economistas actuales, no había casi ningún espacio para el ciclo económico (excepto los ciclos de corto y mediano plazo que habían disminuido con todo de intensidad, en consecuencia de la ola de inversiones del posguerra) y no quedaba ciertamente ningún espacio para la cuestión de la deflación. Este tema es completamente ajeno a la formación de los economistas desde la posguerra hasta la actualidad. Su preocupación ha sido siempre con los peligros del aumento de precios y de los gastos públicos.
Sin embargo, desde 1982, y particularmente desde 1989, hay evidentes señales de deflación en la economía mundial. La inflación se caracterizaba por la tendencia a generar un exceso de recursos monetarios en la economía y, en consecuencia, una tendencia al aumento de los precios. La deflación se caracteriza por la falta de recursos monetarios suficientes para adquirir los nuevos bienes producidos y por la tendencia derivada de esta situación a la caída de los precios. Por esta razón, los economistas oficiales tienden a asociar la deflación con la desinversión y la baja de la producción.
Recuadro 1. La curva de Phillips
LA DESTRUCCIÓN CREADORA: INNOVACIÓN Y CICLOS ECONÓMICOSCon todo, la cuestión no es tan simple. Hay que buscar los orígenes de la tendencia deflacionaria mundial a través de un análisis más profundo de los ciclos económicos, sobretodo los ciclos largos de Kondratiev. Según Kondratiev, la economía mundial funciona en ondas largas de cerca de 60 años caracterizadas por un período A de ascenso de las variables económicas de cerca de 30 años y un período B de descenso también de cerca de 30 años (ver recuadro 2)
En sus estudios empíricos de las tres ondas largas que pudo identificar, Kondratiev, que escribió en mediados de los años 1920, encontró un movimiento de los precios que tiende a seguir estas olas largas. En los períodos de ascenso hay elevación de precios, en los períodos de descenso hay caída de precios o disminución en el ritmo de crecimiento de los precios.
Con todo, en la década de 1970, cuando la economía mundial entró en crisis general, de acuerdo con el modelo de Kondratiev, fue constatado un extraño fenómeno: la estanflación. Es decir un estancamiento de la economía acompañada de inflación. Esto provocó una gran crisis en la teoría económica oficial, es decir, en la síntesis neo keynesiana que asociaba descenso productivo con caída de precios y vice-versa.
La ciencia económica oficial se dirigió hacia una crítica muy dura a los Keynesianos, acusando los de analizar los fenómenos económicos desde el lado de la demanda, mientras ellos, los nuevos clásicos, se ponían del lado de la oferta.
Por otro lado, una fuerte corriente de pensamiento basada en Schumpeter, Kondratiev y Marx, logró explicar estos fenómenos a través de varios conceptos que apuntalaban hacia la consolidación, en los periodos de ascenso de las olas largas, de estructuras socio-políticas e instituciones que lograban establecer patrones tecnológicos determinados y nuevas combinaciones socioeconómicas. En los años de crecimiento se lograba mantener las formas de producción y distribución alcanzadas en estos períodos, aún cuando la economía entraba en crisis. De esta forma, se creaba una tendencia al aumento de precios y salarios aún en los momentos de crisis: los monopolios y los sindicatos aparecían como los responsables de mantener la inflación aún cuando había tendencia a la caída de la producción.
Los años ochenta y la primera mitad de la década del 90 se caracterizaron por la ofensiva permanente y brutal de los representantes del capital para hacer caer sobre los hombros de los trabajadores y de las poblaciones desocupadas y sub ocupadas el costo de la crisis. La confrontación tiene también un ángulo interestatal que se proyecta sobre las confrontaciones entre el Norte y el Sur del planeta.
En 1973, los países petroleros que recién se habían apropiado de sus fuentes de petróleo y organizados en un cartel (la OPEP) habían elevado el precio del petróleo en una proporción razonable en relación a la pérdida del valor del dólar, que había abandonado su convertibilidad oficial en oro. Con esto, estos países indicaban su disposición de no pagar el costo de la deflación. Otros productores de productos primarios, como el cobre, el zinc, etc., buscaron el mismo camino.
Con ello se declara una lucha planetaria para determinar quién pagaría los costos de la crisis general del capitalismo. Después de algunas confrontaciones aparentemente favorables a los países en desarrollo, en el final de la década del 70 se inicia una nueva tendencia: cae el precio del petróleo y aumenta la tasa de interés de Estados Unidos e Inglaterra. Mme. Thatcher golpea a fondo a los mineros del carbón y Reagan desarticula los sindicatos de las empresas aéreas. Se abría el camino para una era de confrontación, bajo el concepto de competitividad. Que cada clase, cada grupo social, cada región económica, cada formación social, cada empresa o grupo de empresas se defendiese como pudiera. Al final ganarían los más fuertes.
Schumpeter denomina “destrucción creadora” a este fenómeno económico, típico de la fase final de los períodos de descenso de los ciclos largos: la destrucción de sectores económicos enteros y su sustitución por nuevos productos o procesos de producción más avanzados y más baratos. Esto fue lo que asistimos en las década del 80 y el principio del 90. Los cambios en los sistemas de producción no son, sin embargo, casuales. Ellos obedecen una cierta lógica, ciertos padrones que hoy se estudian bajo el concepto de “paradigmas tecnológicos”. El final de un período de descenso de largo plazo se caracteriza exactamente por la emergencia del nuevo paradigma tecnológico.
Recuadro 3. La evolución del pensamiento sobre los ciclos largos
Los períodos de crecimiento se caracterizan por la difusión y generalización del nuevo paradigma. En esta fase, se rompen muchos monopolios, surgen nuevas potencias económicas, se cambian las relaciones de producción, las empresas se funden en gigantescos grupos económicos.
En tales circunstancias, la exacerbación de la competitividad hace muy difícil mantener los precios de venta de los nuevos productos muy por arriba de sus precios de producción. Y estos, como vimos, están en plena caída como resultado de la incorporación del nuevo paradigma tecnológico.
Sin embargo no son solo las ramas tecnológicas de punta que ven los precios de sus productos bajar dramáticamente, como los computadores, los electrodomésticos, etc., pues ocurre también en ramas tradicionales como los textiles, las confecciones, los calzados, las agroindustrias, y muchas más.
Al mismo tiempo, ocurren fenómenos muy interesantes en el lado financiero de la economía. El largo período de crisis se inicia, de hecho, en 1967 con la consolidación del déficit fiscal norteamericano, a partir del pleno involucramiento de este país con la guerra del Vietnam. A partir de este momento, los títulos de la deuda pública empezaron a ser una excelente opción para el capital sobrante debido a la caída de la tasa de ganancia en Estados Unidos y Europa. Con tasas de ganancia más bajas e tasas de interés más altas es fácil percibir porque hay el abandono de las inversiones productivas, las cuales son sustituidas por una creciente especulación financiera. En 1973, con el abandono de la convertibilidad del dólar en oro, que había sido garantizada en Bretton Woods, surge la llamada “serpiente monetaria”, un campo de especulación nuevo, sobre todo para las firmas que operaban en varios países.
El reciclaje de los petrodólares fue otro campo de especulación financiera. En el final de 1970 y comienzo de 1980, la elevación de la tasa de interés de la deuda pública norteamericana y la elevación del déficit público a cerca de 300 mil millones de dólares anuales, durante el gobierno Reagan, crearon una demanda colosal de capital especulativo. El déficit comercial de Estados Unidos y los correspondientes superávits de Japón y Alemania crearon los excedentes financieros para atender a esta demanda.
La crisis de 1987 y el peligro de mantener una política de déficit fiscal indefinido cambiaron las reglas del juego en la década del 90. La economía americana en crisis fue obligada a devaluar el dólar y buscó disminuir su déficit comercial de cualquier forma.
De 1990 las reglas del comercio mundial cambian drásticamente. El dólar se devalúa y, con él, los enormes activos monetarios de los bancos centrales y otras instituciones. La tasa de interés cae del 18% al 4,5 y llega al 5,62%. Entramos así en un período de “quema” de activos internacionales bajo la forma de varias crisis sucesivas. La de 1987 hizo desaparecer de la economía mundial un billón de dólares en menos de una semana; las quiebras de bancos en Estados Unidos, Inglaterra y otros países en 1989-93; la crisis mexicana de 1994, que obligó a la formación de un fondo de 80.000 millones de dólares, monitoreados por el gobierno de los Estados Unidos de América y garantizado por los recursos de la venta del petróleo mexicano a los Estados Unidos. La crisis asiática de 1997-98 que provocó la desvalorización de varias monedas del Sudeste asiático y que llegó hasta el Japón.
En todas estas oportunidades la economía mundial estuvo bajo el signo de la devaluación, de la deflación. Tratase del otro lado de la destrucción creadora de que nos hablaba Schumpeter. La devaluación de activos inmuebles y muebles, financieros y monetarios lleva a la caída de la tasa de interés y a la creación de las condiciones para nuevas inversiones basadas en ahorro de capital. El capital se abarata y la inversión vuelve a crecer.
La hegemonía del pensamiento neoliberal en los ochenta y noventa transformaron estos cambios en fenómenos ciegos e incontrolables. Por eso, en los últimos años se produce un abandono cada vez más rápido de los principios neoliberales para retomarse la idea de una gestión humana y social de los cambios revolucionarios que estamos viviendo.
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICOS Y LA FUERZA DE TRABAJO. VISIÓN ECONÓMICA
Un fantasma recorre el mundo desde fines del siglo pasado: la amenaza del desempleo que aumenta aún en períodos de crecimiento económico.
Es necesario recordar que estamos en plena reestructuración productiva de la economía mundial. En la década de los setenta la siderurgia norteamericana y europea presentó una reducción a menos de un tercio de su producción. La industria del carbón prácticamente cerró. Importantes ramas industriales se deslocalizaron a diferentes regiones del mundo. Como resultado de esas deslocalizaciones ocurren mudanzas fundamentales en la composición de la mano de obra mundial.
En Estados Unidos disminuyó la participación de la mano de obra industrial en el conjunto de la fuerza de trabajo en las décadas de 70, 80 y 90. En el Japón, pasó lo mismo a partir de la segunda mitad de la década de los ochentas. En Alemania, el desempleo industrial avanzó en la década de los noventa. En los tigres asiáticos y las nuevas economías industriales (NEI), en general, la mano de obra creció significativamente en la década de setenta y parte de la de ochenta. En seguida, se estabilizo y llego a disminuir en algunos de estos países a partir de la segunda mitad de los ochenta.
Por tanto en vez de un aumento del desempleo en general, se observa primero, una fuerte deslocalización del empleo: del agrícola para el industrial, iniciada a principios del siglo XX; del industrial para los servicios, a partir de los años 50, la cual se acelero a partir de la década de los 80 con la introducción de la robotización.
En resumen el aumento de la productividad agrícola e industrial genera una producción suficientemente grande para sustentar un sector creciente de servicios. El desenvolvimiento de un enorme aparato de investigación y desarrollo, elevó la capacidad de innovación del sistema económico y en consecuencia aumento aun más la productividad. Al eliminar sectores económicos obsoletos, la crisis, que se prolongó del 67 al 94, abrió camino para que –en la década de ochenta y noventa- las inversiones se orientasen hacia las ramas más productivas y más dinámicas.
Estas innovaciones conducen a nuevas estructuras industriales y absorben gran parte del avance tecnológico acumulado en las décadas anteriores. Tal es el caso de la robotización que, a pesar de estar anunciada desde los años sesenta, solamente se concretó hasta los años ochenta con la utilización masiva de robots por Japón, seguida posteriormente por los Estados Unidos y Europa. En la década de los noventa, Estados Unidos y Europa finalmente alcanzan los nuevos patrones tecnológicos japoneses que tienden a generalizarse en las economías emergentes, particularmente en China.
Sin embargo ¿Por qué el aumento del desempleo estructural no fue compensado por los empleos del sector servicios y, se exacerba la exclusión social durante este periodo? Esto se debe a que las nuevas inversiones provocaron grandes reducciones de la mano de obra industrial, en una fase en que se habían reducido también las inversiones en los nuevos servicios ligados a las innovaciones tecnológicas. En muchos países, estas inversiones no se realizaron debido a deficiencias socioeconómicas y culturales o debido a la falta de control del excedente económico por los agentes sociales que favorecían el avance del conocimiento científico y tecnológico.
Segundo, porque los recursos necesarios para las nuevas inversiones en la economía del conocimiento y de la información, ligadas a la Revolución Científico Técnica (investigación y desarrollo, educación, medio ambiente, cultura, tiempo libre, información, etc.), estaban comprometidos en otras actividades. Entre ellas señalamos los gastos para la hegemonía geopolítica en los Estados Unidos, particularmente los gastos militares, la especulación financiera, el aumento de la deuda pública y el pago de los intereses de la deuda, etc. Los servicios financieros sobretodo crecen desproporcionadamente en la década del 80 y entran en una crisis al final de esta misma década y al principio de los años 90.
Recuadro 4. La revolución científico-técnica
La actual campaña de la derecha internacional contra el “dumping social” es solamente el comienzo de un movimiento contra estos cambios comandados por el aumento de las innovaciones revolucionarias que inició el nuevo ciclo largo desde 1994. Las sociedades subdesarrolladas tendrán que incorporar forzadamente nociones de derechos humanos, protección al trabajo, jornadas más cortas, mejores salarios, etc. Un tema pendiente de discusión es como estas exigencias se compatibilizarán con fenómeno típicos de estos países, como el aumento acentuado del desempleo, del subempleo y de la exclusión social. Sobre todo porque estas economías no invierten suficientemente en educación, ciencia, tecnología, cultura, tiempo libre e información, los cuales son los sectores generadores de empleo en el nuevo paradigma tecnológico.
Esto genera desempleo en los servicios bancarios y en otras áreas de servicios con altos salarios.
En tercer lugar, el desempleo aumenta debido a que la estructura ocupacional de las relaciones sociales de producción no acompaña los cambios del sistema productivo, y a que el aumento de la productividad no se distribuye igualmente entre los distintos agentes sociales. Es evidente que un crecimiento tan masivo de la productividad tendría que ser acompañado por aumentos de salarios y por la disminución de la jornada de trabajo.
Ninguno de estos dos fenómenos ocurrió. ¿Porque? Porque los años de crisis entre 70 y 80 debilitaron el movimiento sindical y los movimientos sociales en general. Se requiere considerar el efecto diferenciado del desempleo en los países dependiendo del poder de negociación de los sindicatos, así como el de las demás fuerzas sociopolíticas. Como vimos en varios estudios, la coyuntura recesiva mundial está en camino hacia la superación de la tendencia recesiva y hacia el crecimiento económico. En estas circunstancias, la estructura institucional tendrá que adaptarse a la nueva coyuntura. El principal cambio positivo que deberá ocurrir en los países centrales es la disminución de la jornada de trabajo, la cual ya se encuentra en curso. Esta permitirá transferir las ganancias de productividad actuales a las masas de trabajadores asalariados aumentando drásticamente el número de empleos.
Varias empresas ya iniciaron la disminución de la jornada de trabajo hasta 32 horas semanales. En Francia sindicatos de trabajadores firmaron en octubre de 1995 un “acuerdo interprofesional del empleo” que inicia negociaciones para reducir la jornada por ramas de producción a fin de aumentar la creación de empleos “de 300 a 900 mil en dos años”. Este acuerdo se basó en la ley votada por los socialistas y la izquierda en general a favor de las 35 horas de trabajo semanales.
En Japón y en Asia ha habido claros esfuerzos en el mismo sentido, a pesar de que parten de jornadas de trabajo más largas. La disminución de la jornada de trabajo a nivel mundial, sobre todo en las nuevas economías industriales, ciertamente vendrá - como ocurrió en los años 1920 y 30. En esa época, bajo la presión de los acuerdos de Viena, la OIT, comandada por los países que la habían adoptado, exigió y logró disminuir la jornada de trabajo del orden de 60 a 48 horas en todo el mundo.
En la mayoría de las nuevas economías industriales (NEI) solo se puede disminuir el impacto del desempleo estructural reforzando las ocupaciones “sociales” para la enorme masa de trabajadores sin empleo y sin perspectivas. Esto exige un aumento de los gastos estatales en sectores sociales, lo que en general no encuentra una buena receptividad en las clases dominantes locales.
La reforma agraria es, por ejemplo, un camino para la ampliación ocupacional que enfrenta una fuerte oposición en las clases dominantes y también en sectores de las clases medias, disminuyendo la capacidad ocupacional de estas sociedades. Es importante constatar también el impacto negativo del pensamiento “único” neoliberal sobre estas formas de generación de empleo .Ellas insisten en el libre mercado como el gran creador de empleo, lo que va en contra de los datos o de la evidencia disponible y de los análisis de la realidad particularmente en los países dependientes y subdesarrollados.
Las actividades agroindustriales para la producción de energías renovables, basadas en la biomasa (como el programa Proalcohol del Brasil) puede ser un camino significativo de generación de empleo si se combina con una nueva economía social en las pequeñas y medianas ciudades. Por otro lado, el sector informal con sus micro, pequeñas y medianas empresas puede generar importantes sumas de ocupación, sobre todo si se apoya en los principios de una “economía solidaria”.
Sin embargo no se debe alimentar la ilusión de que esas soluciones son definitivas y que pueden ser el centro de una estrategia de generación de empleo. El empleo altamente calificado es la solución más completa y definitiva. El empleo está asociado con el desarrollo social de los países. Así, la información, el conocimiento, el tiempo libre y la educación son los mayores generadores de empleo en el mundo contemporáneo. La salud, los cuidados personales a los niños, a los enfermos, a los incapacitados, a los socialmente carentes, y las políticas sociales en general son otras tantas fuentes contemporáneas del empleo.
Existen otras “soluciones” aparentes que tienen consecuencias perversas. La principal de ellas es la propuesta de la disminución de los “costos” sociales del trabajo. Desde los países socialmente avanzados, como Alemania, hasta los países más atrasados como Brasil se suceden las tentativas de reducir las conquistas sociales de los trabajadores. El razonamiento es simple: la reducción de los costos sociales del trabajo aumenta la ganancia y estimula la inversión y por tanto genera empleo.
Como vimos, este razonamiento es equivocado en la actual coyuntura. Las inversiones se orientan para los sectores de alta innovación tecnológica, donde el empleo industrial disminuye, pero aumentan los empleos de investigación y desarrollo, la educación, el entrenamiento, la información, la gestión, el diseño, el tiempo libre, la cultura etc. En estos sectores, la tendencia es hacia salarios más altos y hacia el empleo de trabajadores educados. Estos disponen de mayor capacidad para luchar por derechos sociales y alcanzar jornadas de trabajo más cortas y flexibles.
El mundo de la vieja tecnología tendía a apoyarse en bajos salarios, largas jornadas, etc., así como a generar menos empleos. Estas actividades tienden a transferirse a los países socialmente más atrasados, a los cuales se busca exportar también las tecnologías más contaminantes. Los países que adopten esta filosofía están entonces condenados a reforzar el atraso y a generar poco empleo, aumentando la masa de desempleados, marginados y trabajadores informales.
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICO Y DESEMPLEO. VISIÓN POLÍTICA
Terminada la Segunda Guerra Mundial, los gobiernos victoriosos en la guerra tenían una nueva batalla que ganar. Se veían obligados a derrotar la recesión y el desempleo. Mientras el nazi-fascismo había generado el pleno empleo de la capacidad productiva a través de la degradación del trabajo , los Aliados victoriosos dependían de un fuerte movimiento democrático que exigía el pleno empleo basado en el reconocimiento de los derechos sociales de los trabajadores.
Un marco significativo de este espíritu democrático del pos-guerra está en el Acto del Empleo votado por el Congreso Norte-americano en 1946, el cual estableció el Comité Económico Conjunto de las dos Casas del Congreso para realizar informes y recomendaciones al Congreso sobre la maximización del empleo, de la producción y del poder de compra. El clima democrático de la Post Guerra impuso el pleno empleo como principio orientador de la política económica norte-americana y de los países bajo su influencia hegemónica.
Es necesario decir, que el otro lado del espectro ideológico de los Aliados, representado por la Unión Soviética, defendía con el mismo vigor el principio del pleno empleo. Gran parte del debate ideológico del período se orientaba en el sentido de demostrar la capacidad mayor del capitalismo o del socialismo para alcanzar el pleno empleo.
¿Cómo fue posible que una motivación tan válida y tan vital para la humanidad haya desaparecido del primer plano de la reflexión económica? ¡A tal punto que el tema del pleno empleo parezca una utopía inalcanzable en la literatura económica de nuestros días! Y sin embargo los pueblos continúan aspirando al pleno empleo. Esto se refleja en el debate político y electoral, donde no puede faltar el tema del empleo que siempre aparece en las encuestas de opinión entre las primeras aspiraciones de la población.
¿Es el pleno empleo un objetivo inalcanzable en nuestros días, como lo afirman autores de derecha, del centro e inclusive de la izquierda? La afirmación se basa en los altos índices de desempleo alcanzados en los últimos veinte años sobre todo en los países desarrollados. Sin hablar de la expansión del subempleo incorporado en la noción de empleo informal que comprende hoy día cerca del 50% o más de la mano de obra de los países económicamente dependientes.
Es necesario calificar esta afirmación inicial. Aunque es verdad que Estados Unidos y Europa alcanzaran altos índices de desempleo en las décadas del 80 y del 90, es necesario considerar dos hechos significativos:
En primer lugar, economías como la japonesa y la de los tigres asiáticos conservaron altos índices de empleo mismo en el período de alto desempleo en Europa y Estados Unidos. Japón estuvo próximo al pleno empleo durante toda la década del ochenta, llegando al 1,5% o 2% de desempleados en este período hasta 1993, cuando la crisis japonesa elevó las tasas del desempleo de este país a los 4%.
En segundo lugar, los Estados Unidos de Norteamérica presentaron una fuerte tendencia al pleno empleo en la década del 90, como consecuencia del crecimiento sostenido logrado entre 1994 y 2000. Las tasas de desempleo de dos dígitos alcanzadas en los ochenta bajaron al 4.3% en el 2000. En Europa, la recuperación fue más moderada y más lenta, iniciándose en la segunda mitad de la década del noventa. Sin embargo, recién empiezan a sentirse los resultados de la retomada del crecimiento sobre el empleo en varios países de este continente.
En los países en desarrollo, se debe constatar la ausencia de crecimiento económico ocurrida en las décadas del ochenta y del noventa en los países que se endeudaron en los setenta y se entregaron al pago de los altos y especulativos intereses, por los menos entre 1983 y 1987-9. Esta extracción brutal de excedentes fue suficiente para inviabilizar el desarrollo de estas economías por un largo período que pasó a denominarse como la “década perdida”.
Encontramos así una correlación inmediata entre el crecimiento económico y la tendencia al pleno empleo. Muchos autores pretenden negar la existencia de esta correlación en nuestros días debido a las características nuevas que habrían generado los cambios tecnológicos en los últimos años.
Sin embargo, no podemos aceptar ciertas conclusiones apuradas que se establecen a partir de una observación superficial de las tendencias actuales del cambio tecnológico generado por la Revolución Científico-Técnica.
El avance tecnológico logrado por la llamada tercera revolución industrial (para nosotros esta es un aspecto específico de un proceso más amplio que es la revolución científico- técnica) se refleja en una mayor productividad del trabajo y consecuentemente en una menor cantidad de trabajo necesario para producir bienes y servicios necesarios a la población (o hasta desnecesarios desde el punto de vista de criterios culturales y éticos).
La disminución del tiempo de trabajo necesario para producir bienes y servicios solo afectará al empleo si los trabajadores continuaren sujetos a jornadas de trabajo iguales o insuficientemente disminuidas en relación al aumento de productividad logrado por el avance tecnológico.
La noción de jornada de trabajo es ajena a la mayoría aplastante de las ecuaciones desarrolladas por el pensamiento económico ortodoxo. Más bien la jornada del trabajo es un elemento fundamental en la definición del empleo. Desde la victoria de los Cartistas en 1850, al lograr que el parlamento inglés estableciera las 10 horas de trabajo, los trabajadores han logrado disminuir progresivamente el tiempo de trabajo en que se someten al dominio del capital, es decir, la jornada diaria de trabajo, lo que incluye los períodos de vacaciones, licencias y descanso.
Toda vez que el capital logra hegemonizar la situación política, sobre todo en los períodos de largas fases recesivas (que amenazan a los trabajadores con despidos masivos), sus representantes más reaccionarios retoman los ataques a las conquistas de los trabajadores en relación al tiempo del trabajo. Esta lucha solo puede ser entendida con una teoría del valor la cual desaparece de la “ciencia” económica con la hegemonía de los “neoclásicos” pero cuyos efectos no son olvidados un en las luchas sociales concretas.
El neo liberalismo se vuelve sobre todo en contra de los derechos de los trabajadores que según ellos son fruto del corporativismo y de conductas anti-mercado (imperfecciones del mercado ideal que ellos concibieron en sus cabezas). De repente, la teoría del valor se entromete en sus raciocinios bajo la forma de los costos de producción, que incluyen el precio del trabajo (el salario) y su disponibilidad para el dueño del capital (la jornada de trabajo).
En su razonamiento fundamentalista de clase, el capital es la fuente de la inversión y consecuentemente el costo del trabajo es una limitante de la inversión. Cuanto más bajo y más disponible sea el trabajo, mejor será para la inversión y consecuentemente para el crecimiento económico y para la felicidad humana. Pues en su noción de humanidad no entra para nada su lucha por la superación de los duros aspectos del trabajo cotidiano.
De ahí se parte fácilmente a las políticas llamadas de “flexibilización del trabajo” que tienen por objetivo disminuir los salarios y aumentar la intensidad y el tiempo o jornada del trabajo bajo el dominio del capitalista.
Es evidente que para los trabajadores la cuestión se pone exactamente al reverso. Los avances de la tecnología permiten producir más en menos tiempo. Luego, necesitamos de menos horas de trabajo por día, es decir menores jornadas de trabajo lo que significa, por lo menos, la no disminución del número de trabajadores necesarios para crear los mismos productos y bienes anteriormente producidos.
La lucha por la disminución de la jornada de trabajo es hoy un punto central de la lucha de los trabajadores europeos y que Francia asumió como vanguardia de esta conquista, con efectos evidentes en la retomada del crecimiento económico y en la disminución del desempleo en este país. Muchos sectores patronales reconocen los efectos positivos de esta política y aceptan con pocas restricciones estos avances civilizacionales. Pues, aun cuando bajen sus tasas de ganancia permiten una calidad de vida superior para toda la sociedad.
El aumento del tiempo libre de los trabajadores no solamente garantiza un mayor número de personas empleadas, ofrece a los trabajadores oportunidad de mayor nivel de estudios, de más tiempo para una vida espiritual. Por tanto aumenta la calidad de vida de la población, disminuye la violencia social, y asegura una mayor preparación de la mano de obra. Este último se convierte en uno de los elementos claves de la competitividad en nuestros días. La revolución científico técnica exige trabajadores cada vez más educados y solamente las sociedades capaces de crearlos (o importarlos) podrán colocarse en la punta del sistema económico mundial.
El lector debe notar porque sociedades dominadas por oligarquías arcaicas esclavistas y señoriales como las latinoamericanas, están condenadas a un papel inferior en el sistema productivo mundial. Las sociedades latinoamericanas fundamentan su competitividad en la mano de obra barata y a baja capacidad de desarrollo de sus trabajadores. Su competitividad es necesariamente baja y restringida a sectores económicos marginales. Las visiones económicas prevalecientes no ven con horror, sino con satisfacción la existencia de estas enormes masas de subempleados, de marginales o de economía informal. Sometido a las condiciones sociales del trabajo barato flexible y a su dominio embrutecedor.
Por esta razón una campaña por el pleno empleo en la región latinoamericana es al mismo tiempo extremamente difícil y tremendamente necesaria. Tratase no solamente de defender la importancia de generar empleo, sino de establecer la creación de empleo como el objetivo central, absolutamente prioritario, de la política económica de la región.
Tales principios chocan de frente con las orientaciones del Fondo Monetario Internacional a pesar de las cándidas afirmaciones de sus directores según las cuales este organismo no define prioridades de inversión. Nada es más falso: el FMI y la doctrina económica neoliberal que lo inspira no hacen otra cosa que establecer prioridades a nuestra política económica. Para ellos el equilibrio fiscal se coloca antes de cualquier prioridad de inversión
Prioridad de las prioridades, esta primacía del equilibrio fiscal es con todo manejada con pragmatismo, permitiendo a sus protegidos generar déficits fiscales gigantescos para pagar altísimas tasas de interés. El pago de intereses es también para ellos una prioridad que no ponen en discusión.
Revertir este cuadro y mostrar a la mayoría de la opinión pública que es posible la política de pleno empleo y conducir nuestras economías y sociedades hacia otras prioridades nos permitirá alcanzar niveles civilizacionales superiores y superar nuestra dependencia y nuestras miserias. Veamos ahora las implicaciones de esta polémica en el plano internacional.
CRECIMIENTO ECONÓMICO, COMERCIO EXTERIOR Y LIBRE COMERCIO
Existe en nuestros días una fuerte corriente de pensamiento, quizás hegemónica, que vincula íntimamente crecimiento, comercio exterior y libre cambio. Sin embargo no hay ninguna base histórica para realizar estas correlaciones, pues son consecuencia de un razonamiento puramente abstracto que tiene sus raíces en las teorías de David Ricardo en el principio del siglo XVIII. De hecho, Ricardo demostró que sería ideal una situación en la cual cada economía local o nacional se especializase en aquello(s) producto(s) en los cuales disponga de mayor ventaja comparativa, desde el punto de vista de la productividad de los factores locales. Esta teoría fue perfeccionada con una visión neoclásica por Ohlin que incluyó entre los factores locales la relación ente capital y trabajo expresa en las funciones de producción. Quedó más o menos aceptado que los países que disponen de más mano de obra que de capital tienen que especializarse en productos agrícolas y materias primas mientras que aquellos con más capital que trabajo (como resultado del desarrollo tecnológico) deben dedicarse a productos de mayor intensidad tecnológica. Esta división de trabajo mundial era y es aún presentada como extremamente favorable a todas las partes en interacción. Es evidente que para estos razonamientos generales, el libre comercio será el mundo ideal para el pleno desarrollo de estas condiciones ideales de comercio mundial.
Ocurre sin embargo que el mundo real es muy diferente de estos razonamientos abstractos que ignoran los acontecimientos y las relaciones claves de la economía mundial. El mundo concreto no se parece a un modelo de economías nacionales especializadas alcanzando un crecimiento económico similar. Por el contrario, desde la expansión económica europea a partir de los siglos XV y XVI se han especializado las economías locales en función de la demanda europea: metales preciosos, especies y productos tropicales, agricultura tropical o semitropical y esclavos. Las economías exportadoras estuvieron en general en manos de grandes propietarios europeos creados por la corona española y portuguesa a las cuales el papado entregó todas las tierras del nuevo mundo. Este comercio que sirvió de fundamento a la economía moderna no ha sido nunca libre, mas bien ha sido organizado por los Estados nacientes en Europa, a través de compañías monopolistas fundadas por sus protegidos.
Muchos creen que en el siglo XVIII y XIX, bajo la expansión británica sobre todo se creó un mercado libre en el mundo. No podemos concordar con la idea que un comercio mundial realizado por empresas inglesas protegidas por la Marina británica pueda ser considerado libre. Ahí estaban empresas monopolistas apoyadas por la Reina de Inglaterra administrando vastos territorios del mundo. La mayor parte de la población de la tierra se encontraba sometida a la dominación directa o indirecta de Gran Bretaña y no gozaban de ninguna libertad para realizar su comercio. No fue sin razón que en las potencias emergentes como los Estados Unidos, la Alemania, la Francia o el Japón se adoptaron políticas proteccionistas radicales.
El caso más impresionante de proteccionismo ha sido exactamente el de los Estados Unidos de Norte América. En este país, los exportadores de algodón del sur se rebelaron en contra de los aranceles impuestos por el norte para proteger sus industrias nacionales. La rebeldía del sur fue derrumbada con una guerra civil que dejó dos millones de muertos. Para ganar la lucha en contra del sur el norte no dudó en terminar con la esclavitud para derrumbar definitivamente la economía esclavista exportadora y sus ejércitos de esclavos cuya liberación desintegraba. Al contrario de lo que se piensa los Estados Unidos ha sido siempre un país proteccionista y ha fundado su poder contemporáneo en la imposición de los aranceles del norte sobre el sur por la fuerza. ¿Qué sería de los Estados Unidos si hubiera ganado la guerra civil el sur librecambista, esclavista y políticamente autoritario?
Podemos adivinarlo si lo comparamos con América Latina donde se eliminaron todas las rebeliones de artesanos y manufactureros y se impusieron la conservación de la servidumbre y de la esclavitud junto con la especialización exportadora basada en la doctrina del libre cambio. En esta región ganó el sur librecambista, esclavista y políticamente autoritario.
El libre cambio no ha sido la fuente del crecimiento de las grandes potencias capitalistas solamente Inglaterra inició la revolución industrial y tuvo en el libre cambio un instrumento para imponerse sobre el resto del mundo. Pero el mismo tiempo sometía sus colonias sin ningún derecho al libre comercio, de hecho el comercio que se impone al final del siglo XIX y comienzo del siglo XX no puede ser considerado un “libre comercio”. En realidad se trataba de un mundo de grandes potencias imperialistas que lo dividían entre sí sin permitir a sus colonias ninguna libertad de comercio. Al mismo tiempo sus empresas monopolistas controlaban el comercio mundial en las zonas no coloniales. Como sabemos fue la lucha de estas naciones por el dominio del mundo que llevaron a dos guerras mundiales y la crisis de 1920, cuando la perspectiva libre cambista y liberal sufrió ataques definitivos que se impusieron mundialmente después de la Segunda Guerra Mundial.
El mundo contemporáneo de la posguerra también no se caracterizó por un libre comercio. Al contrario, no fue posible crear una organización mundial del comercio como lo proponía Keynes. Los dominadores del comercio mundial, los norteamericanos que tenían después de la guerra cerca de 50% del comercio mundial, han preferido crear el GATT, para imponer muy raramente (con pleno acuerdo de las partes) condiciones de rebaja de aranceles.
Se puede decir, sin embargo, que estas condiciones de libre comercio están finalmente siendo creadas en nuestros días con la puesta en marcha de la Organización Mundial del Comercio. Los hechos indican que los que más exigen libre comercio en esta organización son exactamente los países del Tercer Mundo que adoptan amplias rebajas unilaterales de aranceles, derrumbando el proteccionismo que habían tardíamente impuesto a sus economías en los años de 1940 y 1950 para garantizar un primer despegue industrial que lograron entre los años 30 y 50.
Sabemos en nuestros días que más de 50% del comercio mundial se realiza en el interior de las firmas multinacionales que no son de ninguna manera base para un libre comercio. Sabemos también que se crearon impresionantes mecanismos de subsidio estatal en todos los países desarrollados. Tal es el caso de la economía estadounidense a partir de los estratosféricos gastos militares del gobierno Bush, los subsidios al sector agrícola de bajo poder de competitividad que difícilmente serán rebajados sustancialmente en EE.UU., Europa o Japón.
Por este conjunto de razones no podemos ver como una estrategia fundamental la propuesta mexicana de firmar contratos de libre comercio con varios países del mundo. La prueba de esto es que México no logra desarrollar su comercio con el resto del mundo quedando limitado al comercio con los Estados Unidos. Y para quedar claro que esto no es resultado del NAFTA está el hecho de que no se expandieron significativamente las relaciones comerciales con Canadá, aunque es también firmante del Tratado.
No hay duda que una situación de libre comercio podría servir positivamente a una economía que sepa aprovecharse del mismo para aumentar su competitividad. Pero la llave del comercio se encuentra en la productividad y no en la mayor o menor libertad arancelaria. Veas el caso de China que ha expandido más que cualquier país su comercio en los últimos 20 años. Los chinos no han firmado tratados de libre comercio ni se puede decir que tienen una estructura comercial realmente “libre” en el sentido capitalista. China continúa a ser un país bastante cerrado al comercio internacional. Tanto es así que continúa a ser una compradora limitada. Su éxito comercial se apoya en una moneda de valorización relativamente baja; en una mano de obra barata y de alta calidad educacional y cultural: en una legislación especial de los distritos industriales, estos sí muy libres; en sus subsidios a los sectores que invierten en alta tecnología en el país, buscando garantizar su transferencia para dentro del mismo; en el control de los excedentes de moneda firme generado por los superávits comerciales gigantescos que produce con el resto del mundo, sobretodo los Estados Unidos.
Por lo tanto, no hay una correlación necesaria entre ampliar el comercio externo y el libre comercio, ni una relación entre ambos y el crecimiento económico. Al contrario, excepto la Inglaterra por las razones ya señaladas, las grandes potencias que emergieron en el final del siglo XIX han adoptado el proteccionismo como política para asegurar sus empresas emergentes en contra sobretodo de los ingleses. Asimismo, en todos estos países el comercio exterior representa una parte pequeña de sus economías. Los Estados Unidos han sido el caso típico de proteccionismo y de pequeña participación del comercio exterior en su producto nacional bruto. Solamente en los últimos 30 años esta nación dominante ha reducido drásticamente sus exportaciones para el resto del mundo y aumentado dramáticamente sus importaciones. En el momento actual se puede decir que el crecimiento económico estadounidense está apoyado en grande parte en sus apoyos externos. Su déficit comercial es gigantesco y la deuda norteamericana ha alcanzado niveles incontrolables. Asimismo, las inversiones internacionales se han convertido en la única fuente de ahorro dentro de los Estados Unidos que vive hoy de la atracción de inversiones desde el resto del mundo hacia su economía cada vez más inestable.
Por otra parte los enormes aparatos burocráticos son una fuente de corrupción y de autoritarismo político. Las aduanas han representado un poder muy significativo. Los poderes de la inmigración también son impresionantes. Pero no debemos dejar de acompañar con cuidado el poder creciente de los aparatos financieros internacionales, particularmente el FMI para los países en desarrollo. Esta entidad y varias otras responsables por las políticas de inversión internacional se han convertido en poderes burocráticos y tecnocráticos colosales. La humanidad necesita desarrollar mecanismos para permitir una evolución más favorable de las relaciones internacionales que fortalezcan los responsables directos por la producción y la prestación de los servicios. Para esto estas instituciones tienen que pasar también por una evolución democrática. Es necesario que el público en general pueda influenciar más claramente las políticas de estas corporaciones, instituciones e aparatos burocráticos. Pero ni siempre se encuentra un ambiente favorable a estas demandas de mayor libertad y democracia de las organizaciones básicas de producción. Los empresarios por ejemplo no aceptan con facilidad las exigencias de transparencia en la contabilidad de las empresas y mecanismos más democráticos para la representación de las minorías en los sistemas accionarios. Muchos rechazan las doctrinas que insisten en el contenido social de las empresas y en sus responsabilidades políticas frente al conjunto de la población, sin hablar en el contenido ético de sus propias actividades productivas o de sus servicios.
Pero podemos afirmar que no habrá grandes avances democráticos en el conjunto de la sociedad si no se asegura la democracia en el centro mismo de la vida económica que son las unidades económicas claves como las empresas anónimas, cooperativas, empresas personales o familiares, economía campesina, etc. La democracia no resulta de una ampliación de las libertades públicas que son extremamente necesarias para el desarrollo de las civilizaciones. La democracia se funda en la ampliación de los poderes de los ciudadanos para influir en las decisiones fundamentales de la nación. Entre ellas se encuentra en primer lugar la orientación de las inversiones y de las decisiones sobre nuevas inversiones y sobre el uso de los bienes materiales y espirituales acumulados por la humanidad en milenios de desarrollo civilizacional.
Los acuerdos de integración regional son el mejor camino para desarrollar la cooperación entre economías ni siempre simétricas. Pero no confundamos la integración económica, social, cultural y política, como la que realiza hoy día Europa, con los tratados de libre comercio anárquicos e inestables como el que realiza el TLCAN o pretendía hacerlo el ALCA Además, tales tratados son marcados por concesiones unilaterales, faltando siempre las concesiones de los dueños de los grandes mercados. Quedan también fuera de estos acuerdos el libre movimiento de mano de obra que podría disminuir ciertos nudos de graves problemas sociales en los países en desarrollo.
INTEGRACIÓN Y GEOPOLÍTICA
El debate actual sobre los procesos de integración no pueden ser discutidos dentro de un plano exclusivamente económico. En este plano, si consideramos el pensamiento neoliberal puro, tendríamos que aceptar que la única integración correcta es la del libre comercio generalizado. Siguen ellos, las integraciones regionales son intervenciones “artificiales” que imponen límites proteccionistas a las zonas no integradas.
La institucionalización de un pensamiento económico absolutamente autista pretende orientar la toma de posición de naciones enteras, cuya realidad pasa por otros factores como las relaciones sociales y políticas y las relaciones históricas de carácter local, nacional o regional. No se puede definir políticas concretas sin considerar las realidades geopolíticas en que se insertan los fenómenos económicos.
Sin embargo, se introducen consideraciones geopolíticas que indican las preferencias reales de los “teóricos” para justificar el apoyo a esta o aquella alternativa. Los defensores del ALCA, por ejemplo, justifican su necesidad por la importancia del mercado norteamericano que, según ellos, se abriría a través de este tratado de libre mercado que de hecho no corresponde a la propuesta presentada. Los estadounidenses proponen una rebaja de barreras, limitada a los sectores comerciales que les interesan, y una apertura total al libre movimiento de capitales que seguramente no alcanzan a cambiar los rígidos controles del movimiento de capital dentro de los EE.UU.
¿Por qué preferir los Estados Unidos como principal contraparte de los demás países latinoamericanos? No se puede deducir esta preferencia de las “leyes”económicas manejadas por los neoliberales. Desde su punto de vista lo único correcto es el libre cambio internacional. El alegato sin embargo, es que los EE.UU. son “el mayor mercado del mundo” y por lo tanto sería realista darle las preferencias totales. Tratase de un argumento geopolítico.
Por detrás de él está la aceptación de que las relaciones internacionales no son relaciones entre economías equivalentes, los cuales son asumidos como tales en todas las ecuaciones de esta escuela económica. Y, por tanto, tenemos que razonar geopolíticamente cuando hablamos de la economía mundial. En consecuencia hay que tirar a la basura todas estas ecuaciones que se asientan en primicias equivocadas.
Este es el punto de partida para razonar sobre las propuestas de mercados regionales. Es decir, sobre consideraciones históricas, culturales y geopolíticas que demuestren las ventajas de que se asigne preferencia a este país u otro, a esta región u otra. Si se trata de dimensión de mercado, por ejemplo, ¿por qué debemos privilegiar el norteamericano cuando la Comunidad Europea tiene hoy un mercado similar? México puede responder con un factor geográfico evidente: su frontera con los Estados Unidos. Pero Brasil y Argentina no cuentan con este factor. Por el contrario, tienen un contacto mucho más fuerte con Europa a través del Atlántico. Firmar un tratado preferencial con los EE.UU. no tiene por lo tanto ninguna justificativa.
Y una integración suramericana y latinoamericana, ¿tiene sentido geopolítico? En realidad cada país de la región tuvo su economía organizada en función del mercado Europeo y después norte americano. Su sistema vial se orientaba esencialmente hacia los puertos para entregar sus mercancías a las flotas mercantes internacionales. Durante los años de “crecimiento hacia adentro” se ha creado alguna estructura vial volcada hacia los mercados nacionales. Esto fue interrumpido por las políticas de ajuste estructural y del consenso de Washington, en los años ochenta y noventa.
La idea de un acuerdo regional sur y/o latinoamericano pasa por una voluntad política de crear estas infraestructuras que son significativas oportunidades de inversión en la región. En seguida, delinean la necesidad de políticas de desarrollo en todos o casi todos los países que privilegien el aumento de sus rentas nacionales con el objetivo de generar nuevos mercados para el conjunto de la región. Tratase sobretodo de crear economías de escala adecuadas al padrón tecnológico actual. Es evidente que estas tendencias indican una necesidad de proteger este mercado potencial del bloqueo de las economías más poderosas. El libre mercado subregional aparece así como una medida defensiva amén de una apertura de nuevas posibilidades.
Si agregamos a todas estas conveniencias geoeconómicas las tradiciones históricas y culturales comunes, la formación de una unidad ideológica y política regional en función de la lucha por la independencia (con Bolívar a la cabeza), entendemos porque hay una carga emocional espontánea tan fuerte a favor de esta integración. No se trata solamente de un mercado latinoamericano. Por este camino podemos empezar a razonar sobre los intereses geopolíticos de América Latina dentro de cuyo cuadro debemos discutir la cuestión de los mercados y las ventajas preferenciales.
Enseguida vamos a analizar el más exitoso caso de integración en la región de America Latina, a pesar de sus limitaciones.
EL EJEMPLO DEL MERCOSUR
La última cumbre del MERCOSUR indica que, a pesar de sus complejas necesidades de ajustes y sobretodo de institucionalización, esta iniciativa de integración regional se extiende por toda América Latina. De un lado tenemos la consolidación de las relaciones entre sus miembros plenos: Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay. Las recientes confrontaciones entre Argentina y Brasil sobre las exportaciones de las industrias de línea blanca de Brasil caminan hacia nuevas medidas en la dirección de una mayor coordinación de políticas económicas y un mejor cuadro institucional.
En realidad las disparidades de políticas económicas ha sido el principal factor de choques entre los dos países centrales del bloque comercial en formación. Durante los años 90, el comercio entre ellos estuvo determinado por políticas cambiarias irrealistas basadas en convertibilidades artificiales de sus monedas locales. En consecuencia el comercio pendía hacia Argentina cuando el real se encontraba sobrevaluado y viceversa.
Después de la crisis brasileña de 1999, que llevó a la devaluación del real, se precipitó la crisis argentina que llevó al abandono de la convertibilidad del peso y su devaluación. En el momento actual ambos países manejan una política cambiaria flexible más realista y menos voluntarista. Esto debería permitir un mejor equilibrio comercial. Sin embargo no es así.
Mientras Argentina sigue en la actualidad una política de crecimiento económico que aumenta la demanda y por lo tanto las importaciones, Brasil continúa prisionero de las políticas restrictivas del Fondo Monetario Internacional que aprieta el cinturón de su población y hace caer las importaciones.
El resultado de estas políticas opuestas es el aumento de las exportaciones brasileñas hacia Argentina y la reacción de los industriales argentinos para imponer barreras arancelarias hacia las importaciones industriales de Brasil, particularmente las industrias llamadas de línea blanca.
En realidad estas exportaciones de inventarios remanentes son hechas a cualquier precio y no son buenas ni para un lado ni para el otro. Tratase de una agudización de la competitividad basada en factores artificiales. Algo similar a las políticas de falsa convertibilidad que caracterizaron el período anterior y condujo a graves crisis.
En el momento actual los argentinos se muestran más realistas y el gobierno brasileño se ve prisionero de una ortodoxia económica absurda que sacrifica el destino de los pueblos de la región. Se debe esperar, por lo tanto, que el buen sentido triunfe y se camine hacia un ajuste y coordinación de políticas económicas más adecuadas.
Al mismo tiempo, vemos la consolidación de los primeros “miembros asociados” del MERCOSUR. Chile, Bolivia y Perú que se ven cada vez más obligados a superar sus veleidades bilateralitas con EE.UU. y/o panamericanistas, con la ALCA.
Asimismo, Venezuela y México buscan la aproximación con el exitoso bloque sureño. Esto es excepcionalmente positivo. Venezuela y México son productores de petróleo que estuvieron condicionados por los Estados Unidos a atender exclusivamente su mercado. Hoy Venezuela avanza hacia concepciones regionales cada vez más dinámicas a pesar de las reacciones de sus clases medias, que vivieron a costa de los recursos del petróleo sin ninguna consideración hacia las necesidades de las masas populares, excluidas del gozo de estos recursos. Todo indica que la confrontación social de Venezuela no se resolverá fácil y rápidamente.
La última adhesión más promisoria y significativa ha sido la de México. Para muchos latinoamericanos México había abandonado definitivamente la región. Su acuerdo comercial con el norte parecía llevarlo definitivamente hacia los mercados de “allá”. De hecho México lograra realizar el sueño que los chilenos y peruanos tanto aspiran. El acuerdo comercial con los Estados Unidos y Canadá abrió hacia México mercados colosales, ayudado por la frontera común. Tanto es así que Canadá poco participa en la expansión comercial mexicana. Pero México tiene que cuidarse de la dependencia casi absoluta del mercado estadounidense. Esto quedó evidente durante la crisis norteamericana de 2001 a 2003, cuando sus exportaciones cayeron y su producto bruto caminó hacia la recesión.
México se declara latinoamericano aún cuando empieza la recuperación económica norteamericana y busca integrarse en el MERCOSUR para asegurar su cara latinoamericana. Es necesario observar además que México tiene que asegurar su identidad cultural para no convertirse en un estado a más de la federación norteamericana sin derecho a voto, como Puerto Rico.
Por otro lado, a través de las mismas fronteras que se abren al comercio de bienes, se escapan los desesperados de la región, mexicanos o latinoamericanos, hacia el centro de la expansión capitalista. Ahí se prepara un cambio cultural y aún mismo civilizatorio similar a la caída del imperio romano penetrado por los bárbaros. La población blanca norteamericana en decadencia asiste el crecimiento de los “latinos” en sus vecindades, con sus modales anárquicos llenos de alegría y de creatividad. Mejor que México no se aparte de estos emigrantes. El mundo ha crecido a través de ellos y los cambios de poder mundial se han hecho con ellos.
CONCLUSIONES
En los años 80 y principios de los 90 se generaliza el uso de nuevos productos o procesos de producción, desplazando a los anteriores. Ello genera la destrucción de unos y la creación otros de sectores económicos; lo que Schumpeter llamó la “destrucción creadora”. Para analizar este fenómeno se requiere observar el ciclo económico.
El estudio del ciclo económico permite explicar la deflación en la economía mundial, ya que el movimiento de precios tiende a seguir las ondas largas de acuerdo con el ciclo de Kondratiev. Así se observa que durante crisis de 1987 se presenta un período de “destrucción” de activos internacionales, que se traduce en crisis recurrentes.
En las políticas económicas contemporáneas, se insiste sobre el crecimiento sin empleo, tesis que se busca contrarrestar al mostrar el desplazamiento del empleo desde la industria a los servicios, y, de los países centrales a los periféricos.
En los países subdesarrollados la evidencia empírica demuestra que el libre mercado no es el mecanismo a través del cual se crea la mayor cantidad de empleos, como lo postula el pensamiento neo-liberal, sino que estos se generan en su mayoría a partir de las tecnologías de información, el conocimiento, la educación y el entretenimiento.
A partir de las sociedades latinoamericanas se identifica una tendencia que se caracteriza por los bajos salarios y las largas jornadas de trabajo, instauradas a partir de las políticas de flexibilización laboral, presente en los sectores de vieja tecnología; sin embargo, la alternativa deseable es hacia salarios más altos y hacia el empleo de trabajadores educados, por ello la creación de empleo debe establecerse como un objetivo central y prioritario.
Para alcanzar esta alternativa son necesarios acuerdos de cooperación económica que permitan una integración regional entre países desiguales. El Merco Sur, pese a sus necesidades de ajuste e institucionalización, avanza de manera importante en la alternativa de generar capacidades científicas y tecnológicas comunes.
Con este marco, los problemas y perspectivas económicas de la globalización y la innovación para los países latinoamericanos son:
1) Es necesario partir de un análisis mundial y de los periodos de auge y crisis de los ciclos largos, para situar los condicionamientos del desarrollo de las economías nacionales. En este contexto, es necesario plantear escenarios de la evolución del “patrón tecnológico” con los movimientos de capital, y los desplazamientos hacia los países periféricos.
2) Dado que no hay capital sin Capitalismo Monopolista de Estado (CME), las crisis se van resolviendo vía la socialización de la producción ante la propiedad privada. En este orden de ideas, la ciencia financiada con recursos privados, puede funcionar en la medida de que se apoya en los recursos públicos vía múltiples subsidios a la investigación.
3) Las altas inversiones requeridas para incorporar las nuevas tecnologías requieren del financiamiento del Estado, y es deseable la elaboración de políticas regionales, como la del Mercosur para generar capacidades científicas y tecnológicas comunes.
4) La actividad productiva es cada vez más un momento determinado de un amplio proceso social de investigación y desarrollo, invención e innovación, por lo que el conocimiento pasa a ocupar un papel central y articulador del conjunto de la vida económica, social, política y cultural, que implica un planteamiento vinculado al medio ambiente, considerando la historicidad de la naturaleza.
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INTRODUCCIÓN 2
LA DESTRUCCIÓN CREADORA: INNOVACIÓN Y CICLOS ECONÓMICOS 3
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICOS Y LA FUERZA DE TRABAJO. 5
INNOVACIÓN, CAMBIO TECNOLÓGICO Y DESEMPLEO 8
CRECIMIENTO ECONÓMICO, COMERCIO EXTERIOR Y LIBRE COMERCIO 11
ECONOMÍA Y GEOPOLÍTICA 15
EL MERCO SUR SE EXPANDE 16
CONCLUSIONES 18
GLOBALIZACIÓN, INNOVACIÓN Y CRECIMIENTO: Geopolítica e integración
Theotonio Dos Santos
INTRODUCCIÓN
Después de la Segunda Guerra Mundial, la economía mundial fue marcada por una constante y a veces explosiva tendencia inflacionaria. Los gobiernos tendían a adelantar recursos para la inversión esperando recuperarlos como resultado de los efectos productivos de las inversiones. La generación de mayor demanda a través del gasto público también generaba más empleo de mano de obra y de los demás recursos instalados. Según se creía, se recuperaría, vía aumento de la producción y pleno empleo, los adelantos en gastos estatales. Pero no se podría evitar una presión inflacionaria, sobre todo en los Estados Unidos, donde los gastos militares se cristalizaron en niveles muy elevados.
Las inversiones en educación, salud, habitación elevaron la calidad de la mano de obra y tuvieron también efectos positivos a mediano y largo plazo. Por todos los lados, se buscaba la plena ocupación de los factores económicos y la teoría económica se concentraba en estos temas. La curva de Phillips articulaba pleno empleo e inflación: ella pretendía mostrar los límites del pleno empleo que, al ser alcanzado, generaba la inflación (ver recuadro 1). Pero, al mismo tiempo, permitía concebir una economía en crecimiento sin inflación, siempre próxima del pleno empleo.
En este universo teórico, en que se formó la mayor parte de los grandes economistas actuales, no había casi ningún espacio para el ciclo económico (excepto los ciclos de corto y mediano plazo que habían disminuido con todo de intensidad, en consecuencia de la ola de inversiones del posguerra) y no quedaba ciertamente ningún espacio para la cuestión de la deflación. Este tema es completamente ajeno a la formación de los economistas desde la posguerra hasta la actualidad. Su preocupación ha sido siempre con los peligros del aumento de precios y de los gastos públicos.
Sin embargo, desde 1982, y particularmente desde 1989, hay evidentes señales de deflación en la economía mundial. La inflación se caracterizaba por la tendencia a generar un exceso de recursos monetarios en la economía y, en consecuencia, una tendencia al aumento de los precios. La deflación se caracteriza por la falta de recursos monetarios suficientes para adquirir los nuevos bienes producidos y por la tendencia derivada de esta situación a la caída de los precios. Por esta razón, los economistas oficiales tienden a asociar la deflación con la desinversión y la baja de la producción.
Recuadro 1. La curva de Phillips
LA DESTRUCCIÓN CREADORA: INNOVACIÓN Y CICLOS ECONÓMICOSCon todo, la cuestión no es tan simple. Hay que buscar los orígenes de la tendencia deflacionaria mundial a través de un análisis más profundo de los ciclos económicos, sobretodo los ciclos largos de Kondratiev. Según Kondratiev, la economía mundial funciona en ondas largas de cerca de 60 años caracterizadas por un período A de ascenso de las variables económicas de cerca de 30 años y un período B de descenso también de cerca de 30 años (ver recuadro 2)
En sus estudios empíricos de las tres ondas largas que pudo identificar, Kondratiev, que escribió en mediados de los años 1920, encontró un movimiento de los precios que tiende a seguir estas olas largas. En los períodos de ascenso hay elevación de precios, en los períodos de descenso hay caída de precios o disminución en el ritmo de crecimiento de los precios.
Con todo, en la década de 1970, cuando la economía mundial entró en crisis general, de acuerdo con el modelo de Kondratiev, fue constatado un extraño fenómeno: la estanflación. Es decir un estancamiento de la economía acompañada de inflación. Esto provocó una gran crisis en la teoría económica oficial, es decir, en la síntesis neo keynesiana que asociaba descenso productivo con caída de precios y vice-versa.
La ciencia económica oficial se dirigió hacia una crítica muy dura a los Keynesianos, acusando los de analizar los fenómenos económicos desde el lado de la demanda, mientras ellos, los nuevos clásicos, se ponían del lado de la oferta.
Por otro lado, una fuerte corriente de pensamiento basada en Schumpeter, Kondratiev y Marx, logró explicar estos fenómenos a través de varios conceptos que apuntalaban hacia la consolidación, en los periodos de ascenso de las olas largas, de estructuras socio-políticas e instituciones que lograban establecer patrones tecnológicos determinados y nuevas combinaciones socioeconómicas. En los años de crecimiento se lograba mantener las formas de producción y distribución alcanzadas en estos períodos, aún cuando la economía entraba en crisis. De esta forma, se creaba una tendencia al aumento de precios y salarios aún en los momentos de crisis: los monopolios y los sindicatos aparecían como los responsables de mantener la inflación aún cuando había tendencia a la caída de la producción.
Los años ochenta y la primera mitad de la década del 90 se caracterizaron por la ofensiva permanente y brutal de los representantes del capital para hacer caer sobre los hombros de los trabajadores y de las poblaciones desocupadas y sub ocupadas el costo de la crisis. La confrontación tiene también un ángulo interestatal que se proyecta sobre las confrontaciones entre el Norte y el Sur del planeta.
En 1973, los países petroleros que recién se habían apropiado de sus fuentes de petróleo y organizados en un cartel (la OPEP) habían elevado el precio del petróleo en una proporción razonable en relación a la pérdida del valor del dólar, que había abandonado su convertibilidad oficial en oro. Con esto, estos países indicaban su disposición de no pagar el costo de la deflación. Otros productores de productos primarios, como el cobre, el zinc, etc., buscaron el mismo camino.
Con ello se declara una lucha planetaria para determinar quién pagaría los costos de la crisis general del capitalismo. Después de algunas confrontaciones aparentemente favorables a los países en desarrollo, en el final de la década del 70 se inicia una nueva tendencia: cae el precio del petróleo y aumenta la tasa de interés de Estados Unidos e Inglaterra. Mme. Thatcher golpea a fondo a los mineros del carbón y Reagan desarticula los sindicatos de las empresas aéreas. Se abría el camino para una era de confrontación, bajo el concepto de competitividad. Que cada clase, cada grupo social, cada región económica, cada formación social, cada empresa o grupo de empresas se defendiese como pudiera. Al final ganarían los más fuertes.
Schumpeter denomina “destrucción creadora” a este fenómeno económico, típico de la fase final de los períodos de descenso de los ciclos largos: la destrucción de sectores económicos enteros y su sustitución por nuevos productos o procesos de producción más avanzados y más baratos. Esto fue lo que asistimos en las década del 80 y el principio del 90. Los cambios en los sistemas de producción no son, sin embargo, casuales. Ellos obedecen una cierta lógica, ciertos padrones que hoy se estudian bajo el concepto de “paradigmas tecnológicos”. El final de un período de descenso de largo plazo se caracteriza exactamente por la emergencia del nuevo paradigma tecnológico.
Recuadro 3. La evolución del pensamiento sobre los ciclos largos
Los períodos de crecimiento se caracterizan por la difusión y generalización del nuevo paradigma. En esta fase, se rompen muchos monopolios, surgen nuevas potencias económicas, se cambian las relaciones de producción, las empresas se funden en gigantescos grupos económicos.
En tales circunstancias, la exacerbación de la competitividad hace muy difícil mantener los precios de venta de los nuevos productos muy por arriba de sus precios de producción. Y estos, como vimos, están en plena caída como resultado de la incorporación del nuevo paradigma tecnológico.
Sin embargo no son solo las ramas tecnológicas de punta que ven los precios de sus productos bajar dramáticamente, como los computadores, los electrodomésticos, etc., pues ocurre también en ramas tradicionales como los textiles, las confecciones, los calzados, las agroindustrias, y muchas más.
Al mismo tiempo, ocurren fenómenos muy interesantes en el lado financiero de la economía. El largo período de crisis se inicia, de hecho, en 1967 con la consolidación del déficit fiscal norteamericano, a partir del pleno involucramiento de este país con la guerra del Vietnam. A partir de este momento, los títulos de la deuda pública empezaron a ser una excelente opción para el capital sobrante debido a la caída de la tasa de ganancia en Estados Unidos y Europa. Con tasas de ganancia más bajas e tasas de interés más altas es fácil percibir porque hay el abandono de las inversiones productivas, las cuales son sustituidas por una creciente especulación financiera. En 1973, con el abandono de la convertibilidad del dólar en oro, que había sido garantizada en Bretton Woods, surge la llamada “serpiente monetaria”, un campo de especulación nuevo, sobre todo para las firmas que operaban en varios países.
El reciclaje de los petrodólares fue otro campo de especulación financiera. En el final de 1970 y comienzo de 1980, la elevación de la tasa de interés de la deuda pública norteamericana y la elevación del déficit público a cerca de 300 mil millones de dólares anuales, durante el gobierno Reagan, crearon una demanda colosal de capital especulativo. El déficit comercial de Estados Unidos y los correspondientes superávits de Japón y Alemania crearon los excedentes financieros para atender a esta demanda.
La crisis de 1987 y el peligro de mantener una política de déficit fiscal indefinido cambiaron las reglas del juego en la década del 90. La economía americana en crisis fue obligada a devaluar el dólar y buscó disminuir su déficit comercial de cualquier forma.
De 1990 las reglas del comercio mundial cambian drásticamente. El dólar se devalúa y, con él, los enormes activos monetarios de los bancos centrales y otras instituciones. La tasa de interés cae del 18% al 4,5 y llega al 5,62%. Entramos así en un período de “quema” de activos internacionales bajo la forma de varias crisis sucesivas. La de 1987 hizo desaparecer de la economía mundial un billón de dólares en menos de una semana; las quiebras de bancos en Estados Unidos, Inglaterra y otros países en 1989-93; la crisis mexicana de 1994, que obligó a la formación de un fondo de 80.000 millones de dólares, monitoreados por el gobierno de los Estados Unidos de América y garantizado por los recursos de la venta del petróleo mexicano a los Estados Unidos. La crisis asiática de 1997-98 que provocó la desvalorización de varias monedas del Sudeste asiático y que llegó hasta el Japón.
En todas estas oportunidades la economía mundial estuvo bajo el signo de la devaluación, de la deflación. Tratase del otro lado de la destrucción creadora de que nos hablaba Schumpeter. La devaluación de activos inmuebles y muebles, financieros y monetarios lleva a la caída de la tasa de interés y a la creación de las condiciones para nuevas inversiones basadas en ahorro de capital. El capital se abarata y la inversión vuelve a crecer.
La hegemonía del pensamiento neoliberal en los ochenta y noventa transformaron estos cambios en fenómenos ciegos e incontrolables. Por eso, en los últimos años se produce un abandono cada vez más rápido de los principios neoliberales para retomarse la idea de una gestión humana y social de los cambios revolucionarios que estamos viviendo.
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICOS Y LA FUERZA DE TRABAJO. VISIÓN ECONÓMICA
Un fantasma recorre el mundo desde fines del siglo pasado: la amenaza del desempleo que aumenta aún en períodos de crecimiento económico.
Es necesario recordar que estamos en plena reestructuración productiva de la economía mundial. En la década de los setenta la siderurgia norteamericana y europea presentó una reducción a menos de un tercio de su producción. La industria del carbón prácticamente cerró. Importantes ramas industriales se deslocalizaron a diferentes regiones del mundo. Como resultado de esas deslocalizaciones ocurren mudanzas fundamentales en la composición de la mano de obra mundial.
En Estados Unidos disminuyó la participación de la mano de obra industrial en el conjunto de la fuerza de trabajo en las décadas de 70, 80 y 90. En el Japón, pasó lo mismo a partir de la segunda mitad de la década de los ochentas. En Alemania, el desempleo industrial avanzó en la década de los noventa. En los tigres asiáticos y las nuevas economías industriales (NEI), en general, la mano de obra creció significativamente en la década de setenta y parte de la de ochenta. En seguida, se estabilizo y llego a disminuir en algunos de estos países a partir de la segunda mitad de los ochenta.
Por tanto en vez de un aumento del desempleo en general, se observa primero, una fuerte deslocalización del empleo: del agrícola para el industrial, iniciada a principios del siglo XX; del industrial para los servicios, a partir de los años 50, la cual se acelero a partir de la década de los 80 con la introducción de la robotización.
En resumen el aumento de la productividad agrícola e industrial genera una producción suficientemente grande para sustentar un sector creciente de servicios. El desenvolvimiento de un enorme aparato de investigación y desarrollo, elevó la capacidad de innovación del sistema económico y en consecuencia aumento aun más la productividad. Al eliminar sectores económicos obsoletos, la crisis, que se prolongó del 67 al 94, abrió camino para que –en la década de ochenta y noventa- las inversiones se orientasen hacia las ramas más productivas y más dinámicas.
Estas innovaciones conducen a nuevas estructuras industriales y absorben gran parte del avance tecnológico acumulado en las décadas anteriores. Tal es el caso de la robotización que, a pesar de estar anunciada desde los años sesenta, solamente se concretó hasta los años ochenta con la utilización masiva de robots por Japón, seguida posteriormente por los Estados Unidos y Europa. En la década de los noventa, Estados Unidos y Europa finalmente alcanzan los nuevos patrones tecnológicos japoneses que tienden a generalizarse en las economías emergentes, particularmente en China.
Sin embargo ¿Por qué el aumento del desempleo estructural no fue compensado por los empleos del sector servicios y, se exacerba la exclusión social durante este periodo? Esto se debe a que las nuevas inversiones provocaron grandes reducciones de la mano de obra industrial, en una fase en que se habían reducido también las inversiones en los nuevos servicios ligados a las innovaciones tecnológicas. En muchos países, estas inversiones no se realizaron debido a deficiencias socioeconómicas y culturales o debido a la falta de control del excedente económico por los agentes sociales que favorecían el avance del conocimiento científico y tecnológico.
Segundo, porque los recursos necesarios para las nuevas inversiones en la economía del conocimiento y de la información, ligadas a la Revolución Científico Técnica (investigación y desarrollo, educación, medio ambiente, cultura, tiempo libre, información, etc.), estaban comprometidos en otras actividades. Entre ellas señalamos los gastos para la hegemonía geopolítica en los Estados Unidos, particularmente los gastos militares, la especulación financiera, el aumento de la deuda pública y el pago de los intereses de la deuda, etc. Los servicios financieros sobretodo crecen desproporcionadamente en la década del 80 y entran en una crisis al final de esta misma década y al principio de los años 90.
Recuadro 4. La revolución científico-técnica
La actual campaña de la derecha internacional contra el “dumping social” es solamente el comienzo de un movimiento contra estos cambios comandados por el aumento de las innovaciones revolucionarias que inició el nuevo ciclo largo desde 1994. Las sociedades subdesarrolladas tendrán que incorporar forzadamente nociones de derechos humanos, protección al trabajo, jornadas más cortas, mejores salarios, etc. Un tema pendiente de discusión es como estas exigencias se compatibilizarán con fenómeno típicos de estos países, como el aumento acentuado del desempleo, del subempleo y de la exclusión social. Sobre todo porque estas economías no invierten suficientemente en educación, ciencia, tecnología, cultura, tiempo libre e información, los cuales son los sectores generadores de empleo en el nuevo paradigma tecnológico.
Esto genera desempleo en los servicios bancarios y en otras áreas de servicios con altos salarios.
En tercer lugar, el desempleo aumenta debido a que la estructura ocupacional de las relaciones sociales de producción no acompaña los cambios del sistema productivo, y a que el aumento de la productividad no se distribuye igualmente entre los distintos agentes sociales. Es evidente que un crecimiento tan masivo de la productividad tendría que ser acompañado por aumentos de salarios y por la disminución de la jornada de trabajo.
Ninguno de estos dos fenómenos ocurrió. ¿Porque? Porque los años de crisis entre 70 y 80 debilitaron el movimiento sindical y los movimientos sociales en general. Se requiere considerar el efecto diferenciado del desempleo en los países dependiendo del poder de negociación de los sindicatos, así como el de las demás fuerzas sociopolíticas. Como vimos en varios estudios, la coyuntura recesiva mundial está en camino hacia la superación de la tendencia recesiva y hacia el crecimiento económico. En estas circunstancias, la estructura institucional tendrá que adaptarse a la nueva coyuntura. El principal cambio positivo que deberá ocurrir en los países centrales es la disminución de la jornada de trabajo, la cual ya se encuentra en curso. Esta permitirá transferir las ganancias de productividad actuales a las masas de trabajadores asalariados aumentando drásticamente el número de empleos.
Varias empresas ya iniciaron la disminución de la jornada de trabajo hasta 32 horas semanales. En Francia sindicatos de trabajadores firmaron en octubre de 1995 un “acuerdo interprofesional del empleo” que inicia negociaciones para reducir la jornada por ramas de producción a fin de aumentar la creación de empleos “de 300 a 900 mil en dos años”. Este acuerdo se basó en la ley votada por los socialistas y la izquierda en general a favor de las 35 horas de trabajo semanales.
En Japón y en Asia ha habido claros esfuerzos en el mismo sentido, a pesar de que parten de jornadas de trabajo más largas. La disminución de la jornada de trabajo a nivel mundial, sobre todo en las nuevas economías industriales, ciertamente vendrá - como ocurrió en los años 1920 y 30. En esa época, bajo la presión de los acuerdos de Viena, la OIT, comandada por los países que la habían adoptado, exigió y logró disminuir la jornada de trabajo del orden de 60 a 48 horas en todo el mundo.
En la mayoría de las nuevas economías industriales (NEI) solo se puede disminuir el impacto del desempleo estructural reforzando las ocupaciones “sociales” para la enorme masa de trabajadores sin empleo y sin perspectivas. Esto exige un aumento de los gastos estatales en sectores sociales, lo que en general no encuentra una buena receptividad en las clases dominantes locales.
La reforma agraria es, por ejemplo, un camino para la ampliación ocupacional que enfrenta una fuerte oposición en las clases dominantes y también en sectores de las clases medias, disminuyendo la capacidad ocupacional de estas sociedades. Es importante constatar también el impacto negativo del pensamiento “único” neoliberal sobre estas formas de generación de empleo .Ellas insisten en el libre mercado como el gran creador de empleo, lo que va en contra de los datos o de la evidencia disponible y de los análisis de la realidad particularmente en los países dependientes y subdesarrollados.
Las actividades agroindustriales para la producción de energías renovables, basadas en la biomasa (como el programa Proalcohol del Brasil) puede ser un camino significativo de generación de empleo si se combina con una nueva economía social en las pequeñas y medianas ciudades. Por otro lado, el sector informal con sus micro, pequeñas y medianas empresas puede generar importantes sumas de ocupación, sobre todo si se apoya en los principios de una “economía solidaria”.
Sin embargo no se debe alimentar la ilusión de que esas soluciones son definitivas y que pueden ser el centro de una estrategia de generación de empleo. El empleo altamente calificado es la solución más completa y definitiva. El empleo está asociado con el desarrollo social de los países. Así, la información, el conocimiento, el tiempo libre y la educación son los mayores generadores de empleo en el mundo contemporáneo. La salud, los cuidados personales a los niños, a los enfermos, a los incapacitados, a los socialmente carentes, y las políticas sociales en general son otras tantas fuentes contemporáneas del empleo.
Existen otras “soluciones” aparentes que tienen consecuencias perversas. La principal de ellas es la propuesta de la disminución de los “costos” sociales del trabajo. Desde los países socialmente avanzados, como Alemania, hasta los países más atrasados como Brasil se suceden las tentativas de reducir las conquistas sociales de los trabajadores. El razonamiento es simple: la reducción de los costos sociales del trabajo aumenta la ganancia y estimula la inversión y por tanto genera empleo.
Como vimos, este razonamiento es equivocado en la actual coyuntura. Las inversiones se orientan para los sectores de alta innovación tecnológica, donde el empleo industrial disminuye, pero aumentan los empleos de investigación y desarrollo, la educación, el entrenamiento, la información, la gestión, el diseño, el tiempo libre, la cultura etc. En estos sectores, la tendencia es hacia salarios más altos y hacia el empleo de trabajadores educados. Estos disponen de mayor capacidad para luchar por derechos sociales y alcanzar jornadas de trabajo más cortas y flexibles.
El mundo de la vieja tecnología tendía a apoyarse en bajos salarios, largas jornadas, etc., así como a generar menos empleos. Estas actividades tienden a transferirse a los países socialmente más atrasados, a los cuales se busca exportar también las tecnologías más contaminantes. Los países que adopten esta filosofía están entonces condenados a reforzar el atraso y a generar poco empleo, aumentando la masa de desempleados, marginados y trabajadores informales.
INNOVACIÓN, CAMBIOS TECNOLÓGICO Y DESEMPLEO. VISIÓN POLÍTICA
Terminada la Segunda Guerra Mundial, los gobiernos victoriosos en la guerra tenían una nueva batalla que ganar. Se veían obligados a derrotar la recesión y el desempleo. Mientras el nazi-fascismo había generado el pleno empleo de la capacidad productiva a través de la degradación del trabajo , los Aliados victoriosos dependían de un fuerte movimiento democrático que exigía el pleno empleo basado en el reconocimiento de los derechos sociales de los trabajadores.
Un marco significativo de este espíritu democrático del pos-guerra está en el Acto del Empleo votado por el Congreso Norte-americano en 1946, el cual estableció el Comité Económico Conjunto de las dos Casas del Congreso para realizar informes y recomendaciones al Congreso sobre la maximización del empleo, de la producción y del poder de compra. El clima democrático de la Post Guerra impuso el pleno empleo como principio orientador de la política económica norte-americana y de los países bajo su influencia hegemónica.
Es necesario decir, que el otro lado del espectro ideológico de los Aliados, representado por la Unión Soviética, defendía con el mismo vigor el principio del pleno empleo. Gran parte del debate ideológico del período se orientaba en el sentido de demostrar la capacidad mayor del capitalismo o del socialismo para alcanzar el pleno empleo.
¿Cómo fue posible que una motivación tan válida y tan vital para la humanidad haya desaparecido del primer plano de la reflexión económica? ¡A tal punto que el tema del pleno empleo parezca una utopía inalcanzable en la literatura económica de nuestros días! Y sin embargo los pueblos continúan aspirando al pleno empleo. Esto se refleja en el debate político y electoral, donde no puede faltar el tema del empleo que siempre aparece en las encuestas de opinión entre las primeras aspiraciones de la población.
¿Es el pleno empleo un objetivo inalcanzable en nuestros días, como lo afirman autores de derecha, del centro e inclusive de la izquierda? La afirmación se basa en los altos índices de desempleo alcanzados en los últimos veinte años sobre todo en los países desarrollados. Sin hablar de la expansión del subempleo incorporado en la noción de empleo informal que comprende hoy día cerca del 50% o más de la mano de obra de los países económicamente dependientes.
Es necesario calificar esta afirmación inicial. Aunque es verdad que Estados Unidos y Europa alcanzaran altos índices de desempleo en las décadas del 80 y del 90, es necesario considerar dos hechos significativos:
En primer lugar, economías como la japonesa y la de los tigres asiáticos conservaron altos índices de empleo mismo en el período de alto desempleo en Europa y Estados Unidos. Japón estuvo próximo al pleno empleo durante toda la década del ochenta, llegando al 1,5% o 2% de desempleados en este período hasta 1993, cuando la crisis japonesa elevó las tasas del desempleo de este país a los 4%.
En segundo lugar, los Estados Unidos de Norteamérica presentaron una fuerte tendencia al pleno empleo en la década del 90, como consecuencia del crecimiento sostenido logrado entre 1994 y 2000. Las tasas de desempleo de dos dígitos alcanzadas en los ochenta bajaron al 4.3% en el 2000. En Europa, la recuperación fue más moderada y más lenta, iniciándose en la segunda mitad de la década del noventa. Sin embargo, recién empiezan a sentirse los resultados de la retomada del crecimiento sobre el empleo en varios países de este continente.
En los países en desarrollo, se debe constatar la ausencia de crecimiento económico ocurrida en las décadas del ochenta y del noventa en los países que se endeudaron en los setenta y se entregaron al pago de los altos y especulativos intereses, por los menos entre 1983 y 1987-9. Esta extracción brutal de excedentes fue suficiente para inviabilizar el desarrollo de estas economías por un largo período que pasó a denominarse como la “década perdida”.
Encontramos así una correlación inmediata entre el crecimiento económico y la tendencia al pleno empleo. Muchos autores pretenden negar la existencia de esta correlación en nuestros días debido a las características nuevas que habrían generado los cambios tecnológicos en los últimos años.
Sin embargo, no podemos aceptar ciertas conclusiones apuradas que se establecen a partir de una observación superficial de las tendencias actuales del cambio tecnológico generado por la Revolución Científico-Técnica.
El avance tecnológico logrado por la llamada tercera revolución industrial (para nosotros esta es un aspecto específico de un proceso más amplio que es la revolución científico- técnica) se refleja en una mayor productividad del trabajo y consecuentemente en una menor cantidad de trabajo necesario para producir bienes y servicios necesarios a la población (o hasta desnecesarios desde el punto de vista de criterios culturales y éticos).
La disminución del tiempo de trabajo necesario para producir bienes y servicios solo afectará al empleo si los trabajadores continuaren sujetos a jornadas de trabajo iguales o insuficientemente disminuidas en relación al aumento de productividad logrado por el avance tecnológico.
La noción de jornada de trabajo es ajena a la mayoría aplastante de las ecuaciones desarrolladas por el pensamiento económico ortodoxo. Más bien la jornada del trabajo es un elemento fundamental en la definición del empleo. Desde la victoria de los Cartistas en 1850, al lograr que el parlamento inglés estableciera las 10 horas de trabajo, los trabajadores han logrado disminuir progresivamente el tiempo de trabajo en que se someten al dominio del capital, es decir, la jornada diaria de trabajo, lo que incluye los períodos de vacaciones, licencias y descanso.
Toda vez que el capital logra hegemonizar la situación política, sobre todo en los períodos de largas fases recesivas (que amenazan a los trabajadores con despidos masivos), sus representantes más reaccionarios retoman los ataques a las conquistas de los trabajadores en relación al tiempo del trabajo. Esta lucha solo puede ser entendida con una teoría del valor la cual desaparece de la “ciencia” económica con la hegemonía de los “neoclásicos” pero cuyos efectos no son olvidados un en las luchas sociales concretas.
El neo liberalismo se vuelve sobre todo en contra de los derechos de los trabajadores que según ellos son fruto del corporativismo y de conductas anti-mercado (imperfecciones del mercado ideal que ellos concibieron en sus cabezas). De repente, la teoría del valor se entromete en sus raciocinios bajo la forma de los costos de producción, que incluyen el precio del trabajo (el salario) y su disponibilidad para el dueño del capital (la jornada de trabajo).
En su razonamiento fundamentalista de clase, el capital es la fuente de la inversión y consecuentemente el costo del trabajo es una limitante de la inversión. Cuanto más bajo y más disponible sea el trabajo, mejor será para la inversión y consecuentemente para el crecimiento económico y para la felicidad humana. Pues en su noción de humanidad no entra para nada su lucha por la superación de los duros aspectos del trabajo cotidiano.
De ahí se parte fácilmente a las políticas llamadas de “flexibilización del trabajo” que tienen por objetivo disminuir los salarios y aumentar la intensidad y el tiempo o jornada del trabajo bajo el dominio del capitalista.
Es evidente que para los trabajadores la cuestión se pone exactamente al reverso. Los avances de la tecnología permiten producir más en menos tiempo. Luego, necesitamos de menos horas de trabajo por día, es decir menores jornadas de trabajo lo que significa, por lo menos, la no disminución del número de trabajadores necesarios para crear los mismos productos y bienes anteriormente producidos.
La lucha por la disminución de la jornada de trabajo es hoy un punto central de la lucha de los trabajadores europeos y que Francia asumió como vanguardia de esta conquista, con efectos evidentes en la retomada del crecimiento económico y en la disminución del desempleo en este país. Muchos sectores patronales reconocen los efectos positivos de esta política y aceptan con pocas restricciones estos avances civilizacionales. Pues, aun cuando bajen sus tasas de ganancia permiten una calidad de vida superior para toda la sociedad.
El aumento del tiempo libre de los trabajadores no solamente garantiza un mayor número de personas empleadas, ofrece a los trabajadores oportunidad de mayor nivel de estudios, de más tiempo para una vida espiritual. Por tanto aumenta la calidad de vida de la población, disminuye la violencia social, y asegura una mayor preparación de la mano de obra. Este último se convierte en uno de los elementos claves de la competitividad en nuestros días. La revolución científico técnica exige trabajadores cada vez más educados y solamente las sociedades capaces de crearlos (o importarlos) podrán colocarse en la punta del sistema económico mundial.
El lector debe notar porque sociedades dominadas por oligarquías arcaicas esclavistas y señoriales como las latinoamericanas, están condenadas a un papel inferior en el sistema productivo mundial. Las sociedades latinoamericanas fundamentan su competitividad en la mano de obra barata y a baja capacidad de desarrollo de sus trabajadores. Su competitividad es necesariamente baja y restringida a sectores económicos marginales. Las visiones económicas prevalecientes no ven con horror, sino con satisfacción la existencia de estas enormes masas de subempleados, de marginales o de economía informal. Sometido a las condiciones sociales del trabajo barato flexible y a su dominio embrutecedor.
Por esta razón una campaña por el pleno empleo en la región latinoamericana es al mismo tiempo extremamente difícil y tremendamente necesaria. Tratase no solamente de defender la importancia de generar empleo, sino de establecer la creación de empleo como el objetivo central, absolutamente prioritario, de la política económica de la región.
Tales principios chocan de frente con las orientaciones del Fondo Monetario Internacional a pesar de las cándidas afirmaciones de sus directores según las cuales este organismo no define prioridades de inversión. Nada es más falso: el FMI y la doctrina económica neoliberal que lo inspira no hacen otra cosa que establecer prioridades a nuestra política económica. Para ellos el equilibrio fiscal se coloca antes de cualquier prioridad de inversión
Prioridad de las prioridades, esta primacía del equilibrio fiscal es con todo manejada con pragmatismo, permitiendo a sus protegidos generar déficits fiscales gigantescos para pagar altísimas tasas de interés. El pago de intereses es también para ellos una prioridad que no ponen en discusión.
Revertir este cuadro y mostrar a la mayoría de la opinión pública que es posible la política de pleno empleo y conducir nuestras economías y sociedades hacia otras prioridades nos permitirá alcanzar niveles civilizacionales superiores y superar nuestra dependencia y nuestras miserias. Veamos ahora las implicaciones de esta polémica en el plano internacional.
CRECIMIENTO ECONÓMICO, COMERCIO EXTERIOR Y LIBRE COMERCIO
Existe en nuestros días una fuerte corriente de pensamiento, quizás hegemónica, que vincula íntimamente crecimiento, comercio exterior y libre cambio. Sin embargo no hay ninguna base histórica para realizar estas correlaciones, pues son consecuencia de un razonamiento puramente abstracto que tiene sus raíces en las teorías de David Ricardo en el principio del siglo XVIII. De hecho, Ricardo demostró que sería ideal una situación en la cual cada economía local o nacional se especializase en aquello(s) producto(s) en los cuales disponga de mayor ventaja comparativa, desde el punto de vista de la productividad de los factores locales. Esta teoría fue perfeccionada con una visión neoclásica por Ohlin que incluyó entre los factores locales la relación ente capital y trabajo expresa en las funciones de producción. Quedó más o menos aceptado que los países que disponen de más mano de obra que de capital tienen que especializarse en productos agrícolas y materias primas mientras que aquellos con más capital que trabajo (como resultado del desarrollo tecnológico) deben dedicarse a productos de mayor intensidad tecnológica. Esta división de trabajo mundial era y es aún presentada como extremamente favorable a todas las partes en interacción. Es evidente que para estos razonamientos generales, el libre comercio será el mundo ideal para el pleno desarrollo de estas condiciones ideales de comercio mundial.
Ocurre sin embargo que el mundo real es muy diferente de estos razonamientos abstractos que ignoran los acontecimientos y las relaciones claves de la economía mundial. El mundo concreto no se parece a un modelo de economías nacionales especializadas alcanzando un crecimiento económico similar. Por el contrario, desde la expansión económica europea a partir de los siglos XV y XVI se han especializado las economías locales en función de la demanda europea: metales preciosos, especies y productos tropicales, agricultura tropical o semitropical y esclavos. Las economías exportadoras estuvieron en general en manos de grandes propietarios europeos creados por la corona española y portuguesa a las cuales el papado entregó todas las tierras del nuevo mundo. Este comercio que sirvió de fundamento a la economía moderna no ha sido nunca libre, mas bien ha sido organizado por los Estados nacientes en Europa, a través de compañías monopolistas fundadas por sus protegidos.
Muchos creen que en el siglo XVIII y XIX, bajo la expansión británica sobre todo se creó un mercado libre en el mundo. No podemos concordar con la idea que un comercio mundial realizado por empresas inglesas protegidas por la Marina británica pueda ser considerado libre. Ahí estaban empresas monopolistas apoyadas por la Reina de Inglaterra administrando vastos territorios del mundo. La mayor parte de la población de la tierra se encontraba sometida a la dominación directa o indirecta de Gran Bretaña y no gozaban de ninguna libertad para realizar su comercio. No fue sin razón que en las potencias emergentes como los Estados Unidos, la Alemania, la Francia o el Japón se adoptaron políticas proteccionistas radicales.
El caso más impresionante de proteccionismo ha sido exactamente el de los Estados Unidos de Norte América. En este país, los exportadores de algodón del sur se rebelaron en contra de los aranceles impuestos por el norte para proteger sus industrias nacionales. La rebeldía del sur fue derrumbada con una guerra civil que dejó dos millones de muertos. Para ganar la lucha en contra del sur el norte no dudó en terminar con la esclavitud para derrumbar definitivamente la economía esclavista exportadora y sus ejércitos de esclavos cuya liberación desintegraba. Al contrario de lo que se piensa los Estados Unidos ha sido siempre un país proteccionista y ha fundado su poder contemporáneo en la imposición de los aranceles del norte sobre el sur por la fuerza. ¿Qué sería de los Estados Unidos si hubiera ganado la guerra civil el sur librecambista, esclavista y políticamente autoritario?
Podemos adivinarlo si lo comparamos con América Latina donde se eliminaron todas las rebeliones de artesanos y manufactureros y se impusieron la conservación de la servidumbre y de la esclavitud junto con la especialización exportadora basada en la doctrina del libre cambio. En esta región ganó el sur librecambista, esclavista y políticamente autoritario.
El libre cambio no ha sido la fuente del crecimiento de las grandes potencias capitalistas solamente Inglaterra inició la revolución industrial y tuvo en el libre cambio un instrumento para imponerse sobre el resto del mundo. Pero el mismo tiempo sometía sus colonias sin ningún derecho al libre comercio, de hecho el comercio que se impone al final del siglo XIX y comienzo del siglo XX no puede ser considerado un “libre comercio”. En realidad se trataba de un mundo de grandes potencias imperialistas que lo dividían entre sí sin permitir a sus colonias ninguna libertad de comercio. Al mismo tiempo sus empresas monopolistas controlaban el comercio mundial en las zonas no coloniales. Como sabemos fue la lucha de estas naciones por el dominio del mundo que llevaron a dos guerras mundiales y la crisis de 1920, cuando la perspectiva libre cambista y liberal sufrió ataques definitivos que se impusieron mundialmente después de la Segunda Guerra Mundial.
El mundo contemporáneo de la posguerra también no se caracterizó por un libre comercio. Al contrario, no fue posible crear una organización mundial del comercio como lo proponía Keynes. Los dominadores del comercio mundial, los norteamericanos que tenían después de la guerra cerca de 50% del comercio mundial, han preferido crear el GATT, para imponer muy raramente (con pleno acuerdo de las partes) condiciones de rebaja de aranceles.
Se puede decir, sin embargo, que estas condiciones de libre comercio están finalmente siendo creadas en nuestros días con la puesta en marcha de la Organización Mundial del Comercio. Los hechos indican que los que más exigen libre comercio en esta organización son exactamente los países del Tercer Mundo que adoptan amplias rebajas unilaterales de aranceles, derrumbando el proteccionismo que habían tardíamente impuesto a sus economías en los años de 1940 y 1950 para garantizar un primer despegue industrial que lograron entre los años 30 y 50.
Sabemos en nuestros días que más de 50% del comercio mundial se realiza en el interior de las firmas multinacionales que no son de ninguna manera base para un libre comercio. Sabemos también que se crearon impresionantes mecanismos de subsidio estatal en todos los países desarrollados. Tal es el caso de la economía estadounidense a partir de los estratosféricos gastos militares del gobierno Bush, los subsidios al sector agrícola de bajo poder de competitividad que difícilmente serán rebajados sustancialmente en EE.UU., Europa o Japón.
Por este conjunto de razones no podemos ver como una estrategia fundamental la propuesta mexicana de firmar contratos de libre comercio con varios países del mundo. La prueba de esto es que México no logra desarrollar su comercio con el resto del mundo quedando limitado al comercio con los Estados Unidos. Y para quedar claro que esto no es resultado del NAFTA está el hecho de que no se expandieron significativamente las relaciones comerciales con Canadá, aunque es también firmante del Tratado.
No hay duda que una situación de libre comercio podría servir positivamente a una economía que sepa aprovecharse del mismo para aumentar su competitividad. Pero la llave del comercio se encuentra en la productividad y no en la mayor o menor libertad arancelaria. Veas el caso de China que ha expandido más que cualquier país su comercio en los últimos 20 años. Los chinos no han firmado tratados de libre comercio ni se puede decir que tienen una estructura comercial realmente “libre” en el sentido capitalista. China continúa a ser un país bastante cerrado al comercio internacional. Tanto es así que continúa a ser una compradora limitada. Su éxito comercial se apoya en una moneda de valorización relativamente baja; en una mano de obra barata y de alta calidad educacional y cultural: en una legislación especial de los distritos industriales, estos sí muy libres; en sus subsidios a los sectores que invierten en alta tecnología en el país, buscando garantizar su transferencia para dentro del mismo; en el control de los excedentes de moneda firme generado por los superávits comerciales gigantescos que produce con el resto del mundo, sobretodo los Estados Unidos.
Por lo tanto, no hay una correlación necesaria entre ampliar el comercio externo y el libre comercio, ni una relación entre ambos y el crecimiento económico. Al contrario, excepto la Inglaterra por las razones ya señaladas, las grandes potencias que emergieron en el final del siglo XIX han adoptado el proteccionismo como política para asegurar sus empresas emergentes en contra sobretodo de los ingleses. Asimismo, en todos estos países el comercio exterior representa una parte pequeña de sus economías. Los Estados Unidos han sido el caso típico de proteccionismo y de pequeña participación del comercio exterior en su producto nacional bruto. Solamente en los últimos 30 años esta nación dominante ha reducido drásticamente sus exportaciones para el resto del mundo y aumentado dramáticamente sus importaciones. En el momento actual se puede decir que el crecimiento económico estadounidense está apoyado en grande parte en sus apoyos externos. Su déficit comercial es gigantesco y la deuda norteamericana ha alcanzado niveles incontrolables. Asimismo, las inversiones internacionales se han convertido en la única fuente de ahorro dentro de los Estados Unidos que vive hoy de la atracción de inversiones desde el resto del mundo hacia su economía cada vez más inestable.
Por otra parte los enormes aparatos burocráticos son una fuente de corrupción y de autoritarismo político. Las aduanas han representado un poder muy significativo. Los poderes de la inmigración también son impresionantes. Pero no debemos dejar de acompañar con cuidado el poder creciente de los aparatos financieros internacionales, particularmente el FMI para los países en desarrollo. Esta entidad y varias otras responsables por las políticas de inversión internacional se han convertido en poderes burocráticos y tecnocráticos colosales. La humanidad necesita desarrollar mecanismos para permitir una evolución más favorable de las relaciones internacionales que fortalezcan los responsables directos por la producción y la prestación de los servicios. Para esto estas instituciones tienen que pasar también por una evolución democrática. Es necesario que el público en general pueda influenciar más claramente las políticas de estas corporaciones, instituciones e aparatos burocráticos. Pero ni siempre se encuentra un ambiente favorable a estas demandas de mayor libertad y democracia de las organizaciones básicas de producción. Los empresarios por ejemplo no aceptan con facilidad las exigencias de transparencia en la contabilidad de las empresas y mecanismos más democráticos para la representación de las minorías en los sistemas accionarios. Muchos rechazan las doctrinas que insisten en el contenido social de las empresas y en sus responsabilidades políticas frente al conjunto de la población, sin hablar en el contenido ético de sus propias actividades productivas o de sus servicios.
Pero podemos afirmar que no habrá grandes avances democráticos en el conjunto de la sociedad si no se asegura la democracia en el centro mismo de la vida económica que son las unidades económicas claves como las empresas anónimas, cooperativas, empresas personales o familiares, economía campesina, etc. La democracia no resulta de una ampliación de las libertades públicas que son extremamente necesarias para el desarrollo de las civilizaciones. La democracia se funda en la ampliación de los poderes de los ciudadanos para influir en las decisiones fundamentales de la nación. Entre ellas se encuentra en primer lugar la orientación de las inversiones y de las decisiones sobre nuevas inversiones y sobre el uso de los bienes materiales y espirituales acumulados por la humanidad en milenios de desarrollo civilizacional.
Los acuerdos de integración regional son el mejor camino para desarrollar la cooperación entre economías ni siempre simétricas. Pero no confundamos la integración económica, social, cultural y política, como la que realiza hoy día Europa, con los tratados de libre comercio anárquicos e inestables como el que realiza el TLCAN o pretendía hacerlo el ALCA Además, tales tratados son marcados por concesiones unilaterales, faltando siempre las concesiones de los dueños de los grandes mercados. Quedan también fuera de estos acuerdos el libre movimiento de mano de obra que podría disminuir ciertos nudos de graves problemas sociales en los países en desarrollo.
INTEGRACIÓN Y GEOPOLÍTICA
El debate actual sobre los procesos de integración no pueden ser discutidos dentro de un plano exclusivamente económico. En este plano, si consideramos el pensamiento neoliberal puro, tendríamos que aceptar que la única integración correcta es la del libre comercio generalizado. Siguen ellos, las integraciones regionales son intervenciones “artificiales” que imponen límites proteccionistas a las zonas no integradas.
La institucionalización de un pensamiento económico absolutamente autista pretende orientar la toma de posición de naciones enteras, cuya realidad pasa por otros factores como las relaciones sociales y políticas y las relaciones históricas de carácter local, nacional o regional. No se puede definir políticas concretas sin considerar las realidades geopolíticas en que se insertan los fenómenos económicos.
Sin embargo, se introducen consideraciones geopolíticas que indican las preferencias reales de los “teóricos” para justificar el apoyo a esta o aquella alternativa. Los defensores del ALCA, por ejemplo, justifican su necesidad por la importancia del mercado norteamericano que, según ellos, se abriría a través de este tratado de libre mercado que de hecho no corresponde a la propuesta presentada. Los estadounidenses proponen una rebaja de barreras, limitada a los sectores comerciales que les interesan, y una apertura total al libre movimiento de capitales que seguramente no alcanzan a cambiar los rígidos controles del movimiento de capital dentro de los EE.UU.
¿Por qué preferir los Estados Unidos como principal contraparte de los demás países latinoamericanos? No se puede deducir esta preferencia de las “leyes”económicas manejadas por los neoliberales. Desde su punto de vista lo único correcto es el libre cambio internacional. El alegato sin embargo, es que los EE.UU. son “el mayor mercado del mundo” y por lo tanto sería realista darle las preferencias totales. Tratase de un argumento geopolítico.
Por detrás de él está la aceptación de que las relaciones internacionales no son relaciones entre economías equivalentes, los cuales son asumidos como tales en todas las ecuaciones de esta escuela económica. Y, por tanto, tenemos que razonar geopolíticamente cuando hablamos de la economía mundial. En consecuencia hay que tirar a la basura todas estas ecuaciones que se asientan en primicias equivocadas.
Este es el punto de partida para razonar sobre las propuestas de mercados regionales. Es decir, sobre consideraciones históricas, culturales y geopolíticas que demuestren las ventajas de que se asigne preferencia a este país u otro, a esta región u otra. Si se trata de dimensión de mercado, por ejemplo, ¿por qué debemos privilegiar el norteamericano cuando la Comunidad Europea tiene hoy un mercado similar? México puede responder con un factor geográfico evidente: su frontera con los Estados Unidos. Pero Brasil y Argentina no cuentan con este factor. Por el contrario, tienen un contacto mucho más fuerte con Europa a través del Atlántico. Firmar un tratado preferencial con los EE.UU. no tiene por lo tanto ninguna justificativa.
Y una integración suramericana y latinoamericana, ¿tiene sentido geopolítico? En realidad cada país de la región tuvo su economía organizada en función del mercado Europeo y después norte americano. Su sistema vial se orientaba esencialmente hacia los puertos para entregar sus mercancías a las flotas mercantes internacionales. Durante los años de “crecimiento hacia adentro” se ha creado alguna estructura vial volcada hacia los mercados nacionales. Esto fue interrumpido por las políticas de ajuste estructural y del consenso de Washington, en los años ochenta y noventa.
La idea de un acuerdo regional sur y/o latinoamericano pasa por una voluntad política de crear estas infraestructuras que son significativas oportunidades de inversión en la región. En seguida, delinean la necesidad de políticas de desarrollo en todos o casi todos los países que privilegien el aumento de sus rentas nacionales con el objetivo de generar nuevos mercados para el conjunto de la región. Tratase sobretodo de crear economías de escala adecuadas al padrón tecnológico actual. Es evidente que estas tendencias indican una necesidad de proteger este mercado potencial del bloqueo de las economías más poderosas. El libre mercado subregional aparece así como una medida defensiva amén de una apertura de nuevas posibilidades.
Si agregamos a todas estas conveniencias geoeconómicas las tradiciones históricas y culturales comunes, la formación de una unidad ideológica y política regional en función de la lucha por la independencia (con Bolívar a la cabeza), entendemos porque hay una carga emocional espontánea tan fuerte a favor de esta integración. No se trata solamente de un mercado latinoamericano. Por este camino podemos empezar a razonar sobre los intereses geopolíticos de América Latina dentro de cuyo cuadro debemos discutir la cuestión de los mercados y las ventajas preferenciales.
Enseguida vamos a analizar el más exitoso caso de integración en la región de America Latina, a pesar de sus limitaciones.
EL EJEMPLO DEL MERCOSUR
La última cumbre del MERCOSUR indica que, a pesar de sus complejas necesidades de ajustes y sobretodo de institucionalización, esta iniciativa de integración regional se extiende por toda América Latina. De un lado tenemos la consolidación de las relaciones entre sus miembros plenos: Argentina, Brasil, Paraguay y Uruguay. Las recientes confrontaciones entre Argentina y Brasil sobre las exportaciones de las industrias de línea blanca de Brasil caminan hacia nuevas medidas en la dirección de una mayor coordinación de políticas económicas y un mejor cuadro institucional.
En realidad las disparidades de políticas económicas ha sido el principal factor de choques entre los dos países centrales del bloque comercial en formación. Durante los años 90, el comercio entre ellos estuvo determinado por políticas cambiarias irrealistas basadas en convertibilidades artificiales de sus monedas locales. En consecuencia el comercio pendía hacia Argentina cuando el real se encontraba sobrevaluado y viceversa.
Después de la crisis brasileña de 1999, que llevó a la devaluación del real, se precipitó la crisis argentina que llevó al abandono de la convertibilidad del peso y su devaluación. En el momento actual ambos países manejan una política cambiaria flexible más realista y menos voluntarista. Esto debería permitir un mejor equilibrio comercial. Sin embargo no es así.
Mientras Argentina sigue en la actualidad una política de crecimiento económico que aumenta la demanda y por lo tanto las importaciones, Brasil continúa prisionero de las políticas restrictivas del Fondo Monetario Internacional que aprieta el cinturón de su población y hace caer las importaciones.
El resultado de estas políticas opuestas es el aumento de las exportaciones brasileñas hacia Argentina y la reacción de los industriales argentinos para imponer barreras arancelarias hacia las importaciones industriales de Brasil, particularmente las industrias llamadas de línea blanca.
En realidad estas exportaciones de inventarios remanentes son hechas a cualquier precio y no son buenas ni para un lado ni para el otro. Tratase de una agudización de la competitividad basada en factores artificiales. Algo similar a las políticas de falsa convertibilidad que caracterizaron el período anterior y condujo a graves crisis.
En el momento actual los argentinos se muestran más realistas y el gobierno brasileño se ve prisionero de una ortodoxia económica absurda que sacrifica el destino de los pueblos de la región. Se debe esperar, por lo tanto, que el buen sentido triunfe y se camine hacia un ajuste y coordinación de políticas económicas más adecuadas.
Al mismo tiempo, vemos la consolidación de los primeros “miembros asociados” del MERCOSUR. Chile, Bolivia y Perú que se ven cada vez más obligados a superar sus veleidades bilateralitas con EE.UU. y/o panamericanistas, con la ALCA.
Asimismo, Venezuela y México buscan la aproximación con el exitoso bloque sureño. Esto es excepcionalmente positivo. Venezuela y México son productores de petróleo que estuvieron condicionados por los Estados Unidos a atender exclusivamente su mercado. Hoy Venezuela avanza hacia concepciones regionales cada vez más dinámicas a pesar de las reacciones de sus clases medias, que vivieron a costa de los recursos del petróleo sin ninguna consideración hacia las necesidades de las masas populares, excluidas del gozo de estos recursos. Todo indica que la confrontación social de Venezuela no se resolverá fácil y rápidamente.
La última adhesión más promisoria y significativa ha sido la de México. Para muchos latinoamericanos México había abandonado definitivamente la región. Su acuerdo comercial con el norte parecía llevarlo definitivamente hacia los mercados de “allá”. De hecho México lograra realizar el sueño que los chilenos y peruanos tanto aspiran. El acuerdo comercial con los Estados Unidos y Canadá abrió hacia México mercados colosales, ayudado por la frontera común. Tanto es así que Canadá poco participa en la expansión comercial mexicana. Pero México tiene que cuidarse de la dependencia casi absoluta del mercado estadounidense. Esto quedó evidente durante la crisis norteamericana de 2001 a 2003, cuando sus exportaciones cayeron y su producto bruto caminó hacia la recesión.
México se declara latinoamericano aún cuando empieza la recuperación económica norteamericana y busca integrarse en el MERCOSUR para asegurar su cara latinoamericana. Es necesario observar además que México tiene que asegurar su identidad cultural para no convertirse en un estado a más de la federación norteamericana sin derecho a voto, como Puerto Rico.
Por otro lado, a través de las mismas fronteras que se abren al comercio de bienes, se escapan los desesperados de la región, mexicanos o latinoamericanos, hacia el centro de la expansión capitalista. Ahí se prepara un cambio cultural y aún mismo civilizatorio similar a la caída del imperio romano penetrado por los bárbaros. La población blanca norteamericana en decadencia asiste el crecimiento de los “latinos” en sus vecindades, con sus modales anárquicos llenos de alegría y de creatividad. Mejor que México no se aparte de estos emigrantes. El mundo ha crecido a través de ellos y los cambios de poder mundial se han hecho con ellos.
CONCLUSIONES
En los años 80 y principios de los 90 se generaliza el uso de nuevos productos o procesos de producción, desplazando a los anteriores. Ello genera la destrucción de unos y la creación otros de sectores económicos; lo que Schumpeter llamó la “destrucción creadora”. Para analizar este fenómeno se requiere observar el ciclo económico.
El estudio del ciclo económico permite explicar la deflación en la economía mundial, ya que el movimiento de precios tiende a seguir las ondas largas de acuerdo con el ciclo de Kondratiev. Así se observa que durante crisis de 1987 se presenta un período de “destrucción” de activos internacionales, que se traduce en crisis recurrentes.
En las políticas económicas contemporáneas, se insiste sobre el crecimiento sin empleo, tesis que se busca contrarrestar al mostrar el desplazamiento del empleo desde la industria a los servicios, y, de los países centrales a los periféricos.
En los países subdesarrollados la evidencia empírica demuestra que el libre mercado no es el mecanismo a través del cual se crea la mayor cantidad de empleos, como lo postula el pensamiento neo-liberal, sino que estos se generan en su mayoría a partir de las tecnologías de información, el conocimiento, la educación y el entretenimiento.
A partir de las sociedades latinoamericanas se identifica una tendencia que se caracteriza por los bajos salarios y las largas jornadas de trabajo, instauradas a partir de las políticas de flexibilización laboral, presente en los sectores de vieja tecnología; sin embargo, la alternativa deseable es hacia salarios más altos y hacia el empleo de trabajadores educados, por ello la creación de empleo debe establecerse como un objetivo central y prioritario.
Para alcanzar esta alternativa son necesarios acuerdos de cooperación económica que permitan una integración regional entre países desiguales. El Merco Sur, pese a sus necesidades de ajuste e institucionalización, avanza de manera importante en la alternativa de generar capacidades científicas y tecnológicas comunes.
Con este marco, los problemas y perspectivas económicas de la globalización y la innovación para los países latinoamericanos son:
1) Es necesario partir de un análisis mundial y de los periodos de auge y crisis de los ciclos largos, para situar los condicionamientos del desarrollo de las economías nacionales. En este contexto, es necesario plantear escenarios de la evolución del “patrón tecnológico” con los movimientos de capital, y los desplazamientos hacia los países periféricos.
2) Dado que no hay capital sin Capitalismo Monopolista de Estado (CME), las crisis se van resolviendo vía la socialización de la producción ante la propiedad privada. En este orden de ideas, la ciencia financiada con recursos privados, puede funcionar en la medida de que se apoya en los recursos públicos vía múltiples subsidios a la investigación.
3) Las altas inversiones requeridas para incorporar las nuevas tecnologías requieren del financiamiento del Estado, y es deseable la elaboración de políticas regionales, como la del Mercosur para generar capacidades científicas y tecnológicas comunes.
4) La actividad productiva es cada vez más un momento determinado de un amplio proceso social de investigación y desarrollo, invención e innovación, por lo que el conocimiento pasa a ocupar un papel central y articulador del conjunto de la vida económica, social, política y cultural, que implica un planteamiento vinculado al medio ambiente, considerando la historicidad de la naturaleza.
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