AINDA SOBRE Lula: entre Roosevelt e Perón
To: theotonio
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Sent: Sáb 4/09/10 11:51
Subject: Fwd: Schwatzman
Caro Theotonio,
O que tucanos como Simon não aceitam é a popularidade do Lula, que somados bom/excelente ao regular, chega quase a 92% da última pesquisa realizada pelo IBOPE. Voce lembra a falta de perspectivas em que se encontrava o País no momento da saída do FHC?
Estou inteiramente de acordo com tuas colocações. Além do mais, estas comparações são um tanto estapafúrdias, pois comparar um país como os Estados Unidos, que sai da Segunda Guerra como o hegemon e estruturando toda a chamada "Pax Americana + Plano Marshall + Bretton Woods" é uma piada. Acho que ele não leu o "Novo estado Industrial". Há uma frase ótima logo na abertura do The Affluent Society que diz "beyond doubt, wealth is the relentless enemy of understanding". Acho que a visão, digamos, paulista, que os tucanos têm do Brasil, obliteram a realidade e faz com que adotem uma "opção pelos ricos" e uma concordância colonial com tudo que vem dos Estados Unidos. Eu me lembro bem que o finado Rudigger Dornbush, economista listado em todas as relações para o Nobel, há seis meses da quase guerra-civil na Argentina, dizia que aquele modelo de desenvolvimento era inatacável.
Outro ponto omitido pelo Simon é a referência a Getúlio. E o FHC disse que lançaria a última pá de cal no getulismo no Brasil. Acho que Lula incorporou algumas licões do presidente gaúcho, sobretudo do 3º período 1950-54.
Os trinta anos neoiberais fracassaram redondamente, e o Brasil apenas começou a esboçar uma nova opção, que espero, seja aprofundada.
O nosso querido Maurício continua, lamento, viajando nas águas de que o Brasil não tem solução, não tem jeito. Sem dúvidas, pela via do Simon, o País aprofundará a "opção pelos ricos".
Abraço e espero nos encontremos em Buenos Aires quando do Fomerco.
Marcos Costa Lima
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