Convidamos a todos para participar do seminário de pesquisa conjunto do Programa de Pós Graduação em Economia Política Internacional (PEPI) e do Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) sobre o tema "O sistema econômico mundial: gênese e alcance teórico de um conceito". O expositor será o Prof. Theotonio Dos Santos (Professor emérito da UFF, professor visitante senior da UFRJ, presidente da cátedra UNESCO-UNU sobre Economia Global e Desenvolvimento Sustentável).
Data e horário: 21 de maio, sexta-feira, 14:00 horas.
Local: Salão Dourado, Fórum de Ciência e Cultura, Palácio Universitário, 2º andar. UFRJ, Campus da Praia Vermelha, Av. Pasteur 250.
Abaixo pode ser baixado para a reprodução o cartaz do evento e o texto elaborado por Theotonio dos Santos sobre o tema:
O SISTEMA ECONÔMICO MUNDIAL: GÊNESE E ALCANCE TEÓRICO DE UM CONCEITO.
1- ECONOMIA MUNDIAL E ECONOMIA NACIONAL
A economia política nasce na fase de constituição dos Estados Nacionais e das Economias Nacionais. Assim, o esforço teórico que deu fundamento ao surgimento da economia como ciência se inscreve no marco da análise das economias nacionais. Esta foi, por exemplo, a grande contribuição de Quesnay ao estabelecer o conceito do ciclo econômico a partir do processo de produção agrícola e de sua circulação, passando pelas atividades manufatureiras e outras atividades "não-produtivas". Ele polemizava contra as doutrinas mercantilistas, que colocavam a riqueza como tendo origem no comércio, na manufatura, ou no ouro e na prata, de acordo com suas versões inglesa, francesa e espanhola, respectivamente. A reação representada por Quesnay procurava mostrar que o fundamento da riqueza estava na produção agrícola ou no "trabalho produtivo", como ele designou a produção primária, entendendo a circulação, o comércio e o setor financeiro como atividades "improdutivas", cuja existência se fundava neste trabalho produtivo.
Esta linha estabelecida por Quesnay vai se aprofundar nos economistas clássicos como Adam Smith e Ricardo, que vão buscar no trabalho o fundamento da riqueza nacional, ampliando o conceito de trabalho produtivo para incluir nele o trabalho manufatureiro. Eles deram especial ênfase no papel da produtividade e na divisão do trabalho vista, nesta época, como o principal instrumento para alcançar esta maior produtividade.
É natural, pois, que nesta fase a ciência econômica fosse obrigada a encarar as relações dessas economias nacionais com o "mundo exterior" como um problema teórico que exigia, de alguma forma, a abertura desse sistema econômico nacional, sobre o qual tinha posto sua ênfase teórica. Para analisar estas relações, Adam Smith irá formular a sua teoria das vantagens absolutas, que visava mostrar a necessidade de uma especialização naqueles setores em que a economia nacional se mostrava capaz de alcançar uma maior produtividade. No fundo, portanto, ele estava mais interessado no efeito das relações externas sobre a economia nacional do que na análise da economia internacional, à qual se refere algumas vezes ao tratar do problema colonial. Para continuar lendo, clique aqui para baixar.
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