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segunda-feira, 8 de junho de 2015

CRIANÇAS ABANDONADAS E 30 ANOS SEM CIEPs

QUE FALTA NOS FAZ LEONEL BRIZOLA E DARCY RIBEIRO COM OS GRANDES PROJETOS QUE O  BRASIL NECESSITAVA. MUITOS DOS QUE ATACARAM OS CIEPS HOJE RECONHECEM A PROFUNDIDADE DO SEU ERRO. REPITAMOS COM DARCY:  "OU CONSTRUIMOS ESCOLAS OU NO FUTURO TEREMOS UM EXÉRCITO DE TROMBADINHAS ASSALTANDO NAS RUAS". VOCÊ PENSA QUE CONVENCE OS DETRATORES DOS CIEPS DE DIREITA E ESQUERDA? A TV GLOBO, UMA ALA DO PT, UMA CLASSE MÉDIA QUE NÃO QUERIA QUE SE GASTASSE TANTO COM OS POBRES. MILHÕES DE OUTROS INIMIGOS CONTRA A EDUCAÇÃO DE NOSSO POVO. LEIA ESTE ARTIGO E ENCONTRARÁS MUITOS DELES E O PRINCIPAL QUE ERA E É O SISTEMA GLOBO DE INFORMAÇÃO. 

Crianças abandonadas e 30 anos sem CIEPs.




Sergio Caldieri*

Como dizia Darcy Ribeiro há 30 anos: "Ou construímos escolas ou no futuro teremos um exército de trombadinhas assaltando nas ruas". Não deu outra
Desde 1984, nos 510 CIEPs teriam estudados cerca de 20 milhões de crianças em turno integral, que era o objetivo. Mas foram destruídos pelo Moreira Franco, Marcelo Alencar e o sistema Globo (jornal, rádios e TV). Se Darcy Ribeiro não fosse derrotado pelo Moreira Franco (PDS, ex-Arena da ditadura), teria construído mais 500 CIEPs. Mais 20 milhões de crianças estudando. Culpa delles... E tem mais, os petistas Chico Alencar, Milton Temer e Vanilda Paiva tinham espaços nas midiotas para criticarem e esculhambarem os CIEPs.
Nunca ví tanto ódio na tentativa de educar as crianças no Brasil. Lembro que em 24 de abril de 2002, o jornalão O Globo publicou que sete mil crianças estavam trabalhado de olheiros nas 337 favelas na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ganhavam 600 reais por semana. Foi justamente neste dia, durante o programa Batendo Boca, na Rádio Nacional, do apresentador José Carlos Cataldi, perguntei: mas estas crianças não deveriam estar estudando nos CIEPs? E ainda acrescentei: cobrem do Moreira Franco, Marcelo Alencar e do sistema Globo.
No último dia 23/5, a jornalista Regis Farr fez o seguinte comentário no Feicebuque:
"Como jornalista de educação, fui n vezes a vários CIEPs, uma inclusive com a recomendação expressa da chefia de reportagem para mostrar como o Brizola "já tinha abandonado o projeto inicial e as crianças comiam mal e não tinham atividades depois das aulas". O que vi rodando pelos CIEPs da cidade, devidamente acompanhada por um fotógrafo, foi exatamente o oposto. O almoço nos deixou com água na boca, havia atividades desportivas e ensino orientado. Mais ainda: em alguns CIEPs havia alunos-residentes (8 meninos dos socialmente mais problemáticos), abrigados em espaço construído como apartamento, com um "pai" bombeiro e sua esposa como "mãe". Era um projeto realmente de educação integral, para a cidadania. Foi só o Marcelo Alencar entrar para terminar com o inovador e audacioso sistema educacional e transformar os CIEPs em escolas de terceira categoria, em dois turnos, pois era isso que o pobre merecia, de acordo com o pensamento retrógrado dessa turma.
À guisa de esclarecimento: eu não era brizolista à época.
E de curiosidade: escrevi uma matéria sobre o que vi nos CIEPs visitados na ocasião. Logicamente não foi publicada e fiquei por um tempo na geladeira. Eu trabalhava no JB, onde o antibrizolismo era menos acintoso. Se isto tivesse acontecido no Globo, eu teria sido despedida na hora".
De fato, o jornalista Pinheiro Jr., que foi responsável da editoria de cidade do O Globo, me contou que todos os dias, o chefão Evandro Carlos de Andrade cobrava uma matéria contra o governo do Leonel Brizola. Se não tinha, era para se virar, pois era ordem do Roberto Marinho.
Todos os professores que tentaram educar o povo brasileiro foram perseguidos, presos, cassados, banidos, torturados e exilados: Graciliano Ramos, Anísio Teixeira, Josué de Castro, Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Florestan Fernandes, Décio Freitas, Manoel Maurício de Albuquerque, Sergio Buarque de Hollanda, Maria Yeda Linhares, Joel Rufino dos Santos, Milton Santos e tantos outros. Sem esquecer dos cientistas cassados da Fundação Oswaldo Cruz, no golpe militar de 1964, no Rio de Janeiro.

*Sergio Caldieri - jornalista e escritor  -  Niterói, 24/5/2015

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