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quarta-feira, 30 de junho de 2010

"En tiempos de crisis sálvese quien pueda", artigo de Loretta Napoleoni

Vale a pena ler este artigo que nos foi enviado pelo professor Eduardo Arroyo junto com o que publicamos sobre Cuba, também enviado pelo professor Arroyo. Agradecemos a ele esta oportunidade de comparar a reação de duas economias diferentes diante da crise internacional. Isto nos mostra como não há uma determinação absoluta da crise mundial sobre a realidade sócio-econômica, mas sobretudo política, de cada economia nacional ou regional. Aos condicionamentos globais responde-se com realidades locais mais ou menos capazes de assegurar sua soberania e independência.


En tiempos de crisis sálvese quien pueda


La economía de los países occidentales se desliza por el filo de la navaja y antes o después acabará por cortarse. En Europa a causa de la crisis del euro y en Estados Unidos tras los desastres naturales y económicos que impiden a su presidente satisfacer las grandes expectativas suscitadas en la campaña electoral. Ese es el contexto con el que Occidente se presenta al G-20. Víctimas de la segunda ola de la crisis del crédito, la de la deuda pública, los países ricos parecen estructuralmente incapaces de gestionarla. La culpa es atribuida a la economía globalizada, un tigre que, sin embargo, no ha conseguido hacer descabalgar a las finanzas islamistas (...)

Mesmo com a crise mundial, Cuba cresce seu PIB

OUTRA NOTICIA QUE VOCÊ NUNCA LERÁ NA “GRANDE IMPRENSA”

Este artigo do excelente jornal mexicano La Jornada nos entrega os dados da dura luta do povo cubano para recuperar sua economia desde o criminoso abandono dela realizado pelos neoliberais russos. É importante assinalar que Cuba não exporta mais cana de açúcar como sua principal atividade e sim serviço de saúde. Saúde e educação são hoje as principais atividades “econômicas” do povo cubano. Ao lado de seus altos índices de desenvolvimento social, Cuba se coloca sempre na frente da América Latina inteira, apesar de não poder comerciar nem mesmo comprar um alfinete ou um livro no centro hegemônico do mundo contemporâneo. Apesar ainda de enfrentar uma guerra às vezes aberta às vezes de baixa intensidade com a maior potência militar do mundo. E ainda tem que enfrentar a crueldade mental da “esquerda” na Europa e em várias partes do mundo que lhe cobram não ter podido construir um paraíso na terra. Paraíso que eles estão muito mais longe de construir...


Frente al vendaval de crisis en el mundo capitalista, Cuba logra aumentar su PIB

La producción nacional de bienes y servicios es 38.5% mayor a la alcanzada hace seis años



Juan Antonio Zúñiga
Enviado
Periódico La Jornada
Jueves 27 de mayo de 2010, p. 30

La Habana, 26 de mayo. De cara al presente, la isla más grande de las Antillas no oculta la satisfacción de mantener vivos los principios de su revolución y abordar con ellos los nuevos desafíos políticos, sociales y económicos de estos inicios del siglo XXI.

Su desarrollo en la medicina le ha permitido convertir la venta de estos servicios en su principal fuente de divisas. Pero el turismo, que actualmente aporta unos 2 mil millones de dólares al año, avanza decididamente a convertirse en el principal factor de su crecimiento.

Según la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL), Cuba es el país de la región con la mayor proporción de mujeres en su Parlamento, 43 por ciento; es la sociedad con el más bajo índice de analfabetismo, 2.1 por ciento; ostenta la menor tasa de mortalidad en menores de cinco años, 6 por cada mil nacidos vivos; tiene en promedio un médico por cada 150 habitantes –el país que le sigue es Uruguay, con 235– registra una tasa de desempleo prácticamente inexistente y sus habitantes tienen una esperanza de vida al nacer que aumentó de 59.5 años en 1955, a 78.6 años promedio en la actualidad (...)


terça-feira, 29 de junho de 2010

Notícia em torno ao debate sobre a morte de Jango

Demos guarida em nosso blog ao debate sobre a morte de João Goulart que iniciou Moniz Bandeira contra declarações de Osvaldo Monteal e da família Goulart de que ela havia sido um assassinato. Agora Moniz me envia uma nota que faz pender muito fortemente a opinião a favor de suas teses. Não se trata de fato novo sobre os acontecimentos e sim de uma decisão judicial que assume firmemente as tesis do historiador e amigo Moniz Bandeira. Que julguem os leitores.



Porto Alegre, 26 de junho de 2010.

Investigação sobre a morte do ex-presidente Jango é arquivada

Segundo matéria do jornal Folha de São Paulo, MPF não viu indícios de assassinato




Reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal Folha de São Paulo revela que o Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar a investigação sobre a morte do presidente João Goulart, em 1976. A matéria indica que o procurador da República Júlio Schwonke de Castro Júnior descarta existir uma conspiração internacional para matar o gaúcho que governou o Brasil de 1961 a 1964, durante o exílio dele, em Mendoza, na Argentina.

Para o procurador, a suspeita de assassinato se baseava unicamente em depoimentos confusos e contraditórios de Mário Neira Barreiro, ex-agente da ditadura uruguaia preso por crimes como assalto a carro forte e tráfico de armas no Rio Grande do Sul desde 2000. Ele cumpre pena na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc).

Barreiro disse à Polícia Federal ter participado de uma ação conjunta dos regimes do Cone Sul batizada de Operação Escorpião para eliminar Jango e impedir seu retorno ao país. Segundo o relato dele, o presidente teria morrido por envenenamento e não por infarto, como está registrado em seu atestado de óbito.

A investigação foi aberta há quase dois anos e meio pelo MPF. O órgão analisou documentos secretos e ouviu diversas testemunhas, entre elas um ex-adido militar em Buenos Aires e a ex-primeira-dama Maria Thereza Goulart, informa a reportagem da Folha.

No despacho assinado no dia 9 deste mês, Schwonke ainda manifestou irritação com Cristopher Goulart e ameaçou responsabilizá-lo criminalmente por não devolver os autos (documentos da investigação) do caso. Neto de Jango, ele criticou o arquivamento e insinuou que o MPF não se empenhou o suficiente.

A reportagem do jornal cita que o neto prometeu devolver os autos e que ele estuda pedir a abertura de nova investigação na Argentina, onde o presidente morreu. No mês passado, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira disse, à Folha, acreditar que a família Goulart reforçaria a tese conspiratória por interesses financeiros. Os herdeiros negaram a acusação.

Fonte: Samuel Vettori/Rádio Guaíba

Crédito da foto: CP Memória

Mike Prysner está vivo e bem!

Fontes ligadas à produção do vídeo do soldado estadounidense esclarecem que a noticia de sua morte não é correta. Ele está vivo e bem de saúde.

domingo, 27 de junho de 2010

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"Viver!", filme de Nadia Bambirra.

Este curta de minha filha Nadia Bambirra explora o universo emocional às vezes cético, às vezes romántico de Machado de Assis. Vale a Pena tentar vê-lo sobretudo quando for exibido na Academia Brasileira de Letras.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Doutorado em Economia Política do Desenvolvimento

Este doutorado em desenvolvimento é uma das primeiras iniciativas por recuperar o estudo do desenvolvimento econômico e social. A REGGEN subscreveu um convênio com a Benemérita Universidad Autônoma de Puebla paa cooperar com esta iniciativa.


Estimados amigos

En este conducto, le informo que a partir del 24 de mayo de 2010 se inició la difusión de la Convocatoria de Ingreso de la generación 2011 -2014 del Doctorado en Economía Política del Desarrollo de la Facultad de Economía de la Benemérita Universidad Autónoma de Puebla, México, el cual está incorporado en el Padrón Nacional de Posgrados de Calidad de Consejo Nacional de Ciencia y Tecnología (CONACyT) de México, lo que permite otorgar becas a los estudiantes mexicanos y extranjeros en los términos que el propio CONACyT establece.

Según dicha convocatoria, el periodo de inscripciones al Doctorado será del 9 de agosto al 3 de septiembre, e iniciaremos cursos en enero de 2011; le estamos anexando el tríptico de la convocatoria, para ver si pudiera ayudarnos a difundirlo con la gente que considere puede estar interesada en postular, teniendo presente que los contenidos del Doctorado hacen particularmente deseable la integración al mismo de alumnos procedentes de los distintos países de América Latina.

Agradecemos su apoyo.

Cordialmente

Jaime Estay e Carlos Walter Porto Gonçalves

Coordinador del Doctorado en Economía Política del Desarrollo




Depoimento de um soldado americano sobre sua participação na guerra.

É muito importante este depoimento porque revela a reação dos jovens americanos diante das suas atividades militares em invasões militares que são apresentadas como guerras contra o terrorismo. É importante assinalar que, segundo consta, este jovem foi encontrado morto dois dias depois deste emocionado discurso.
Essa noticia foi recebida por e-mail do jornalista Paulo Canabrava.




domingo, 20 de junho de 2010

Boletim Semanal - Notícias

UM ANO DE RESISTÊNCIA HONDURENHA

Vimos acompanhando a resistência hondurenha que dia 28 de junho completará um ano de vida, de luta e sofrimento mas também de orgulho de não se submeter aos golpistas nacionais e internacionais que pretendem manter o seu país sob o domínio imperialista.

Boletim Semanal - Notícias

RELATO DA ÚLTIMA VIAGEM DE THEOTONIO À ESPANHA

Abaixo, sob o título de "A volta da Teoria da Dependência - 2", apresentamos o relato da última viagem de Theotonio à Espanha (Santiago de Compostela), para o XII Encontro de Economia Mundial.



Boletim Semanal - Artigos Acadêmicos

Publicamos um texto sobre Theotonio dos Santos, que foi publicado no livro Retratos Erráticos – Imagem, perfil, e personagem na imprensa, de Régis Gonçalves de BH, antigo companheiro do Theotonio.


Abaixo, foto do autor com seu livro (Fonte: benditablog.blogspot.com).


Boletim Semanal - Notícias

A charge abaixo foi publicada na Folha de São Paulo, de 7 de junho, na seção Mercado.

domingo, 13 de junho de 2010

Boletim Semanal - Notícias

VENEZUELA CUMPRE METAS DO MILÊNIO

Este informe do governo venezuelano jamais sairá na imprensa brasileira. Ele informa às Nações Unidas o cumprimento das metas do milênio, suprema proposta de transformação social que resultou das várias cúpulas internacionais realizadas no final do século XX e sistematizadas no meado da primeira década deste século como as metas a ser alcançadas por todos os países das Nações Unidas, principalmente os de menor desenvolvimento. No Brasil e em vários paises não se dá importância a este compromisso fundamental com uma civilização planetária pois a maioria esmagadora não consegue alcançar estes objetivos apesar de serem modestos e plenamente exeqüíveis quando há uma vontade política comandando a vida destes povos. A VENEZUELA FAZ QUESTÃO DE DIVULGAR OS RESULTADOS NO SEU PAIS, POIS VEM REALIZANDO ESTES OBJETIVOS ÁS VEZES SUPERANDO AS METAS PROPOSTAS PELAS NAÇÕES UNIDAS.

POR ISTO VOCÊ JAMAIS VERÁ QUALQUER ALUSÃO A ESTA DEMONSTRAÇÃO DE EFICIÊNCIA E CIVILIZAÇÃO DO GOVERNO BOLIVARIANO.

Leia com cuidado e espírito livre das intrigas da imprensa internacional. Para ler o relatório, clique aqui para baixar.

Boletim Semanal - Notícias

Esta comunicação da Suprema Corte da Colômbia vem aa desnudar uma vez mais o carár do egime político dese país, comandado por um presidente suspeito
de relação íntima com o narcotráfico, que comandou a invasão de um pais vizinho, repudiada pela comunidade internacional mas amparada pelo governo norte americano, cujos militares participaram desta ameaça à paz continental. Neste momento chegam à suprema corte os documentos sobre o serviço secreto da presidência da Colômbia cujas atividades ilegais e criminosas foram reveladas pelo radialista que foi reproduzido no meu blog.

Corte Suprema le pide al Gobierno respeto por las decisiones judiciales

En un comunicado, exige que cumpla con las recomendaciones hechas por organismos internacionales a través de los relatores que han visitado el país.

Texto del comunicado:

La Corte Suprema de Justicia, ante los acontecimientos de los últimos días, manifiesta:

Que la independencia judicial es un principio fundamental de todo Estado democrático, que implica, un derecho y una garantía de la sociedad para acceder a una justicia imparcial.

Que las decisiones judiciales deben ser respetadas por todas las autoridades y por todos los ciudadanos, sin perjuicio de los recursos previstos en la ley; por tanto, es impropio descalificarlas o controvertirlas por medios diferentes a los previstos en el orden jurídico. Con preocupación observa la Corte que las decisiones de jueces y fiscales viene siendo descalificadas por otras autoridades públicas en lenguaje deplorable, con grave peligro para la institucionalidad, para la supervivencia del estado social de Derecho y para la vida de integridad de los funcionarios.

Por lo anterior, decide:

Rechazar públicamente las expresiones inapropiadas, las disposiciones y las interferencias indebidas a la autonomía judicial. Reclamar enérgicamente de las demás ramas del poder público la sensatez y la defensa del Estado de Derecho, de la independencia judicial y del sistema jurídico colombiano.

Solicitar a la sociedad colombiana, defender sus instituciones y manifestarse en apoyo a sus jueces que son el cimiento de la democracia. Hacer un llamado a la comunidad internacional para que rodee con su apoyo y solidaridad a la judicatura colombiana, que una vez más viene siendo agredida por el ejercicio de sus funciones, e instar al Gobierno Nacional al cumplimiento de las recomendaciones que ya han sido impuestas por los relatores internacionales.

Boletim Semanal - Agenda

Debate: A Crise do Capital e seus Reflexos na América Latina

Lançamento da Revista Ciência & Luta de Classes nº 5 Palestrantes: Ciro Flamarion Cardoso, Theotônio dos Santos, Cláudio Gurgel e Antonio Cícero Caciano de Sousa.




quinta-feira, 10 de junho de 2010

Entrevista de Theotonio dos Santos à Revista Líderes.EC






‘El Banco del Sur debe volcarse hacia el desarrollo regional’


La integración financiera regional está en debate. El catedrático brasileño Theotonio Dos Santos comparte su visión sobre este proceso, así como el papel del Banco del Sur y la moneda virtual, el Sucre, cuyos convenios de ratificación en el Ecuador fueron aprobados por la Asamblea Nacional.

Usted habla de articular un desarrollo regional consistente. ¿Cómo deben contribuir los países de América Latina a este objetivo?

La región tiene que integrarse productivamente con voluntad. Esto implica desarrollar sectores y crear una base de infraestructura más fuerte. La infraestructura actual está volcada para afuera de la región para exportar, pero es necesario desarrollar una estructura interna que críe una relación entre países. La infraestructura energética, de caminos y de comunicaciones debe mirar hacia fuera. Sabemos lo que pasa en EE.UU. o Europa, pero no lo que ocurre en países vecinos.

¿Cómo se puede dar paso a estas nuevas infraestructuras para agilitar el comercio y la integración financiera?

Se necesitan recursos e instrumentos financieros. Uno de esos instrumentos puede ser el Banco del Sur, que debe actuar para el desarrollo de la región canalizando recursos. En América Latina hay un excedente financiero de USD 500 000 millones en reservas que los bancos centrales no dejan utilizar. Un 20% de esa cifra sería suficiente para facilitar comunicación, inversiones energéticas.... y dar un salto importante.

En la búsqueda de este desarrollo consistente, ¿cómo hay que enfrentar los desequilibrios entre las economías de la región?

En la medida en que los programas de financiamiento, los procesos de decisiones y de políticas concretas se organicen dentro de una perspectiva de desarrollo social, los desequilibrios en la región y en cada país disminuirán.

Usted habla del Banco del Sur como una herramienta de integración. ¿Cómo ocurre la aparición de la entidad y cuál es su papel en la actual coyuntura financiera internacional?

El Banco del Sur es el resultado de cambios políticos importantes en la región, del movimiento democrático de 1980 y 1990. Ese fue un período que creó condiciones para una participación popular más fuerte y generó una democracia más efectiva. Ahora el papel del banco es volcarse hacia el desarrollo de la región.

¿Cree que la aparición del Banco del Sur responde a intereses ideológicos?

Creo que hay una postura de utilizar el sistema financiero como instrumento de desarrollo social. Esto entra en choque con la política neoliberal y genera controversia.

¿Qué papel tienen los países de la región para consolidar el Banco del Sur?

Primero tienen que apoyarlo. Los bancos centrales, por ejemplo, no quieren colocar recursos en el Banco del Sur. Además, hay que decidir qué hacer con nuestras reservas. O se las entrega a organismos como el Fondo Monetario Internacional o se las utiliza para desarrollar la región.

¿Cómo se involucrará esta entidad con bloques comerciales como el Mercosur o la Comunidad Andina de Naciones?

El Banco del Sur puede convertirse en un instrumento técnico pensando en el desarrollo sostenible. Si funciona de manera técnica será un instrumento de integración financiera regional.

¿Cómo juzga la aparición del Sucre como una moneda virtual regional?

Servirá de manera contable, así como para crear una bolsa regional de productos como comodities, industriales, servicios... También puede servir como un factor de disciplina de la economía de la región y como factor de garantía en caso de superávits y déficits en las economías regionales.

Apresentação do Banco do Sul

O Banco do Sul é uma iniciativa fundamental para a integração sul-americana. Ela é, contudo desconhecida no Brasil , apresentamos em seguida um Power point sobre o Banco do Sul preparado pelo Dr. Pedro Paez, Presidente da Comissão Técnica Nova Arquitetura Financeira Internacional do Banco do Sul . Há um certo consenso de que Quito será a sede do Banco do Sul. Durante minha estadia no Equador o congresso aprovou o convenio de criação deste banco assim como o sistema de compensação de pagamentos, duas iniciativas fundamentais para o avanço da integração regional.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Carta de Manoel da Conceiçao, fundador do PT à direção nacional do PT

Este documento tem um imenso valor humano. Ele mostra como a luta de classes não é uma criação intelectual e sim uma terrível vivência. Um rastro de sofrimento e angústia na vida de milhões de pessoas. Mas é impressionante ver como um ser humano pode se colocar acima de suas dores para pensar racionalmente o sentido de sua vida e da sua luta, com generosidade e carinho, com amor e esperança, apesar de tudo... que representam as terríveis necessidades da luta política. Me lembro das palavras de Elizabeth Teixeira, mulher de João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas da Paraíba, assassinado em 1962 , e cujo filho de 10 anos também foi objeto de um atentado, com as quais terminei o meu primeiro livro (Theotonio Júnior, Quais são os Inimigos do Povo?, Cadernos do Povo Brasileiro, nº6, Rio 1962):
“Alta madrugada, eles, os tocaieiros, tiram as telhas de minha casa e colocam-nas em forma de cruz, numa advertência de que vão me matar e a meus onze filhos menores. Estou pronta para morrer. Mas quero que saibam, todos os humildes, que quando chegar a hora do povo se levantar contra os opressores, os camponeses de todas as Ligas formarão fileira com os oprimidos. Talvez leve comigo, apenas, a tristeza de não poder presenciar esta luta libertadora, pois sei que minha vida está por um fio.”
Elizabeth sobreviveu e logrou preservar seus filhos, conforme se pode ver no documentário de Eduardo Coutinho. Seria importante entrevista-la neste momento para ampliar o testemunho histórico de seu companheiro das Ligas Camponesas, Manoel da Conceição, cujo testemunho eu ínsisto com vocês: tem que ser lido.



Carta de Manoel da Conceição ao Companheiro Presidente Lula

C/C para:
Sr. José Eduardo Dutra – Presidente Nacional do PT
Sra. Dilma Roulsseff – Pré Candidata do PT à Presidência da República
Executiva Nacional do PT
Diretório Nacional do PT

Nobre companheiro presidente Lula,

É com a ternura, o carinho e o amor de um irmão, a confiança, o respeito e o compromisso de um companheiro de classe, das organizações e lutas históricas dos trabalhadores e das trabalhadoras desse país e do mundo que me sinto com a liberdade e o direito de lhe enviar esta 2ª carta, tratando de questões que compreendo ter muito a ver com a responsabilidade do companheiro tanto como agente político das lutas em prol da justiça social para a classe trabalhadora como também na qualidade de um primeiro presidente da república legitimamente forjado nas organizações e lutas desse povo excluído, sofrido, mas que é capaz de realizar o impossível enquanto força social e política organizada e consciente do seu projeto de libertação classista.


Dirijo-me ao companheiro com a minha identidade de trabalhador rural, de sindicalista, de ambientalista, de humanista e de militante e fundador do Partido dos Trabalhadores, o qual comecei a sonhar e trabalhar na sua criação quando ainda me encontrava no exílio, juntamente com honrados e honradas companheiros e companheiras que havíamos sido banidos do nosso país pela intolerância de um governo totalitário e de regime militar.


Porém, minha identidade social, política e classista se origina bem antes da criação do PT e da CUT, instrumentos classistas dos quais me orgulho de ter sido co-fundador, juntamente com o companheiro e um conjunto de honrado(a)s e legítimo(a)s militantes e intelectuais orgânicos da classe trabalhadora.
Na realidade companheiro Lula minha história de luta social e política se originou aqui mesmo no Maranhão, estado do qual sou filho natural com minha matriz étnica negra e indígena.


Agora em julho de 2010 completarei 75 anos de idade. Quando eu era ainda jovem vi meu pai e muitas famílias agricultoras serem massacradas e enxotadas de suas posses por latifundiários, coronéis e jagunços, acobertados e protegidos por um governo oligárquico. Certa vez presenciei um grande massacre de companheiros meus quando estávamos reunidos em uma pequena comunidade rural do interior do Maranhão. Neste dia fomos atacados de forma covarde por um grupo de soldados e jagunços, que sem a menor chance de defesa assassinaram 5 pessoas, dentre elas uma criança que correu prá abraçar o pai caído no chão e foi pego pelas pernas e arremessado contra a parede que a cabeça abriu espalhando os seus miolos, também uma velhinha, que tentou impedir a morte do filho foi cravada de punhal em suas costas, ficando rodando no chão espetada. Eu escapei por puro milagre com um tiro na perna, mas me tornei mais revoltado ainda com a classe latifundiária e jurei perante a comunidade a lutar o resto de minha vida contra os latifundiários e suas injustiças.


Presenciei um segundo massacre em 1959 quando estávamos novamente reunidos em uma comunidade por nome Pirapemas para preparar a defesa de uns companheiros que estavam sendo acusados de ter invadido uma propriedade e roubado umas frutas do sítio. Neste dia chegou um grupo de uns 20 policiais, soldados, tenente, cabos e um sargento. Ao chegarem ao local da reunião o sargento perguntou quem era o presidente da associação, e como foi respondido que não havia presidente o sargento falou: pois então todos são presidentes e vão levar bala. Neste dia foram assassinados sete companheiros e três outros ficaram gravemente feridos.


Minha primeira motivação para a luta era sustentada em pura revolta, ódio dos exploradores da minha família e das famílias camponesas da mesma região que habitávamos. Sem a menor consciência política e dominado pelo ódio eu cheguei a acreditar que a libertação dos trabalhadores de tal estado de sujeição dependeria de um salvador da pátria, de um homem corajoso, de um herói que com o apoio eleitoral dos oprimidos iria por fim a tal dominação. A partir desse entendimento extremamente limitado e de um profundo sentimento de revolta pela violência testemunhada e sofrida, vi surgir na minha ingenuidade uma esperança para salvar a massa camponesa do jugo dos latifundiários apadrinhados pelo poder da oligarquia viturinista que comandava o estado do Maranhão. O nome dessa esperança era José Sarney.


Com um discurso muito bem elaborado e com a radicalidade de um revolucionário Sarney prometia exatamente o que nós camponeses queríamos ouvir: um Maranhão novo e livre de oligarquia, reforma agrária, punição dos crimes cometidos contra as famílias camponesas e indenização dos prejuízos a elas causados pelo gado dos fazendeiros. Eu acreditei no discurso do cidadão e me tornei um aguerrido cabo eleitoral, andando a cavalo em todas as comunidades da região fazendo sua campanha. Resultado, com uma grande adesão popular, elegemos o José Sarney em 1965 para ser o governador do Maranhão. Nessa época eu já era presidente do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Pindaré Mirim, que congregava trabalhadores rurais de toda a grande região do Pindaré. Mesmo sem ainda ter uma sólida consciência de classe eu já havia sido preso e espancado severamente pela polícia da ditadura militar. Foi por conta dessa perseguição que eu passei a acreditar nas promessas do Sarney que caso fosse eleito iria ser uma força aliada dos trabalhadores contra a repressão da ditadura militar.


No dia 13 de julho de 1968 o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Pindaré Mirim havia convocado uma reunião da categoria para receber a visita de um médico para tratar questões relacionadas à saúde dos associados e associadas. O Prefeito do município na época mandou informar que iria fazer uma visita ao sindicato neste mesmo dia. Por volta das 10 horas da manhã chegou um pessoal dizendo que queria falar com o presidente do sindicato. Quando eu apontei na porta fui recebido por tiro de fuzil que estraçalhou minha perna. A ação e os disparos foram efetuados pela polícia militar. Outros companheiros também foram atingidos por bala, mas felizmente não houve morte. Eu fui levado aprisionado e jogado na cadeia sem receber nenhum tratamento no ferimento, o que levou minha perna a gangrenar e ter que ser amputada. Sarney se encontrava em viagem para o Japão e quando retornou manifestou desconhecimento da questão e mandou seus assessores manter contato comigo, oferecendo apoio para a minha família, uma perna mecânica, uma casa e outras ofertas, desde que eu me tornasse um defensor do seu governo. Eu respondi que não estava preso por ser bandido, que minha perna tinha sido arrancada por bala da própria polícia militar do estado sob seu governo. Portanto, minha perna era responsabilidade da classe que eu representava, minha perna era a minha classe. Desde então eu passei a ser considerado um inimigo do Estado militar, passando a ser alvo de permanente perseguição. Fui preso 9 vezes e submetido às piores torturas que um ser humano é capaz de suportar. Vi muitos de meus companheiros e companheiras serem torturados e morto(a)s por ordem do governo militar do qual Sarney se tornou parte num primeiro momento como governador do Maranhão e posteriormente como Senador Biônico. Vale ressaltar que foi no primeiro governo da nascente oligarquia Sarney, que foi promulgada a Lei Estadual 2.979, regulamentada pelo Decreto 4.028 de 28 de novembro de 1969, a qual facultava a venda de terras devolutas sem licitação a grupos organizados em sociedade anônima. Essa lei foi o maior instrumento de legalização da grilagem das terras do Maranhão, particularmente na região do Pindaré (ASSELIN, 1982, p. 129). Essa grilagem promoveu a expulsão das famílias agricultoras de suas posses e a migração de milhares de famílias camponesas maranhenses para outros estados.


Eu escapei com vida, embora mutilado e com seqüelas físicas e psicológicas profundas, por conta da solidariedade da anistia internacional, das igrejas católicas e evangélicas, da AP como principal mobilizadora dos apoios e até do Partido Comunista do Brasil que na ocasião fez uma ampla campanha internacional pela preservação da minha vida.


Finalmente, fui exilado na Suiça de onde continuei denunciando as atrocidades da ditadura militar nas oportunidades que tive de viajar por vários países europeus. Foi também no exílio juntamente com companheiros refugiados que começamos a discutir a idéia já em discussão no Brasil de criação do Partido dos Trabalhadores e também de uma central sindical.


Meu companheiro Lula, hoje vivemos um novo momento na história do Brasil; aquelas lutas dos anos 50, 60, 70, 80 e 90 não foram em vão; tivemos prejuízos enormes, pois muitas vidas foram ceifadas pela virulência dos detentores do poder do capital; porém, temos um saldo expressivo de vitórias; hoje temos um partido que se tornou a maior expressão política da classe trabalhadora na América Latina; temos o melhor presidente da história desse gigantesco país, que ironicamente é um trabalhador operário e nordestino, que assim como eu quase não teve acesso a estudos escolares. Eu confesso a você que sinto um imenso orgulho de ter participado desde os primeiros momentos da construção dessa grandiosa e ousada empreitada. Porém, companheiro presidente, ultimamente eu tenho vivido as maiores angustias que um homem com minha trajetória de vida é capaz de imaginar e suportar. Receber a imposição de uma tese defendida pela Direção Nacional do meu partido e até onde me foi informado pelo próprio companheiro presidente de que o nosso projeto político e social passa agora pelo fortalecimento da hegemonia da oligarquia sarneysta no Maranhão. Eu sei do malabarismo que o companheiro presidente tem precisado fazer para garantir alguma condição de governabilidade, porém, sei do alto custo que é cobrado por esses apoios conjunturais, e que nosso governo vem pagando a todos esses ônus. Companheiro, tudo precisa ter algum limite e tal limite é a nossa dignidade. O que está sendo imposto a nós petistas do Maranhão extrapola todos os limites da tolerância e fere de morte a nossa honra e a nossa história. Eu pessoalmente, há mais de 50 anos venho travando uma luta contra os poderes oligárquicos e contra os exploradores da classe trabalhadora neste país. Por conta disso perdi dezenas de companheiros e companheiras que foram barbaramente trucidados por essas forças reacionárias. Como que agora meus próprios companheiros de partido querem me obrigar a fazer a defesa dessas figuras que me torturaram e mataram meus mais fieis companheiros e companheiras. Vocês podem ter certeza que essa é a pior de todas as torturas que se pode impor a um homem. Uma tortura que parte dos próprios companheiros que ajudamos a fortalecer e projetar como nossos representantes no partido e na esfera de poder do Estado, na perspectiva de um projeto estratégico da classe trabalhadora. Estou falando do fundo de minha alma em honra à minha história e à de meus companheiros e companheiras que foram assassinadas pelas forças oligárquicas e de extrema direita neste país.


Estou animado para fazer a campanha da companheira Dilma, assim como para fazer uma aguerrida campanha política em prol do fortalecimento do PT no Maranhão e para construir um projeto político alternativo à oligarquia sarneysta, juntamente com os partido do campo democrático e popular na Coligação PT, PCdoB e PSB. Esta foi a tática vitoriosa em nosso encontro estadual realizado nos dias 26 e 27 de março, que aprovou por maioria de votos, da forma mais transparente possível e cumprindo todos os preceitos legais o nome do companheiro Flávio Dino para candidato dessa aliança legitimamente de esquerda e respaldada pelas mais expressivas organizações da classe trabalhadora deste estado que publicamente se manifestaram, a exemplo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura – FETAEMA e a CUT. Assim, penso que Estamos sendo coerentes com a nossa história e identidade classista. Portanto, estou fazendo este apelo ao mais ilustre companheiro de partido e confessando em alto e bom som que não aceitarei sob nenhuma hipótese a tese de que nestas alturas de minha vida eu tenha que negar minha identidade e desonrar a memória de meus companheiros e companheiras que foram caçados e exterminados pela oligarquia e os detentores do capital no Maranhão, no Brasil e mundo inteiro.


Lamento e peço desculpas se este meu posicionamento desagrada o companheiro e a Direção Nacional do PT, mas não posso me omitir diante de uma tese destruidora de nossa identidade coletiva e que representa a negação de tudo que temos afirmado nas nossas palavras e ações. Espero poder contar com a solidariedade e compreensão do meu histórico companheiro de utopias e lutas.


Atenciosamente,

Manoel da Conceição Santos -Membro Fundador do PT e primeiro Secretário Agrário Nacional

Imperatriz - MA, 03 de junho 2010

domingo, 6 de junho de 2010

Boletim Semanal - Notícias

HONDURAS

Esquecemos de Honduras? Seu povo não se esqueceu. Está aí nas mãos dos terroristas que dispõem de um Estado para perpetrar as violências que lhes permite de manter seu regime através do terror. Vejam as declarações de Zelaia.

E tanta gente “democrata” só sabe acusar a Cuba, onde o Estado protege seu povo e trata com dignidade seus inimigos, apesar de sua clara e comprovada colaboração com o governo inimigo de Estados Unidos que a invadiu, apoiou as guerrilhas e os atos terroristas contra seus cidadãos, além de tentar matar seu líder supremo em mais de 600 oportunidades. Cuba onde em 50 anos de seu regime socialista nunca espancou (e muito menos matou como aqui) um só operário ou camponês, ou qualquer manifestante de rua. Onde as prisões não se parecem nem de longe com as nossas, onde se entulham populações de presos não condenados, de pena cumprida e “criminosos” claramente das classes sociais exploradas. Quanta hipocrisia!

Boletim Semanal - Agenda

A UFRJ convida para o SEMINÁRIO INTERNACIONAL "O Estado Desenvolvimentista: Crise e Retomada?" - 10 e 11 de junho de 2010 no campus Praia Vermelha

O professor Theotonio dos Santos está confirmado para o debate de quinta-feira na mesa "Estado, Economia e Desenvolvimento". Para ler melhor o cartaz abaixo, é só clicar nele.


Os participantes terão direito a Certificado de Participação
Para mais detalhes, entre em contato com Karina Nunes/CCJE • knunes@ccje.ufrj.br • tel.: (21) 3873-5313

Boletim Semanal - Artigos Jornalísticos

Carta de Silvio Tendler ao governo israelense‏

Aqui está uma corajosa carta do meu amigo Silvio Tendler, poeta do documentário. É preciso desmitificar a relação entre o governo de Israel e a causa do povo judio. Não é possível que um povo que sofreu os poogroms e o holocausto entre outras formas de opressão compactua com um governo que se coloca acima de todos os povos, de todas as leis, de toda a razão para praticar o assalto sistemático contra os seus conterrâneos, tomando-lhes as terras, matando os que se manifestam contra sua opressão, estabelecendo formas cruéis de restrição à sua liberdade. Mais dramático ainda é ver como estes senhores se colocam acima das leis internacionais e praticam a violência mais ignóbil contra manifestantes pacíficos, ainda por cima em águas internacionais. Porque estes senhores reivindicamencarnar o holocausto do povo judeu e em seu nome se colocam à margem dos povos civilizados? Parabens Silvio.

"Carta ao governo israelense


Srs. que me envergonham:


Judeu identificado com as melhores tradições humanistas de nossa cultura, sinto-me profundamente envergonhado com o que sucessivos governos israelenses vêm fazendo com a paz no Oriente.Médio.

As iniciativas contra a paz tomadas pelo governo de Israel vem tornando cotidianamente a sobrevivência em Israel e na Palestina cada vez mais insuportável.

Já faz tempo que sinto vergonha das ocupações indecentes praticadas por colonos judeus em território palestino. Que dizer agora do bombardeio do navio com bandeira turca que leva alimentos para nossos irmãos palestinos? Vergonha, três vezes vergonha!

Proponho que Simon Peres devolva seu prêmio Nobel da Paz e peça desculpas por tê-lo aceito mesmo depois de ter armado a África do Sul do Apartheid.

Considero o atual governo, todos seus membros, sem exceção, merecedores por consenso universal do Prêmio Jim Jones por estarem conduzindo todo um pais para o suicídio coletivo.

A continuar com a política genocida do atual governo nem os bons sobreviverão e Israel perecerá baixo o desprezo de todo o mundo.

O Sr., Lieberman, que trouxe da sua Moldávia natal vasta experiência com pogroms, está firmemente empenhado em aplicá-la contra nossos irmãos palestinos. Este merece só para ele um tribunal de Nuremberg.

Digo tudo isso porque um judeu humanista não pode assistir calado e indiferente o que está acontecendo no Oriente Médio. Precisamos de força e coragem para, unidos aos bons, lutar pela convivência fraterna entre dois povos irmãos.

Abaixo o fascismo!

Paz Já!



Silvio Tendler

Cineasta "