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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mais provas da incompetência e prepotência dos responsáveis pelas políticas macroeconômicas: o caso do FED

Além do que nós mostramos na postagem anterior apresentamos aos leitores uma reportagem publicado pelo O Globo, em 22 de Fevereiro, na página 32 do Caderno de Economia sobre o elegante título de: "BC dos EUA não teve dimensão da crise após colapso do Lehman, mostram gravações".

Como se pode ver não se tratava somente de ignorância que os impedia de ver algo que os enfoques corretos da Economia Política já denunciavam há muito, mas também um caso de prepotência ao tentar ridicularizar aqueles que nomearam corretamente os fatos e previram a evolução dos acontecimentos.

Contudo devemos assinalar que estas pessoas com todo o seu vergonhoso comportamento foram responsáveis e são responsáveis pela presidência da instituição que entregou maciçamente a renda gerada pelos trabalhadores norte-americanos e capita da expropriação de outros povos em favor da ínfima minoria dos proprietários das agências financeiras internacionais.



Da Bloomberg News
Washington – Um dia após o colapso do Lehman Brothers – o banco de investimentos cuja falência foi considerada o estopim da crise financeira global de 2008 -, os diretores do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não tinham ideia do impacto das turbulências que sacudiram os EUA e os mercados internacionais nos meses seguintes, mergulhando a economia mundial em recessão. As finanças estavam começando a ruir, mas os gestores da política monetária americana não conseguiram perceber os sinais do desastre.
“Não creio que tenha ocorrido mudança significativa no cenário básico”, afirmou Dave Stockton, analista sênior do FED, em 6 de setembro de 2008, segundo as transcrições da gravação da reunião divulgadas ontem em Washington. “Ainda esperamos uma recuperação gradual do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) no ano que vem”.
As transições revelam diretores do Fed se esforçando para entender a magnitude da crise financeira e suas consequências reais para a economia. A taxa de desemprego saltara para 6,1% em agosto frente a 5% no início daquele ano, mesmo com a inflação também crescendo. A crise financeira provocaria o congelamento do crédito, empurrando o desemprego para 10%. Em 2009, mais de 15 milhões de americanos estavam sem trabalho.
Na reunião de setembro, as autoridades do Fed discutiram o colapso do Lehman, mas mesmo assim mantiveram a taxa básica de juros inalterada em 2%, ignorando o clamor de investidores para que reduzissem imediatamente a taxa.
A percepção da gravidade do que ocorrera passou ao largo, a ponto de a atual presidente do Fed, Janet Yellen, à época dirigindo o Fed de San Francisco, fazer piada:
“Os cirurgiões plásticos e os dentistas do East Bay notaram que os pacientes estão adiando procedimentos eletivos”, disse ela, levando os colegas às gargalhadas. Na reunião, Bem Bernanke – que deixou a presidência do Fed no fim de janeiro – disse que “a política (do Fed) está indo muito bem”.
“Não tenho nada muito útil a dizer sobre as consequências dos acontecimentos econômicos dos últimos dias”, afirmou por sua vez Stockton. “Não estou me sentindo muito bem sobre isso agora, mas não sei se isso se deriva de uma análise econômica racional ou provém do fato de eu ter comido muitos produtos das máquinas automáticas do andar de baixo”.

Os leitores podem notar que além da mediocridade destas grandes figuras do livre mercado, podemos também duvidar do seu sentido de humor. Da próxima vez que você vir algum deles dando declarações enfáticas na televisão lembrem-se destas revelações tão contundentes.


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