PARA DETER A OFENSIVA REACIONÁRIA, EM MARCHA NO BRASIL, NO MUNDO
E PARTICULARMENTE NA AMÉRICA LATINA, É NECESSÁRIO UMA FRENTE QUE
UNIFIQUE OS PATRIOTAS, OS DEFENSORES DA PAZ MUNDIAL E DO DIREITO
DOS POVOS A EXERCER A SOBERANIA SOBRE SEUS RECURSOS NATURAIS, O
PLANEJAMENTO DE NOSSO FUTURO ECONÓMICO NA DIREÇÃO DE UMA ECONOMIA
VOLTADA PARA AS NECESSIDADES DAS GRANDES MAIORIAS SOCIAIS, PARA O
FIM DA CONCENTRAÇÃO NAS MÃOS DO CAPITAL FINANCEIRO DOS PRINCIPAIS
PRODUTOS DO TRABALHO HUMANO, PELA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E O FIM DA
MISÉRIA, PELA SEGURANÇA NO TRABALHO E O RESPEITO AOS DIREITOS DOS
TRABALHADORES CONQUISTADOS EM DURAS LUTAS SECULARES. O BRASIL DEVE
ASSUMIR A RESPONSABILIDADE DE UNIR A AMÉRICA LATINA E O CARIBE NUM
GRANDE PROJETO DE INTEGRAÇÃO CONTINENTAL. A AMÉRICA LATINA UNIDA
PODERÁ DEFENDER COM VIGOR E ÊXITO SEU DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL, SOCIAL, ECONÓMICO E CULTURAL DIANTE DAS FORTES
AMEAÇAS DE MANUTENÇÃO E MESMO APROFUNDAMENTO DA DOMINAÇÃO
IMPERIALISTA. A UNIDADE COM OS BRICS E O MOVIMENTO DOS NÃO
ALINHADOS PROJETA PARA O CONJUNTO DO PLANETA A AUTODETERMINAÇÃO DE
NOSSO POVOS. EM TORNO DESTE PROGRAMA DE SALVAÇÃO NACIONAL E DE
DESENVOLVIMENTO TEMOS QUE CONGREGAR UM BLOCO HISTÓRICO DE FORÇAS
SOCIAIS ALIADAS NESTA TAREFA AINDA QUANTO TENHAM DIFERENÇAS E ATÉ
MESMO CONTRADIÇÕES QUE DEVERÃO SER RESOLVIDAS NESTE CONTEXTO DE
PAZ E DESENVOLVIMENTO. VEJA - SE O ARTIGO DE ROBERTO AMARAL QUE DESENVOLVE ESSA PROBLEMÁTICA.
Do “Petróleo é nosso” ao “Brasil é nosso”
Por Roberto Amaral.
A CAMPANHA
O Petróleo É Nosso, lançada há mais de 60 anos, uniu
políticos, movimentos, intelectuais e personalidades de diversas
correntes e acabou vitoriosa graças a essa variedade de
integrantes. Seria possível repetir algo parecido hoje no Brasil
para enfrentar uma ofensiva conservadora que não se limita a
pregar a repartição do pré-sal com companhias estrangeiras, mas
também o impeachment, a volta da ditadura, o retrocesso em
direitos sociais e trabalhistas? Há quem aposte que sim e
prepare o lançamento de uma reação por ora chamada de Frente
Nacional Popular.
A Frente deverá
ganhar vida em junho, a partir de um ato público. Entre seus
articuladores circula um esboço de manifesto. Embora o objetivo
principal seja o de resistir à onda conservadora, o documento
elenca bandeiras propositivas. Prega-se a defesa da democracia e
seu aprofundamento pela reforma política, o fortalecimento da
soberania nacional contra os efeitos da crise da Petrobras, a
volta do crescimento com distribuição de renda e sem arrocho
fiscal, o combate às desigualdades e a manutenção de direitos
trabalhistas. Uma minuta do texto será colocada em discussão na
internet na segunda-feira 18.
Um dos principais
mentores é o cientista político e ex-ministro Roberto Amaral, um
dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro. Para ele,
assiste-se hoje no País a uma ofensiva da direita conservadora
como não se via desde o governo João Goulart, deposto pelo golpe
de 1964. Tal avanço, diz Amaral, ameaça conquistas sociais
históricas e só pode ser detido por uma união de forças que não
se limite a partidos, pois estes estão sob suspeita da
sociedade, a começar pelo PT. “Diante da emergência reacionária,
os partidos estão atônitos, sem resposta política”, afirma. “A
saída é uma frente de massa. Até para defender reformas
profundas que nossos governos não tiveram forças sequer para
tentar.”
Foi citada em
público pela primeira vez em abril, quando uma mesa-redonda no
Clube de Engenharia, também no Rio, discutia a possibilidade de
a crise na Petrobras levar a uma invasão do País por petroleiras
e empreiteiras estrangeiras. O batismo provisório, sugestão do
líder de um famoso movimento social, despontou no dia seguinte,
em um debate semelhante ocorrido no sindicato paulista dos
engenheiros.
Presidente do
Clube de Engenharia e mediador da mesa-redonda de abril, o
empresário Francis Bogossian declara-se “inteiramente de acordo
com a ideia da Frente”. Foi por essa razão que ele topou acolher
debates sobre os rumos do País na entidade, condicionando apenas
que não fossem de caráter partidário. “Vemos nitidamente um
movimento em prol dos interesses estrangeiros”, avisa.
O caráter
suprapartidário ficará nítido caso se confirme a adesão do
economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro de FHC, hoje
crítico da oposição, e o jurista Cláudio Lembo, ex-governador de
São Paulo. Não é de hoje, os dois disparam contra a insurgência
reacionária. Segundo Bresser-Pereira, a distribuição de renda
nos governos Lula e Dilma produziu um ódio de classe contra o PT
por parte dos ricos e de uma “classe média que virou muito
conservadora, infelizmente”. Ele aponta o fim do pacto
nacional-popular da era Lula. Lembo, que esteve no debate de
abril no sindicato dos engenheiros, repele o “Fora Dilma” e os
clamores em prol da volta dos militares ao poder. “Há uma coisa
diabólica acontecendo no Brasil”, resume.
Um dos combustíveis da Frente, o
desgaste do PT, é reconhecido até por petistas. Não por acaso o
ex-ministro e ex-governador Tarso Genro tornou-se um aliado de
primeira hora da proposta e tem se reunido com frequência com
Amaral. “A Frente é fundamental para neutralizar o antipetismo
instrumentalizado por setores reacionários. Por isso o PT não
pode estar sozinho, tem de estar ao lado de outras forças
democráticas e populares”, considera o deputado Alessandro
Molon, outro participante das discussões. O papel mais
importante do movimento, enxerga Molon, é enfrentar os
retrocessos da Câmara dos Deputados, que sob a regência do
peemedebista Eduardo Cunha adotou uma pauta marcadamente
retrógrada, incluídas a terceirização total do mercado de
trabalho, a revogação do Estatuto do Desarmamento e a
constitucionalização das doações empresariais de campanha. “Os
maiores riscos de retrocesso hoje estão na Câmara. Há conquistas
com as quais sonhamos, mas a situação da Câmara é tão grave, que
impedir retrocessos já será uma vitória.” A proposta da Frente
mostra, enfim, que uma ala progressista da sociedade decidiu
reagir. Já era hora.
Leia mais em: www.ramaral.org
Nenhum comentário:
Postar um comentário