Realizou – se o XX Encontro Nacional da
Sociedade Brasileira de Economia Política – SEP. Três notas
minhas:
http://www.unila.edu.br/es/ node/6673
Participou no Painel I
- Desenvolvimento latino - americano: integração e inserção
internacional, a Professora do Instituto de Filosofia e Ciências
Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IFCS/UFRJ, Diretora de Pesquisa da Rede e Cátedra sobre Economia Global e
Desenvolvimento Sustentável (REGGEN) e recém eleita Presidente do Conselho da Associação Latino Americana de Informação - ALAI Monica Bruckmann.
A Sociedade Brasileira
de Economia Política foi fundada em junho de 1996 como iniciativa da
Pós – Graduação de Economia da Universidade Federal Fluminense –
UFF e com apoio do Departamento de Economia da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP. A primeira Mesa do
primeiro encontro estivemos Paul Singer, Mário Dwyer e eu.
A retomada da Economia
Política iniciada pela SEP se estendeu por toda América Latina,
dando origem à Sociedade de Economia Política Latino Americana, a
SEPLA, que está presidida pelo Professor da UFF Marcelo Carcanholo.
Nos últimos 8 anos consagrou – se a Associação Mundial de
Economia Política que realizou já dois encontros na América
Latina, no México e em Florianópolis (2013). Nesta oportunidade
recebi o Prêmio Mundial de Economista Marxiano de 2013.
Confiram abaixo:
http://www.unila.edu.br/es/
Economia política
02.06.2015Em debate, o desenvolvimento, integração e inserção internacional da América Latina
“O grande dilema da América Latina é o embate entre o desenvolvimento e o buen vivir”. De um lado, questões como a industrialização da América Latina, infraestrutura, mercado interno e, de outro, experiências envolvendo o respeito às comunidades, à sua autonomia e fortalecimento. “No choque desses modelos está uma das grandes perguntas para a economia e para a política. E perguntamos se são harmonizáveis esses dois modelos, cosmovisões ou visões de mundo. Esse é o dilema”. A colocação é do professor da UNILA, Félix Pablo Frigeri, durante o painel “Desenvolvimento latino-americano: integração e inserção internacional”, parte da programação do 20º Encontro Nacional de Economia Política, realizado na UNILA, entre 26 e 29 de maio.Falando sobre integração latino-americana, Frigeri aponta o nascimento desse processo em 2005, com o desmonte da Alca. “Aí está a origem da integração latino-americana. Diria que a única região do mundo que hoje em dia trata de apresentar uma alternativa ao modelo neoliberal com relativa dimensão regional, com suas ambiguidades é a América Latina e o Caribe. Isso nos dá um momento político e epistemológico riquíssimo, único”, afirma.
Frigeri propõe pensar as distintas realidades da América Latina, não como uma situação negativa ou de atraso, mas como alternativa revolucionária das sociedades. “A qualidade dessa capacidade alternativa que teria esse espaço social, econômico, cultural, sempre considerado atrasado, está em sua exterioridade ao sistema capitalista.”
No mesmo painel, Carlos Mussi, diretor do escritório brasileiro da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), abordou a economia política falando sobre diferentes solidões da região, a partir do discurso de Gabriel Garcia Márquez, de 1982, ao receber o Prêmio Nobel. Para ele, são três os tipos de solidão que acometem a América Latina: a solidão em relação ao resto do mundo; entre os países da região; e dentro de cada Estado. “A economia política tem de levar em consideração as solidões para ter capacidade de diálogo, para quebrar as diferenças.”
Mônica Bruckman, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), centrou sua apresentação no que considera uma das características mais marcantes do capitalismo mundial contemporâneo: a disputa global por recursos naturais estratégicos - minerais fósseis, minerais metálicos, água, biodiversidade. Para ela, essa disputa tem, na América Latina, duas visões muito diferentes e em choque: “os diferentes projetos e processos de integração a partir da ideia central da autodeterminação dos povos e da sua soberania e, de outro lado, uma estratégia de reorganização dos interesses hegemônicos dos Estados Unidos na região, com uma política multidimensional de apropriação e gestão desses recursos”. Um exemplo da estratégia adotada pelos EUA são os acordos econômicos bilaterais fechados com diferentes países usados para “debilitar a integração” da região.
Para reforçar seu posicionamento, a pesquisadora apresentou trechos de documentos, como o Plano de Ciência dos EUA para 2007-2017, que “mostram como se desenvolve um pensamento estratégico profundamente coerente, articulado, que é capaz de orientar todo os Estados Unidos, desde o âmbito militar até o plano científico, tecnológico, educativo e cultural, inclusive”.
Mônica Bruckman diz que essas questões devem levar a América Latina a “avaliar as condições estratégicas, históricas, que nossa região tem nesse processo de reconfiguração da nova ordem mundial”. “É um mundo que está passando por profundas mudanças e que exige que a nossa região seja capaz de desenvolver uma visão estratégica em relação à gestão desses recursos naturais porque, do contrário, estaremos correndo o grave risco de reproduzir as condições de dependência nas quais a nossa região se insere na economia mundial.”
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