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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Comentários sobre meu livro e sua ligação com o tema do desenvolvimento e civilização

Ceci Juruá destaca pontos importantes do material que serve de base para o meu livro em preparação sobre Desenvolvimento e Civilização. Gosto da referência a Barros de Castro pois discuti com ele muitos dos meus pontos de vista e sempre tivemos um alto grau de concordância. Ele avançou muito na pesquisa sobre o tema. Veja o livro sobre a pesquisa que coordenei para o IPEA onde se sugerem caminhos a pensar. Para acessar Governança Global e Integração da América do Sul, clique aqui.
 
 
Obrigado Ceci pela sua contribuição.
 
Theotonio

Boa tarde, caro Theotônio,

Acabo de reler seu livro - Os impasses da globalização.  Mais particularmente seu artigo sobre a Hegemonia Compartilhada. Fiquei impressionada, é um artigo, quase livro, excelente, uma análise concreta de raro valor sobre a redistribuição do poder e da riqueza mundiais.   Vc seleciona com especial acuidade as mudanças que podem, ou parecem ser os germes de uma nova Civilização Planetária.

Interessou-me, particularmente, seu relato sobre o novo modelo tecnológico emergente da revolução científico-técnica e o 'processo de automação que elimina o trabalho humano direto e substitui o controle e administração da produção humanos por sistemas eletrônicos e informáticos de informação e decisão." !!!

Suas observações a respeito parecem-me coincidir com algumas das idéias de Antonio Barros de Castro, ao final de sua vida.   Dizia ele que não podemos defender toda nossa indústria, é preciso selecionar os segmentos onde possamos ter vantagens expressivas para enfrentar a competição mundial, vantagens que tanto podem ser "naturais" (propriedade de matérias primas e insumos, como a biodiversidade e o petróleo) como culturais (a navegação e setor naval, e talvez a aviação com a Embraer). Os exemplos são meus.  Castro fala explicitamente das possibilidades de produzir o plástico verde. Há estudos no Bndes sobre os fitoterápicos.

Mas será possível administrar segmentos de importância estruturante de forma a suportar um processo de contínuas inovações e real progresso tecnológico em uma sociedade cujo aparato produtivo está todo, ou quase todo, sob controle dos conglomerados e grupos econômicos internacionais?  é a pergunta que me faço.  Tenho a convicção que somos um país pobre, de renda média baixa.   E nosso governo está capenga, voltando à clássica posição de servilismo frente aos poderosos.  A burguesia se associa, historicamente, e aceita o papel de sócio menor.  Os sindicatos?  são o que são...

Como suportar este momento, Theotônio, a fim de continuar o nosso avanço histórico, lento mas persistente? 


Parabéns, grande abraço,
Ceci