Quando sumir produtos nos mercados em geral saibam a verdadeira razão. Trata-se de sabotagem das maiores companhias transnacionais. Em geral estas ações criminais estão associadas a golpes de Estado ou se trata de desgastar algum governo com objetivos eleitorais e de controle das decisões estatais que possam limitar seu poder de dominação sobre os nossos mercados. Não existe "livre mercado" nos produtos que nós compramos para o nosso dia a dia. Trata-se de "mercados" monopólicos ou oligopólicos, em geral protegido pelos Estados dos países onde operam. A Venezuela vive agora uma guerra económica deste tipo.
O Brasil de Joao Goulart, o Chile de Allende e todos os governos progressistas foram objeto deste tipo de guerra. Cuidado. Olhem bem os dados e compreendam que não se trata de nenhum "teoria da conspiração" como este tecnocratas disfarçados de "cientistas" tentam transformar em "comportamento" do mercado livre.
Reporter
Brasil
Talvez passe despercebido àqueles
que vão ao supermercado que um conjunto pequeno de
grandes transnacionais concentra a maior parte das
marcas compradas pelos brasileiros. Dez grandes
companhias – entre elas Unilever, Nestlé, Procter &
Gamble, Kraft e Coca-Cola – abocanham de 60% a 70% das
compras de uma família e tornam o Brasil um dos países
com maior nível de concentração no mundo. O que sobra do
mercado é disputado por cerca de 500 empresas menores,
regionais.
Quer um exemplo dessa
concentração? Quando um consumidor vai à seção de
higiene pessoal de um estabelecimento comercial e pega
nas gôndolas um aparelho de barbear Gilette, um pacote
de absorventes Tampax e um pacote de fraldas Pampers,
ele está comprando três marcas que integram o portfólio
da gigante norte-americana Procter & Gamble – que
também é dona dos produtos Oral-B, para dentes.
O poder da Unilever
Uma dona de casa vai uma vez por
mês ao supermercado fazer as compras para sua família:
ela, o marido e duas crianças. Para a cozinha, ela
compra Knorr, Maizena, suco Ades e a maionese
Hellmann’s. Para a limpeza da casa, sabão em pó Omo e
Brilhante. Compra ainda Comfort para lavar a roupa.
Passa na área de cosméticos e pega o desodorante Rexona
para seu marido, e sabonete Lux para ela. Compra pasta
de dente Closeup, a marca preferida da filha.
Quase ao sair do supermercado, o
filho liga e diz que quer sorvete. Ela compra picolés
Kibon. Todas as marcas adquiridas por ela pertencem à
Unilever, que em 2013 foi o maior investidor no mercado
publicitário do Brasil, com R$ 4,5 bilhões aplicados.
Omo possui 49,1% de participação de mercado em sua
categoria, segundo pesquisa do instituto Nielsen em
2012. A Hellmann´s detém mais de 55% do mercado. A
Unilever vende cerca de 200 produtos por segundo no
Brasil.
Mercado de Bebidas
O que o refrigerante Coca-Cola, o
energético Powerade, o suco Del Vale, a água Crystal e o
chá Matte Leão têm em comum? Eles são marcas da
Coca-Cola, que apenas no segmento de refrigerantes detém
cerca de 60% do mercado nacional. E sabe quando está um
dia de calor e você quer tomar uma cerveja? Há uma
grande chance de que ela seja produzida pela Ambev, que
concentra cerca de 70% do mercado com produtos como
Brahma, Antarctica, Skol e Bohemia. A companhia Brasil
Kirin (ex-Schincariol) possui pouco mais de 10%, e o
Grupo Petrópolis, cerca de 10%.
Quer um chocolate?
Na hora dos desenhos, uma criança
se senta à frente da televisão e pede para a mãe alguma
coisa para comer. Uma vez no mês, ela decide trocar as
frutas por doces. A mãe então oferece algumas opções: um
chocolate Suflair ou um Kit Kat? Um chá Nestea ou um
Nescau? Um Chambinho ou iogurte Chandelle? Uma bolacha
Tostines ou Negresco?
No fundo, ele está perguntando à
criança qual marca e linha de produtos da Nestlé ela
quer, porque todas acima citadas pertencem à gigante
suíça. O segmento de chocolates é concentrado. Segundo
pesquisa do instituto Mintel, ele é dominado por três
companhias líderes que possuem 85% do mercado. Kraft
lidera ranking, seguida por Nestlé e Garoto (a empresa
Garoto pertence à Nestlé, mas tem posicionamento
independente, e ambas somam 46% de participação).
Empresas Brasileiras também
concentram mercado
A BRF – nascida da união entre
Sadia e Perdigão – é líder em vários segmentos das
gôndolas: está presente em 28 das 30 categorias de
alimentos perecíveis analisadas pelo instituto Nielsen,
como massas, congelados de carne, margarinas e produtos
lácteos. A BRF está na mesa de aproximadamente 90% dos
45 milhões de domicílios do Brasil. Ela é responsável
por 20% do comércio de aves no mundo. Em pizzas, a
empresa detém 52,5% do mercado e 60% do de massas
congeladas no país.
Outra empresa brasileira com
grande presença na mesa dos brasileiros e de outros
países é a JBS, dona de várias marcas conhecidas, como
Friboi, Seara, Swift, Maturatta e Cabana Las Lilas. Com
essa variedade de produtos e a presença em 22 países de
cinco continentes (entre plataformas de produção e
escritórios), ela atende mais de 300 mil clientes em 150
nações.
Governo brasileiro incentivou a
concentração empresarial?
Para alguns economistas, tem
havido um aumento da presença do Estado na economia
brasileira, um movimento que ganhou força no segundo
mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando
o BNDES passou a conceder financiamentos a juros mais
baixos para promover as chamadas “campeãs nacionais”.
Nesse caso, foi estimulada a fusão
entre as operadoras de telefonia Brasil Telecom e a Oi,
e a criação da BRF, fruto da união entre Sadia e
Perdigão. Esse movimento de empresas brasileiras mais
fortes no exterior cria gigantes, mas não
necessariamente essa liderança traz vantagens para os
consumidores brasileiros, que continuam com poucas
opções quando vão ao supermercado. Será que essa ação do
Estado beneficiou o consumidor final.
Em paralelo, as empresas estatais
têm ganhado peso. No setor bancário, CEF e Banco do
Brasil estão entre as cinco maiores instituições do
país, sendo que a Caixa é líder em financiamento
habitacional, e o BB, no setor agrícola. Em energia, a
Petrobras é a maior empresa do setor, enquanto a
Eletrobrás detém a liderança em geração de energia
elétrica.
Mas essa concentração de poder nas
empresas públicas é diferente das privadas. Um exemplo
está no setor de energia, em que a Petrobras tem tido
uma política de reajuste dos preços dos combustíveis
alinhada à política de inflação do governo federal.
Empresas estatais bem administradas podem render bons
lucros, que se tornam dividendos para o governo federal,
que, por sua vez, com esse dinheiro dos lucros, pode
investir em setores essenciais, como saúde e educação.
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