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domingo, 27 de novembro de 2011

Imperialismo y Dependencia em nova edição em castelhano

Acabo de receber correspondência da Biblioteca Ayacucho, da Venezuela, confirmando a finalização do meu livro "Imperialismo y Dependencia" que entrará em distribuição nos próximos dias. Espero que Ayacucho venha a disponibilizá-lo gratuitamente como faz com todos os excelentes clássicos latino-americanos que tem por missão editar. Isto permitirá aos leitores do meu blog acessar o livro mesmo não estando na Venezuela. Não sei se haverá uma boa distribuição latino americana. Infelizmente todas as editoras da região não logram criar uma boa distribuição pois os livros ainda são objeto de restrições alfandegárias.

"Imperialismo y Dependencia" foi editado em espanhol pela editora Era (México) em uma excelente edição que logo se esgotou dando origem a novas edições que não pude controlar pois ao deixar México diminui muito o contato com Era.

Publiquei também na Itália uma edição de parte do material do livro. Em seguida veio a edição japonesa da editora Tsuge Togo que logo se esgotou, sem que eu saiba de uma segunda edição.

Em 1992, a Academia de Ciencias Sociais da China publicou uma edição que logo esgotou também. Em 1996, a editora da academia de Ciências sociais lançou uma nova edição cujo desenvolvimento não acompanhei. O livro nunca foi publicado em português quem saberá o porquê...  Para a informação dos leitores incluo em seguida alguns textos que podem jogar alguma luz sobre este livro que se publica como um clássico latino americano pela Biblioteca Ayacucho em co-edição com o Banco Central da Venezuela. Para baixar os textos, clique aqui.

Trecho do e-mail:

Estimado profesor Theotonio Dos Santos:

Me complace saludarlo en la oportunidad de atender a su ótima comunicación. Le informo que la actividad que realizaremos durante el mes de octubre conjunto con el Banco Central de Venezuela, institución que participa como coeditor de su libro "Imperialismo y Dependencia", ha sido suspendida, estamos en conversaciones con el BCV para definir una nueva fecha.

Con mucha alegria le informamos que el volumen ya está impreso y que en los prójimos dias estaremos enviándole los libros que le corresponde como autor. Aún no tenemos fechas de las presentaciones que haremos en el país, en cuanto tengamos la programación se lo informaremos y luego le remitiremos el material que se utilice en las mismas para que sea utilizado en su blog.



Comenda imprescindível

Com muita honra recebi no dia 24 de novembro passado a comenda os Imprescindíveis criada pelo semanário Inverta numa homenagem simples realizada na redação desta publicação. Apesar de ter recebido outras homenagens de grande prestígio sinto-me particularmente honrado por haver recebido esta pelo seu conteúdo altamente ético e humano. Lembro-me também que há alguns anos este mesmo jornal me outorgou a medalha Luis Carlos Prestes que muito me emocionou também.

Há homens que lutam um dia e são bons,
há outros que lutam um ano e são melhores,
há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"
(Bertold Brecht)

Theotônio dos Santos, doutor em Economia e Professor Titular da Universidade Federal Fluminense, reconhecido internacionalmente, é um intelectual que colocou seu conhecimento a serviço das lutas pela
libertação de nosso povo e das causas da solidariedade à luta dos povos.
O Jornal Inverta, nas comemorações de seus vinte anos, homenageou Theotônio dos Santos com a comenda Imprescíndivel, inspirada no poema de Brecht que tão bem traduziu a firmeza daqueles que dedicam o melhor de sua vida à luta pelo socialismo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sobre o PDT

Está na ordem do dia o destino do PDT, associado infelizmente à sobrevivência ou não de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Não existe nenhuma prova de vínculo de Lupi com situações administrativas graves no Ministério. Causa desgosto a vários setores de gente bem comportada suas afirmações fortes contra a campanha do Partido da Imprensa, seu jeito popular e sua linguagem dura e incisiva. Esta talvez seja uma marca de sua identidade com o PDT. As forças trabalhistas e socialistas neste pais foram vítimas de violentas campanhas “moralistas” conduzidas pelos homens “puros” da União Democrática Nacional, oligarcas liberais comprometidos com o golpismo militar durante todo o período do pós II guerra (ao constatarem sua falta de apoio eleitoral em várias eleições) assim como com os interesses econômicos norte americanos no Brasil e no mundo. Como sabemos, esta união de interesses pela exploração e expropriação do nosso povo conseguiu sempre legalizar-se buscando colocar no campo da “corrupção” as práticas comerciais e administrativas marginais ao núcleo dos interesses centrais da imoralidade pública que eles representam. Carlos Lacerda foi um dos principais animadores destas campanhas como aquela contra o “rato Fiúza”, candidato a presidente logo depois do Pós Guerra. Ou a campanha contra o “mar de lama” que se teria convertido o segundo governo Vargas. Estas expropriações brutais dos recursos públicos exercidas pelos “homens de bem” jamais são tocadas, mesmo quando assumem uma forma pública claramente ilegal como o caso do Banco Nacional, presidido na época pela nora do presidente da república.

Uma demonstração recente destas falsas campanhas de moralização pública é o aparecimento do termo “donos de ONGs” aplicados aos casos que se deseja desmoralizar.. São “donos” de ONGs a familia Roberto Marinho que possui uma das maiores e bem protegidas ONGs do pais que é a Fundação Roberto Marinho? E todo este aparato de poder civil das Igrejas? E todo este aparato forjado nos últimos anos pelas campanhas de Estado mínimo dos neoliberais? E este aparelho de intervenção cultural deste 1% que vive dos nababescos juros pagos pelo Estado brasileiro comandado pelo Banco Central (convertido em agencia do chamado “mercado” financeiro) e por seus vários representantes dentro do Estado Brasileiro que destina 1/3 dos seus gastos ao pagamento de juros por uma dívida injustificável num pais que tem superávit fiscal há vários anos em detrimento de políticas públicas essenciais para o nosso povo.

Contudo, sabemos que Lupi administra o espólio de uma das mais importantes experiências políticas deste país. Infelizmente este espólio entrou em crise definitiva no final da década de 90 quanto deixamos o partido tantos militantes, entre os quais a companheira Dilma Rousseff que se integrou ao Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul. Para aqueles como eu e ela que participamos da elaboração da definição da estratégia e do programa deste partido é importante garantir que suas linhas básicas estejam em pé, mesmo quando nos afastamos do Partido que tinha “perdido sua alma” como declara a historiadora cuja entrevista ao Estadão se mostra bem interessante. Publicamos abaixo a entrevista citada enviada pelo Professor Marcos Ianoni e o artigo documento que emitimos na época (2000) explicando nossa desvinculação do Partido Democrático Trabalhista. Poderíamos indicar também para nossos leitores que se interessam pelo tema o meu livro “O Caminho Brasileiro para o Socialismo” que publicamos em 1985 com um prólogo de Roberto Saturnino e uma “orelha” de Neiva Moreira. Apesar de boicotado pela imprensa, alcançou rapidamente 2 edições às quais a editora Vozes não deu continuidade.

PDT: UMA CRISE TERMINAL


THEOTONIO DOS SANTOS*


Assistimos um conjunto de fatos muito especiais envolvendo o destino do Partido Democrático Trabalhista. Uma cisão de dezenas de milhares de militantes no Rio de Janeiro. Outras cisões mais ou menos fortes nos outros estados, particularmente no Rio Grande do Sul onde, além de sua debacle eleitoral e ideológica, este partido perde alguns dos seus mais representativos e históricos militantes. Ao mesmo tempo, assistimos a comédia da união com o PTB, legenda rasgada por Leonel Brizola, em 1982, e transformada numa sigla de aluguel a serviço dos mais espúrios interesses. Depois vemos o envio de uma carta à Frente das Forças Populares retirando-se da mesma e, em consequência, do campo das forças de esquerda do pais.

Infelizmente estes fatos são simples indicadores de que nos encontramos diante de uma crise terminal do PDT. Seu líder máximo – numa atitude suicida – conduziu o partido ao isolamento político total e, para tentar sair dele, admite negociar com o PTB, uma das farsas políticas mais notórias deste país, mil vezes denunciada por nosso partido, uma fusão espúria que contraria o fundamento mesmo de nosso projeto partidário. E quando estas negociações entram em crise pela oposição do que sobra do partido, Brizola alega que seria difícil suas bases aceitarem retomar a sigla PTB quando se trata de uma oposição aos componentes desta sigla e não somente às letras que a compõem.

Como um dos fundadores deste partido cabe-me fazer de público algumas perguntas que tentarei responder em seguida.Como foi possível chegar a este resultado assustador? Que erros havia no nosso projeto que permitiu, em somente 20 anos de vida, degenerar-se tão radicalmente?

As bases de nosso projeto partidário se estabeleceram no Encontro dos Trabalhistas Brasileiros de Lisboa, em 1979. Em seguida, elas foram consagradas no Manifesto e no Programa de nosso Partido, aprovado em Congresso Nacional em 1980. Finalmente elas foram desenvolvidas na Carta de Mendes, logo após a vitória eleitoral de Leonel Brizola para governador do Rio de Janeiro, em 1982. Em Congressos posteriores, buscamos atualizar este arcabouço ideológico e doutrinário mas, no fundamental, nos mantivemos fiéis às suas linhas básicas.

O PDT surgiu da perda da sigla partidária histórica do PTB, mas o país sempre reconheceu que a herança do trabalhismo passava pelo PDT e não pelo grupo de aventureiros que se apropriou de nossa sigla histórica por ato da ditadura.

Porque era importante reivindicar esta continuidade política, o fio da história que unia as mais diversas correntes políticas? Por que o trabalhismo era a força política contra a qual se desfechou o golpe de Estado de 1964, particularmente sua ala mais radical e conseqüente expressa na liderança de Leonel Brizola.

A destruição da herança ideológica e política da ditadura passava pela retomada das conquistas e dos projetos históricos do profundo movimento social que levou o país ao auge do seu desenvolvimento econômico, político e social entre 1950 e 1964.

Este movimento, colocado no poder pela campanha da legalidade iniciada no Rio Grande do Sul sob o comando de Leonel Brizola, prometia desdobrar-se na reforma agrária, na lei da remessa de lucros e nas chamadas reformas estruturais. Foi a perspectiva dessas mudanças radicais que levou a classe dominante brasileira a aliar-se com o capital internacional e particularmente com o governo norte-americano ( conforme é hoje mais do que documentado) para detê-las de qualquer forma e realizar “uma contra-revolução preventiva”, conforme a definição de um de seus líderes.

Ao contrário do PT, que nascera do movimento de massas que se erguera contra a ditadura nos anos 70, o PDT pretendia (e seus seguidores ainda o pretendem) representar um movimento histórico secular forjado nas lutas dos anarquistas no começo do século; nas forças socialistas e comunistas que se consolidaram nos anos 20 e 30 do século XX; na legenda histórica da coluna Prestes, cujo chefe se converteu no presidente de honra de nosso partido; nas forças progressistas que conduziram a revolução de 30; no concerto de forças que levou ao início da legislação trabalhista; na luta histórica de nossos pracinhas que se colocaram na vanguarda de nossa participação na vitória dos Aliados contra o nazismo; no amplo movimento democrático e nacionalista que se articulou no pós-guerra levando ã criação da Petrobrás e ao desenvolvimento econômico do final dos anos 50; da CGT, das Ligas Camponesas, do Comando Nacional dos Sargentos, dos oficiais nacionalistas, da frente parlamentar nacionalista, do Centro de Cultura Popular e tantas outras forças que compuseram a Frente de Mobilização Popular do inicio dos anos 60; da resistência contra a ditadura, nas suas mais diversas formas, desde os movimentos armados até o Movimento pela Anistia, as greves operárias de São Paulo e as facções autênticas do MDB.

Elementos de todos estas forças estiveram na constituição do PDT e entregaram a Leonel Brizola a liderança desta enorme e rica tradição histórica. Francisco Julião,
Bocaiuva Cunha, Doutel de Andrade, Darcy Ribeiro, Edmundo Moniz, Adão Pereira Nunes, Luis Carlos Prestes, Euzébio Rocha, Brandão Monteiro, Herbet de Souza, para citar somente alguns dos que se foram, e tantos outros delegaram a Leonel Brizola a herança de suas lutas confiando em suas qualidades de chefe e combatente, com o objetivo explícito de criar um partido político de massas, com uma estrutura de quadros capaz de conduzir o nosso país para uma nova fase histórica de desenvolvimento econômico e social que apontava o trabalhismo como O Caminho Brasileiro para o Socialismo.

No entanto, as tendências personalistas e caudilhescas terminaram por inviabilizar nosso projeto. Elas impediram a consolidação de nosso partido como uma sólida estrutura de quadros, expulsaram de nossa companhia companheiros que faziam sombra a nossos dirigentes, principalmente ao principal deles, O caudilhismo favoreceu a improvisação e negou o papel da competência profissional e intelectual, levou a posições políticas mal calculadas e sacrificou a frente de esquerdas que tanto aspirávamos.

Havíamos insistido também na necessidade de armar um arco de forças sociais que ademais dos setores organizados dos trabalhadores, incluísse as grandes massas de despossuidos e excluídos sociais. Isto nos permitia justificar o caráter amplo e assembleístico de nosso partido e servia de explicação para certos desvios populistas que se expresavam na aceitação de lideranças populares personalistas, pouco disciplinadas e pouco partidárias.

Com o tempo, esta ênfase excessiva no expontaneismo afastou de nosso partido os movimerntos sociais organizados e favoreceu o oportunismo e o personalismo em nossas fileiras.

20 anos depois, vemos o nosso projeto estreitar-se quando podia alcançar o seu ponto mais alto. Quando a sociedade brasileira forja uma aliança de esquerda para as eleições presidências e consegue, no Rio de Janeiro, construir esta Frente de Esquerdas em torno de um governo estadual dirigido por uma liderança jovem e promissora, que reativou o nosso partido, vemos prevalecer uma atitude irresponsável que rompe com esta Frente, que deveria ter continuidade nas eleições municipais do Rio de Janeiro através da candidatura de Benedita, e lança uma candidatura irresponsável do dirigente máximo do partido à Prefeitura do Rio de Janeiro.

É fácil ver aonde nos levam tais aventuras, ainda mais absurdas quando são acompanhadas de uma cruzada insana contra o governador do Rio de Janeiro, convertido em inimigo principal de um grupo de militantes que vai se desprendendo da realidade até o ponto de converter-se numa caricatura política expressa nas tentativas ridículas de expulsão do governador do Estado e de outros militantes que não se ajustam a estas insanidades. Expulsão consumada depois da desfiliação do governador e mais de 12000 militantes.

Para completar este quadro, vemos estas atitudes doentias predominarem nas eleições de Porto Alegre, onde chegamos à degradação política máxima de tentar comandar uma frente anti-PT, em aliança com as mais reacionárias forças de direita, representantes do governo Fernando Henrique Cardoso, contra o qual se bate hoje a maioria da nação, espezinhada pela debacle econômico-financeira e pela entrega de nossas riquezas.

Em vez de corrigir estes rumos, depois do fracasso eleitoral de Brizola no Rio e do sujo papel exercido em Porto Alegre, nossas bases políticas mais importantes, este grupo aprofunda seus erros e tenta a aliança desesperada com o PTB para salvar os restos do partido que caminha assim para o suicídio. Com que objetivo? Para salvar a cara de quem? Do PDT? Do nosso projeto histórico? Da liderança de Brizola, que começa a beirar agora o delírio e ameaça sair do plano da esquerda para aliar-se às forças políticas mais corruptas do pais?

Ainda é tempo de parar. Ainda é tempo de recuar. Ainda é tempo de salvar a biografia daquele no qual tantos de nós confiou, apesar de seus desvios caudilhescos que impediram nossa conversão num verdadeiro partido e de seus erros de condução que comprometeram tão decisivamente nosso projeto histórico.
Mas é hora também de separar o joio do trigo.

Os que continuamos fiéis ao nosso projeto original, à unidade das esquerdas, aos objetivos históricos de nosso povo nos desfiliamos desse partido e nos comprometemos a encontrar em outra agrupação política um caminho mais próximo de nosso objetivo original:

Reunificar as forças socialistas, comunistas, trabalhistas, nacionalistas e democratas deste país para conduzi-lo ao seu verdadeiro destino de desenvolvimento econômico, justiça social, democracia e soberania nacional, forjando assim o caminho brasileiro para o socialismo.


* Theotonio Dos Santos foi fundador do PDT e membro de seu Diretório Nacional.
No presente momento é membro da comissão de coordenação do movimento dos desfiliados do PDT.



Mais um importante pólo acadêmico no Sul

A publicação de uma revista com 3 edições anuais em inglês e 1 edição em espanhol abre um caminho importante de divulgação do trabalho de pesquisa de uma equipe bastante consolidada de estudos sobre a questão agrária orientada para os interesses e questões colocadas pelos países e povos do sul. Paris Yeros, professor de nacionalidade grega, da PUC de Minas, nos convida para participar de seu conselho editor o que aceitamos com muito prazer apesar de nossos problemas de tempo. O projeto de trabalho do grupo é muito interessante e eles têm o apoio de Samir Amin que se dedica fortemente sobre estas questões. É importante também que estejam associados à SAGE que coordena a edição de centenas de “journals” em todo o mundo garantindo um excelente trabalho de edição e divulgação. Se você quer conhecer mais de perto o grupo leia as informações sobre o mesmo que me fizeram chegar.

Agrarian South: Journal of Political Economy
a periodical publication of SAGE and CARES in partnership with AIAS and SONAQ


I. Editorial Aims and Scope of the Journal

Agrarian South: Journal of Political Economy is a periodical publication of SAGE India and the Center for Agrarian Research and Education for the South (CARES, India), in partnership with the African Institute of Agrarian Studies (AIAS, Zimbabwe), and the South-South Research Network on the Agrarian Question (SONAQ, Brazil). Agrarian South is a tri-continental initiative of researchers and activists based in Africa, Asia, and Latin America, seeking to promote research and teaching on the agrarian question.

The aims of Agrarian South are to promote research on the political economy of agrarian change and global agriculture from a Southern perspective. The ongoing transformations in the world economy have brought to the fore a series of historic challenges, linked to the food, energy, climate, and economic crises, which will definitively mark the whole of the twenty-first century. As the period of neoliberal globalisation comes to a close, there is a profound need to rethink the agrarian question in innovative ways, and especially what it means to the peoples of the South.

The journal intends to provide an outlet for innovative thinking on the agrarian question and give priority to thematic areas which it deems fundamental, namely: the role of rural and land movements in democratic, national, and global struggles; the unequal integration of Southern societies and agricultures in the world system; and the construction of alternative development strategies towards a multipolar world.

The intended readership includes undergraduate and postgraduate students, junior and senior researchers, activists, and policy-makers, in both South and North. The journal is located in the Development Studies discipline, bringing together such sub-disciplines as Agrarian Studies, Labour Studies, Gender Studies, Environmental Studies, Urban Studies, and International Political Economy. The perspective of the journal, while supportive of diverse theoretical approaches, is grounded in critical political economy, which it recognises as the historical matrix of the social sciences. The objective of the journal is to cultivate a political economy which rises to the multi-faceted challenges of the twenty-first century.

The journal will have balanced international representation, which includes an Editorial Board drawn from Africa, Asia and Latin America, and an International Advisory Board with recognised scholars from both North and South. The journal will publish articles in English, and will undertake to translate articles from Spanish, Portuguese, and French. An annual compilation of each volume will also be published in Spanish by SONAQ.

The journal will publish articles that emerge from the research and teaching activities of its partner organisations. Its research agenda revolves around the following issues, in accordance with the thematic areas identified above:

Rural Movements, Democracy and National Sovereignty
  • Rural Movements in Africa, Asia and Latin America
  • Trade Unions, Political Parties and the Agrarian Question
  • Gender and the Agrarian Question
  • Building Rural-Urban Unity in Africa, Asia and Latin America
  • The National Question in the Present Crisis

The Capitalist World System and the Present Crisis
  • The New Scramble for Land and Natural Resources
  • Finance Capital, MNCs and the Global Agro-Food System
  • International Organisations and the Global Agro-Food System
  • The Climate-Energy Crisis and the Bio-fuels Industry
  • Global Commodity Chains in Agriculture

Alternative Development Strategies for a Multipolar World
  • Land Reform, Re-peasantisation and Cooperativism
  • The Urban Land Question in Africa, Asia and Latin America
  • Sustainable Agro-Industrial Development
  • Regionalism and the Agrarian Question
  • Re-posing the Agrarian Question in Europe and North America

II. Rationale for the Journal

Agrarian South is the product of a long cross-fertilisation of various initiatives in South-South research collaboration, with such partners as CODESRIA (Council for the Development of Social Science Research in Africa), the Third World Forum, the World Forum for Alternatives, CLACSO (Latin American Council of the Social Sciences), IDEAS (International Development Economics Associates), and ActionAid India.

In recent years, there has been renewed interest in the agrarian question, especially as a result of the escalating food, energy, climate, and economic crises, but also due to the emergence of strong rural movements in the South, in opposition to land concentration and the dominant model of corporate-industrial agriculture. It is our view that existing publication outlets with an international vocation, namely Journal of Agrarian Change and Journal of Peasant Studies, both based in the North, have generally been unable to formulate a research agenda which would give adequate expression to the emerging social struggles and associated research in the South. Moreover, the alternative intellectual concerns and originality of many researchers, especially those based in the South, do not easily find acceptance among the editorial boards of established Northern journals and peer-review networks. It is for this reason the partner organisations resolved to create an alternative platform for the regular publication of scientific research in this burgeoning field.

More generally, the objectives of the partner organisations are to:

  • promote an autonomous Southern debate and perspective on the agrarian question;
  • facilitate collaborative tri-continental research, as well as socially-rooted research by means of systematic dialogue between researchers and activists;
  • develop research capacity to intervene systematically in national and global debates on the agrarian question and influence public policy;
  • provide advanced training on the theory and history of the agrarian question to young researchers, activists, and policy-makers;
  • establish an autonomous capacity to publish research on the agrarian question.

In addition to Agrarian South, the partner organisations have a number of activities, some already in progress, others in the planning stage, all of which will synergise with Agrarian South. Existing activities include the AIAS Annual Agrarian Summer School, which, since 2009, meets every January and brings together researchers and activists from Africa, Asia, and Latin America; its purpose is to sustain socially relevant research and theoretically informed political practice. The partner organisations also organise ad hoc seminars and conferences in the three continents, for the purpose of launching specific research projects.

The activities under planning include the Agrarian Studies Training Institute, whose purpose is to provide a periodic, three-week training course on the agrarian question for young researchers, activists, and policy-makers; as well as a Book Series, which will publish collaborative tri-continental research. Several collectively organised books are in progress, including:

  • Reclaiming Africa: Scramble and Resistance in the Global Crisis, edited by Sam Moyo, Paris Yeros and Praveen Jha;
  • Rural Social Movements: Responses to the Global Crisis in Africa, Asia and Latin America, edited by Marcelo Rosa, Antonádia Borges, Ng´wanza Kamata, Sandeep Chachra;
  • Rural-Urban Unity: Building Mass Movements in Africa, Asia and Latin America, edited by Paris Yeros, Antonádia Borges, Praveen Jha, Ng’wanza Kamata;
  • Agrarian Transitions in Africa: The Challenge of South-South Cooperation in Agriculture, edited by Sam Moyo, Paris Yeros, Marcelo Rosa, Dzodzi Tsikata.

Also, book projects which have already been published by the network include:

  • Sam Moyo and Paris Yeros (eds), Reclaiming the Land: The Resurgence of Rural Movements in Africa, Asia and Latin America, London and Cape Town, Zed Books and David Philip, 2005; republished in Spanish by CLACSO, Buenos Aires, 2008.
  • Sam Moyo and Paris Yeros (eds), Reclaiming the Nation: The Return of the National Question in Africa, Asia and Latin America, London, Pluto Press, 2011.

Our partnership is emerging as a key research hub on the agrarian question, with a distinct, and globally recognised, research agenda and perspective. Its diverse activities have consolidated a unique, and highly productive, tri-continental network of junior and senior researchers, which is fully capable of sustaining a regular and high-quality scientific publication.

III. Editorial Board and Administration

The Editorial Board will include seven members − two from Africa, two from Asia, and three from Latin America. The academic background of the board members represents the full range of traditional social science disciplines, including Economics, Sociology, Anthropology, Geography, Political Science, and International Relations. Moreover, while the board members all share expertise in Agrarian Studies, each also contributes expertise in a specific sub-discipline, including Labour Studies, Gender Studies, Environmental Studies, Urban Studies, and International Political Economy. This makes for a robust Editorial Board, capable of administering an interdisciplinary journal of this kind.

The members of the Editorial Board include the following:

  • Sam Moyo (Editor in Chief), AIAS, Zimbabwe
  • Sandeep Chachra (Managing Editor), ActionAid India / CARES
  • Praveen Jha, Jawaharlal Nehru University, India / CARES
  • Dzodzi Tsikata, University of Ghana
  • Paris Yeros, Catholic University of Minas Gerais, Brazil / SONAQ
  • Marcelo Rosa, University of Brasília, Brazil / SONAQ
  • Antonádia Borges, University of Brasília, Brazil / SONAQ

The journal will also have a balanced International Advisory Board, composed of senior and well-respected scholars, including the following (highlighted names are to be confirmed):

  • Kojo Amanor, University of Ghana, Ghana
  • Samir Amin, Third World Forum, Senegal
  • Armando Bartra, Instituto Maia, Mexico
  • C.P. Chandrasekhar, Jawaharlal Nehru University, India
  • Jayati Ghosh, Jawaharlal Nehru University, India
  • Mammadou Goita, Affiliation?, Mali
  • Yao Graham, Third World Network Africa, Ghana
  • Fred Hendricks, Rhodes University, South Africa
  • Norma Jiarraca, Argentina
  • Jomo K.S., Affiliation?, Malaysia
  • Mahmood Mamdani, Makerere Institute, Uganda
  • Marjorie Mbilinyi, University of Dar es Salaam, Tanzania
  • Thandika Mkandawire, London School of Economics, UK
  • Reginaldo C. Moraes, University of Campinas, Brazil
  • Lungisile Ntzebeza, University of Cape Town, South Africa
  • Prabhat Patnaik, Jawaharlal Nehru University, India
  • Utsa Patnaik, Jawaharlal Nehru University, India
  • Ebrima Sall, CODESRIA, Senegal
  • Henry Saragih, Via Campesina, Indonesia
  • Theotonio dos Santos, REGGEN, Brazil
  • Issa Shivji, University of Dar es Salaam, Tanzania
  • Wen Teijun, Affiliation(?), China

The ideal would be to have a total of twenty members on the International Advisory Board. The role of this board will be strictly advisory, with no responsibility for the day-to-day management of the journal.

The management of the journal will be shared among the members of the Editorial Board. Each member will have responsibility for specific articles, in accordance with one’s regional and disciplinary expertise, while the responsibility for liaison with the publisher will rotate among the members of the board from issue to issue.

IV. Format of the Journal and Timing

The journal will appear trimesterly and will seek to have a fair balance between theoretical and empirical research. The journal’s features will include the following:

  • articles;
  • book reviews and review essays;
  • briefings on current affairs, events, and social movements;
  • one special thematic issue per year (the final issue of each volume).

V. Inaugural Issue

The inaugural issue will be published in April 2012. Its contents include the following:

  • Editorial, Their Agrarian Question and Ours
  • Samir Amin, Contemporary Imperialism and the Agrarian Question
  • Prabhat Patnaik, The Peasant Question and Contemporary Capitalism: Some Reflections with Reference to India
  • Jayati Ghosh, Accumulation Strategies and Livelihood Possibilities in India
  • Reginaldo C. Moraes, Reclaiming the Land, Reclaiming the Nation: Parallel or Twin Questions?
  • Sergio Sauer, Land Struggles and Land Markets: The Increasing World Demand for Land and the Landless Peasants in Brazil

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Lançamento Cadernos do Desenvolvimento‏

O Centro Celso Furtado continua avançando na retomada dos estudos sobre desenvolvimento no Brasil. Os interessados devem buscar o contato com o Centro para conseguir publicações e informar-se sobre o sistema de bolsas do Centro e suas atividades em geral.

"O Centro Celso Furtado tem o prazer de convidar para o lançamento da nova série de Cadernos do Desenvolvimento n. 9, agora em versão digital, com site próprio, e em versão impressa.
O tema do novo número é O Brasil na segunda década do século XXI. Além de doze artigos submetidos a pareceristas, versando sobre política regional e desenvolvimento, a publicação foi inteiramente reestruturada, em seu formato e conteúdo, inaugurando diversas seções. Uma delas é a que cuidará de “Desenvolvimento no mundo contemporâneo: agenda, interdisciplinaridade e perspectiva comparada”, e que neste número traz cinco ensaios de seus sócios, sobre o Brasil e sobre a América Latina.


Inicia-se também a seção de aprofundadas entrevistas com intérpretes do pensamento desenvolvimentista — o entrevistado é Luiz Gonzaga Belluzzo —, e com atores das instituições do desenvolvimento — o entrevistado é Luciano Coutinho.


O Dossiê Celso Furtado traz um inédito do patrono do Centro e um texto sobre ele, de José Almino de Alencar.

Completam a publicação, de 479 páginas, resenhas e informações sobre o Centro Celso Furtado."


Para acessar o site da revista, clique aqui. Para acessar o site do Centro Celso Furtado, clique aqui.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Second ISA Forum of Sociology



Instituciones organizadoras:

Asociación Internacional de Sociología – AIS/ISA
Asociación Latinoamericana de Sociología - ALAS
Asociación Argentina de Sociología - AAS
Sedes:
Facultad de Ciencias Sociales- 
Facultad de Derecho
Facultad de Ingeniería
Facultad de Ciencias Económicas 
Universidad de Buenos Aires (UBA)


CONVOCATORIA A ENVIAR RESÚMENES ON LINE:
Hasta el Jueves, 15 de diciembre 2011 a las 11:59 pm (EST)

En la pág. web del Forum se encuentra el listado completo de Comités de Investigación, Grupo de Trabajo o Grupo Temático, con las sesiones propuestas por cada uno de ellos y las temáticas correspondientes.

SOLICITUDES DE AYUDA FINANCIERA:
Los tipos de subvenciones y modalidad de presentación de las mismas están disponibles en la pág. del Forum.

Las solicitudes de ayuda financiera deben ser enviadas por los participantes directamente a los Coordinadores de Programa del Comité de Investigación, Grupo de Trabajo o Grupo Temático correspondiente antes del 31 de enero de 2012.

Asociación Internacional de Sociología – AIS/ISA

www.isa-sociology.org
http://www.isa-sociology.org/buenos-aires-2012/

23/11 - RJ - Lançamento de "Globalização, dependência e neoliberalismo na América Latina" de Carlos Eduardo Martins

Lançamento do livro
Globalização, dependência e neoliberalismo na América Latina


A Boitempo Editorial convida a todos para a noite de autógrafos do livro Globalização, dependência e neoliberalismo na América Latina, de Carlos Eduardo Martins, e da Revista Margem Esquerda, que chega ao número 17 com entrevista de Vânia Bambirra e textos de Michael A. Lebowitz, Fredric Jameson, István Mészáros, John Bellamy Foster, Paul M. Sweezy, Mario Duayer e Gilberto Maringoni, entre outros. O evento acontecerá no dia 23 de novembro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, integrando as atividades do II Colóquio de Politica Nacional e Internacional.

Em seu novo livro, Martins cumpre a difícil tarefa de atualizar as teorias sobre os conceitos-chave do título, essenciais para o pensamento contemporâneo e a compreensão das sociedades, principalmente as periféricas. Em uma época de grandes incertezas e uma enorme aceleração do tempo histórico, o autor se propõe o desafio de captar o movimento de crescente articulação entre o global e as particularidades regionais, nacionais e locais, e de choques entre forças sociais, políticas e ideológicas.

Haverá venda de livros da Boitempo no local.

Serviço

23/11 | às 18h30 | Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
Salão nobre do IFCS
Largo de São Francisco, 01, 2 andar - Centro

Carta aberta dos estudantes de Harvard ao professor Gregory Mankiw ( de Introdução à Economia)‏

MAIS QUESTIONAMENTO DA “ECONOMICS” E SUAS IDEIAS ARCAICAS RECÉM RECICLADAS PELO NEOLIBERALISMO. Até que a crise leve as pessoas para as ruas e para dentro das Universidades a protestar contra esta escolástica barata contra a qual tanto lutamos. Mas, olho: o pensamento neoliberal continua buscando hegemonizar o pesamento econômico moderno...

Nota de Mauricio David:

O nobelizável Gregory Mankiw é professor do curso de Introdução à Economia ( Economics 10) em Harvard e autor de um dos manuais de Introdução à Economia mais difundidos não só no Estados Unidos, mas em todo o mundo ( além de diversos outros manuais de Macro). Esta carta aberta lhe foi dirigida por um grupo de seus alunos daquela que é considerada uma das Top 5 universidades em todo o mundo, criticando o enfoque do curso acusado de visão unilateral do mundo. A discussão proposta pelos estudantes de Harvard muito possivelmente poderia ser ampliada para boa parte dos cursos de economia em outros países ( inclusive o Brasil...).

An Open Letter to Greg Mankiw

Wednesday November 2, 2011

Dear Professor Mankiw—

Today, we are walking out of your class, Economics 10, in order to express our discontent with the bias inherent in this introductory economics course. We are deeply concerned about the way that this bias affects students, the University, and our greater society.

As Harvard undergraduates, we enrolled in Economics 10 hoping to gain a broad and introductory foundation of economic theory that would assist us in our various intellectual pursuits and diverse disciplines, which range from Economics, to Government, to Environmental Sciences and Public Policy, and beyond. Instead, we found a course that espouses a specific—and limited—view of economics that we believe perpetuates problematic and inefficient systems of economic inequality in our society today.

A legitimate academic study of economics must include a critical discussion of both the benefits and flaws of different economic simplifying models. As your class does not include primary sources and rarely features articles from academic journals, we have very little access to alternative approaches to economics. There is no justification for presenting Adam Smith’s economic theories as more fundamental or basic than, for example, Keynesian theory.

Care in presenting an unbiased perspective on economics is particularly important for an introductory course of 700 students that nominally provides a sound foundation for further study in economics. Many Harvard students do not have the ability to opt out of Economics 10. This class is required for Economics and Environmental Science and Public Policy concentrators, while Social Studies concentrators must take an introductory economics course—and the only other eligible class, Professor Steven Margolin’s class Critical Perspectives on Economics, is only offered every other year (and not this year). Many other students simply desire an analytic understanding of economics as part of a quality liberal arts education. Furthermore, Economics 10 makes it difficult for subsequent economics courses to teach effectively as it offers only one heavily skewed perspective rather than a solid grounding on which other courses can expand. Students should not be expected to avoid this class—or the whole discipline of economics—as a method of expressing discontent.

Harvard graduates play major roles in the financial institutions and in shaping public policy around the world. If Harvard fails to equip its students with a broad and critical understanding of economics, their actions are likely to harm the global financial system. The last five years of economic turmoil have been proof enough of this.

We are walking out today to join a Boston-wide march protesting the corporatization of higher education as part of the global Occupy movement. Since the biased nature of Economics 10 contributes to and symbolizes the increasing economic inequality in America, we are walking out of your class today both to protest your inadequate discussion of basic economic theory and to lend our support to a movement that is changing American discourse on economic injustice. Professor Mankiw, we ask that you take our concerns and our walk-out seriously.

Sincerely,

Concerned students of Economics 10


Promoção de livro da REGGEN

Países emergentes e os novos caminhos da modernidade (a venda - em promoção)

UNESCO

Para os autores desta obra, o início do século XXI está passando por "[...] uma fase de transição voltada a uma nova ordem mundial e a um novo sistema mundial que será regido claramente por fortes capitalismos de Estado, cuja ação conjunta buscará regular o comércio, o movimento de capitais e os serviços, assim como o movimento da mão-de-obra mundial. Durante esse período de transição as potências continentais e as integrações regionais desempenharão papel decisivo para organizar esse novo sistema mundial, seguindo uma filosofia política que servirá de base doutrinária para o pleno desenvolvimento de uma civilização planetária, pluralista, democrática e igualitária [...] apoiada nos direitos humanos e no direito dos povos, na paz e no respeito à soberania nacional." O livro está dividido em três partes: "Sistema mundial e alternativas de desenvolvimento", "Cultura e modernidades alternativas" e "Movimentos sociais e os novos caminhos para a modernidade".

Autores: Santos, Theotonio dos; Martins, Carlos Eduardo; Bruckmann, Mónica.

Brasília: UNESCO, Cátedra UNESCO em Economia Global e Desenvolvimento Sustentável, 2008. 263 p.

ISBN: 978-85-7652-068-9

PREÇO EM PROMOÇÃO: de R$ 28,00 por R$ 20,00 (preço inclui postagem registrada). Mais informações clique aqui.
Há muitos anos lutamos por uma agência de notícia crítica. Quando se formou a PRENSA LATINA em 1960 já estava lá o Haroldo, eminente companheiro da POLOP. Sempre apoiamos esta iniciativa. Depois a UNESCO apoiou a NOVA ORDEM INFOMATIVA MUNDIAL que levou a retirado dos Estados Unidos da UNESCO. Coisa que depois de volta à UNESCO muito contrariado este país se retira outra vez em protesto contra a incorporação do estado Palestino à mesma. Em parte porque na verdade os Estados Unidos têm ojeriza e medo à palavra CULTURA quando tomada a sério. As coisas estão avançando. Será que alcançaremos nessa crise uma proeminência na informação internacional? Vejam este artigo do Observador da América Latina.


Organización Noticiosa de América Latina

Bruno Peron Loureiro

Recorre América Latina un hálito de democratización de las comunicaciones y la información que surge de la demanda de fuentes alternativas y de la insatisfacción con la concentración del poder de comunicar e informar en las antenas de transmisión de las empresas privadas. Los medios públicos y comunitarios han sido los protagonistas de los cambios en curso.

En octubre de 2010 un grupo de periodistas y participantes del “3er Congreso Mundial de Agencias de Noticias” en Buenos Aires, Argentina, sugirió la creación de un organismo que aglutinase las agencias estatales de noticias de América Latina en torno a intereses comunes. En junio de 2011 se formó en Caracas, Venezuela, la Unión Latinoamericana de Agencias de Noticias (ULAN).

Esta “organización noticiosa”, como quedó establecida, está compuesta por nueve agencias estatales americanas de noticias: Prensa Latina (Cuba), Agencia Guatemalteca de Noticias (Guatemala), NOTIMEX (México), ANDES (Ecuador), Agencia Venezolana de Noticias, Agencia Boliviana de Información (ABI), Agencia Brasil, Agencia de Información Pública de Paraguay y TELAM (Argentina).

La defensa de este organismo internacional se hace en base al desarrollo de una “comunicación plural” con el objetivo de promover la integración entre los países de la región. El discurso de integración gradualmente incorpora desafíos diferentes de los que tenía al principio el “panamericanismo” o el “latinoamericanismo”. Se reconoce actualmente el papel de la prensa y la televisión como dispositivos integrales y eficientes para alcanzar fines económicos y políticos.

De esta manera, ha faltado de todo menos un televisor ligado al hogar o una ventana comunicacional e informativa a los hechos, que advienen de la falacia del periodismo “independiente” y “objetivo”. Los medios de comunicación se han transformado en recursos disputados por el Estado y el comercio para llegar a las mayorías, que de otro modo son inalcanzables.

La ULAN surge por lo tanto con el objetivo de subsidiar la democratización de la comunicación en América Latina y actualizar el discurso de integración regional. Parte de este trabajo sin embargo se realiza por los medios de comunicación privados, a los que se atribuye el crédito por hacer llegar la “información” a un gran número de escuchas, lectores y espectadores.

Lo que diferencia a los medios públicos es el democratizar y pluralizar la información siguiendo el criterio de divulgación global de los “puntos de vista latinoamericanos” y de la “lucha por la justicia social”, que les interesan más a las bases que a las cúpulas de poder. Para ser más específicos, las agencias estatales pretenden ser más fieles a las ansias colectivas de los pueblos americanos.

El lema de estas agencias y de la ULAN es la defensa del interés “público” –el que se entiende como perteneciente a y controlado por, todos– a través de la representación más fiel de la “visión de nuestros pueblos”. Uno de los desafíos es crear nuevas formas de encuentro o espacios públicos a partir de los medios de comunicación, visto que ellos hace ya algún tiempo sustituyen a las reuniones calurosas en las plazas públicas.

Las acciones de la ULAN se coordinan básicamente por el intercambio de contenidos periodísticos (su sitio oficial en Internet dispone de actualizaciones de noticias de sus agencias), el fortalecimiento del sistema informativo, la organización de eventos y el intercambio de experiencias (la ULAN ha promovido seminarios sobre medios públicos) y ofertas alternativas a la porosidad de las empresas privadas transnacionales de comunicación.

Empresas privadas extra continentales frecuentemente nos venden noticias sobre nosotros mismos, o nos ofrecen torpes visiones de las realidades latinoamericanas. La ULAN pretende aumentar nuestra participación en los contenidos noticiosos sobre América Latina que circulan globalmente, y cambiar estereotipos, uno de los cuales es la indisociabilidad de la delincuencia en las imágenes cotidianas de nuestros países.

En la tarea de construcción de un “Nuevo Orden de la Información y las Comunicaciones”, agencias de noticias comunitarias, cooperativas y religiosas solicitan el ingreso a la ULAN. Ellas tienen la esperanza de sumarse al proceso de democratización de la comunicación y ofrecer alternativas de contenidos que sean más educativas y menos sensacionalistas.

Algunas de las agencias estatales de noticias de América Latina existen desde hace décadas, como Prensa Latina y TELAM, pero el deseo de mancomunidad y el discurso a favor de los “sistemas públicos de comunicación” se intensifican y alientan los sentimientos de quienes creemos en la ética y la sensatez de la “información”.

Destituidos de un mínimo de compromiso y responsabilidad en el manejo de la comunicación y la información, los medios sirven para denigrar hombres públicos, elegir presidentes-marionetas, promover golpes de Estado, legitimar guerras y encubrir asesinatos. Merecemos algo diferente.


Publicación Barómetro 07-11-11

Los contenidos de los análisis publicados por Barómetro Internacional, son responsabilidad de los autores. Agradecemos la publicación de estos artículos citando esta fuente y solicitamos favor remitir a nuestro correo el Link de la pagina donde esta publicado. Gracias. barometrointernacional@gmail.com

Noam Chomsky: se queremos mudar o mundo, vamos entendê-lo

Análise

Noam Chomsky: se queremos mudar o mundo, vamos entendê-lo

O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupa Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. O artigo é de Noam Chomsky.

Noam Chomsky - La Jornada

Dar uma conferência Howard Zinn é uma experiência agridoce para mim. Lamento que ele não esteja aqui para tomar parte e revigorar um movimento que foi o sonho de sua vida. Com efeito, ele pôs boa parte de seus ensinamentos nisso.

Se os laços e associações que se estão estabelecendo nesses acontecimentos notáveis puderem se sustentar durante o longo e difícil período que os espera – a vitória nunca chega logo -, os protestos do Ocupar Wall Street poderão representar um momento significativo na história estadunidense.

Nunca tinha se visto nada como o movimento Ocupa Wall Street, nem em tamanho nem em caráter. Nem aqui nem em parte alguma do mundo. As vanguardas do movimento estão tratando de criar comunidades cooperativas que bem poderiam ser a base de organizações permanentes, de que se necessita para superar os obstáculos vindouros e a reação contra o que já está se produzindo.

Que o movimento Ocupem não tenha precedentes é algo que parece apropriado, pois esta é uma era sem precedentes, não só nestes momentos, mas desde os anos 70.

Os anos 70 foram uma época decisiva para os Estados Unidos. Desde a sua origem este país teve uma sociedade em desenvolvimento, não sempre no melhor sentido, mas com um avanço geral em direção da industrialização e da riqueza.

Mesmo em períodos mais sombrios, a expectativa era que o progresso teria de continuar. Eu tenho idade o suficiente para recordar da Grande Depressão. De meados dos anos 30, quando a situação objetivamente era muito mais dura que hoje, e o espírito bastante diferente.

Estava-se organizando um movimento de trabalhadores militantes – com o Congresso de Organizações Industriais (CIO) e outros – e os trabalhadores organizavam greves e operações padrão a ponto de quase tomarem as fábricas e as comandarem por si mesmos.

Devido às pressões populares foi aprovada a legislação do New Deal. A sensação que prevalecia era que sairíamos daqueles tempos difíceis.

Agora há uma sensação de desesperança e às vezes desespero. Isto é algo bastante novo em nossa história. Nos anos 30, os trabalhadores poderiam prever que os empregos iriam voltar. Agora, os trabalhadores da indústria, com um desemprego praticamente no mesmo nível que durante a Grande Depressão, sabem que, se as políticas atuais persistirem, esses empregos terão desaparecido para sempre.

Essa mudança na perspectiva estadunidense evoluiu a partir dos anos 70. Numa mudança de direção, vários séculos de industrialização converteram-se numa desindustrialização. Claro, a manufatura seguiu, mas no exterior; algo muito lucrativo para as empresas mas nocivo para a força de trabalho.

A economia centrou-se nas finanças. As instituições financeiras se expandiram enormemente. Acelerou-se o círculo vicioso entre finanças e política. A riqueza passou a se concentrar cada vez mais no setor financeiro. Os políticos, confrontados com os altos custos das campanhas eleitorais, afundaram profundamente nos bolsos de quem os apoia com dinheiro.

E, por sua vez, os políticos os favoreciam, com políticas favoráveis a Wall Street: desregulação, transferências fiscais, relaxamento das regras da administração corporativas, o que intensificou o círculo vicioso. O colapso era inevitável. Em 2008, o governo mais uma vez resgatou as empresas de Wall Street que eram supostamente grande demais para quebrarem, com dirigentes grandes demais para serem encarcerados.

Agora, para 10% de 1% da população que mais se beneficiou das políticas recentes ao longo de todos esses anos de cobiça e enganação, tudo vai muito bem.

Em 2005, o Citigroup – que certamente foi objeto em ocasiões repetidas de resgates do governo – viu o luxo como uma oportunidade de crescimento. O banco distribuiu um folheto para investidores no qual os convidava a investirem seu dinheiro em algo chamado de índice de plutonomia, que identificava as ações das companhias que atendessem ao mercado de luxo.

Líderes religiosos, principalmente da comunidade de negros, cruzaram a ponte do Brooklyn no último domingo com lonas e tendas para entregá-las aos membros do movimento Ocupar Wall Street que estão acampados no coração econômico da cidade de Nova York.

O mundo está dividido em dois blocos: a plutocracia e o resto, resumiu. Estados Unidos, Grã Bretanha e Canadá são as plutocracias-chave: as economias impulsionadas pelo luxo.

Quanto aos não ricos, às vezes se lhe chamam de precariado: o proletariado que leva uma existência precária na periferia da sociedade. Essa periferia, no entando, converteu-se numa proporção substancial da população dos Estados Unidos e de outros países.

Assim, temos a plutocracia e o precariado: o 1% e os 99%, como se vê no movimento Ocupem. Não são cifras literais mas sim, é a imagem exata.

A mudança história na confiança popular no futuro é um reflexo de tendências que poderão ser irreversíveis. Os protestos do movimento Ocupem são a primeira reação popular importante que poderão mudar essa dinâmica.

Eu me detive nos assuntos internos. Mas há dois acontecimentos perigosos na arena internacional que ofuscam todos os demais.

Pela primeira vez na história há ameaças reais à sobrevivência da espécie humana. Desde 1945 temos armas nucleares e parece um milagre que tenhamos sobrevivido. Mas as políticas do governo Barack Obama estão fomentando uma escalada.

A outra ameaça, claro, é a catástrofe ambiental. Por fim, praticamente todos os países do mundo estão tomando medidas para fazer algo a respeito. Mas os Estados Unidos estão regredindo.

Um sistema de propaganda reconhecido abertamente pela comunidade empresarial declara que a mudança climática é um engano dos setores liberais. Por que teríamos de dar atenção a esses cientistas?

Se essa intransigência no país mais rico do mundo continuar, não poderemos evitar a catástrofe.

Deve fazer-se algo, de uma maneira disciplinada e sustentável. E logo. Não será fácil avançar. É inevitável que haja dificuldades e fracassos. Mas a menos que o processo estão ocorrendo aqui e em outras partes do país e de todo o mundo continue crescendo e se converta numa força importante da sociedade e da política, as possibilidades de um futuro decente são exíguas.

Não se pode lançar iniciativas significativas sem uma ampla e ativa base popular. É necessário sair por todo o país e fazer as pessoas entenderem do que se trata o movimento Ocupar Wall Street, o que cada um pode fazer e que consequências teria não fazer nada.

Organizar uma base assim implica educação e ativismo. Educar as pessoas não significa dizer em que acreditar; significa aprender dela e com ela.

Karl Marx disse: a tarefa não é somente entender o mundo, mas transformá-lo. Uma variante que convém ter em conta é que, se queremos com mais força mudar o mundo, vamos entendê-lo. Isso não significa escutar uma palestra ou ler um livro, embora essas coisas às vezes ajudem. Aprende-se a participar. Aprende-se com os demais. Aprende-se com as pessoas com quem se quer organizar. Todos temos de alcançar conhecimentos e experiências para formular e implementar ideias.

O aspecto mais digno de entusiasmo do movimento Ocupar Wall Street é a construção de vínculos que estão se formando em toda parte. Esses laços podem se manter e expandir, e o movimento poderá dedicar-se a campanhas destinadas a porem a sociedade numa trajetória mais humana.

(*) Este artigo é uma adaptação de uma fala de Noam Chomsky no acampamento Occupy Boston, na praça Dewey, em 22 de outubro. Ele falou numa atividade de uma série de Conferências em Memória de Howard Zinn, celebrada pela Universidade Livre do Ocupar Boston. Zinn foi historiador, ativista e autor de A People’s History of the United States.)

(**) Chomsky é professor emérito de Linguística e Filosofia do Instituto Tecnológico de Massachusetts, em Cambridge, Massachusetts. É o maior linguista do século e um dos últimos anarquistas sérios do planeta.

Tradução: Katarina Peixoto

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Revista Pensamento Crítico

A saga da revista Pensamento Crítico é uma parte fundamental da saga da Revolução Cubana. Che e Fidel Castro nunca se submeteram a esquemas mentais fechados e burocráticos como os manuais de marxismo soviético geraram. Submeter o pensamento científico e a criação literária e artística ao controle de instituições burocráticas não é um apanágio da revolução socialista. Pelo contrário, as instituições religiosas sobretudo (veja-se o índex da Igreja Católica como um exemplo paradigmático), desde os impérios antigos até os controles dos grupos econômicos sobre os meios de comunicação contemporâneos são uma prova disto. Contudo é algo que dói para os verdadeiros revolucionários que lutaram bravamente contra a tendência à burocratização que trazia embutida as formas de colaboração entre Cuba e a URSS . Este texto do grande intelectual cubano, Aurelio Alonso, nos conta uma parte essencial desta luta que ainda está aberta no processo cubano e nas lutas políticas e ideológicas latino-americanas. Gostaria de dar meu testemunho na história deste processo. Seja na luta contra o domínio de um pensamento burocrático e equivocado da maioria dos partidos comunistas que combatemos com a criação da Organização Revolucionária Marxista Política Operária, conhecida como POLOP, até o nosso trabalho intelectual publicado por Pensamento Crítico e nossa defesa intransigente de uma ciência social latino-americana que faz parte de uma luta histórica por nossa libertação e pela plena e independente inserção de nossos povos na história contemporânea. Leiam este texto com a certeza de que estão diante dos dilemas que se colocam no âmago mesmo de nossa emancipação.



Crítica y Revolución

http://laventana.casa.cult.cu/modules.php?name=News&file=article&sid=6466

Palabras de Aurelio Alonso en la presentación del libro de Fernando Martínez Heredia (compilador), La crítica en tiempo de revolución. Antología de textos de «Pensamiento Crítico», en La Habana, el 17 de octubre de 2011

por Aurelio Alonso

El volumen titulado La crítica en tiempo de Revolución. Antología de textos de «Pensamiento Crítico», que contiene, como su nombre lo indica, una selección de trabajos publicados en la revista fundada y dirigida por Fernando Martínez de 1967 a 1971, acaba de aparecer este año bajo el sello de la Editorial Oriente. Aquella revista mensual ―que tenemos que calificar, en justicia, de pensamiento revolucionario― circuló en el país y en la América Latina durante cinco años, hasta 1971, bajo la factura de un consejo en el cual también participamos, a lo largo de su existencia, José Bell Lara, que hoy nos acompaña aquí, Jesús Díaz, que nos abandonó, y el autor de estas líneas.

También, por etapas, figuran en el machón otros colegas como el sociólogo Ricardo Jorge Machado quien, con posterioridad al número 5, pasó a otras tareas; Thalía Fung formó parte de la lista inicial, pero renunció a continuar en la revista después del número 11; Mireya Crespo se incorporó a trabajar en los últimos diez números, y junto a su esfuerzo nos contaminó también de la perenne alegría que la acompañó hasta su muerte a finales de los 90, cuando podía dar aún mucho a la sociedad. Sería injusto no destacar que quienes acompañaron a Fernando más sistemáticamente en las arduas tareas, muchas de ellas invisibles ―que implica mantener una revista de pensamiento saliendo mensualmente―, fueron Bell Lara y Mireya.

Esta no va a ser una presentación convencional. Del libro en sí no tengo tanto que decir: Fernando ha realizado una formidable selección en la cual logra sintetizar ―“sintetizar” es aquí la palabra precisa― el significado de aquella empresa de difusión del pensamiento que alcanzó «cerca de doce mil páginas» en «más de seiscientos textos» según sus propios cálculos.

Nos advierte además de que lo seleccionado «reproduce apenas el 4% del total» de lo publicado en Pensamiento Crítico. En eso consiste uno de los méritos mayores del título que presentamos, en rescatar para la lectura de las generaciones más jóvenes una muestra eficiente, por la diversidad y el significado de los contenidos, de lo que fue aquella revista que duró un quinquenio, en un período crucial del proceso cubano de transformación revolucionaria.

Pensamiento Crítico no nació de la decisión de instancia política alguna, sino de la iniciativa de aquel «grupo de la calle K» del que habla el autor en el prólogo, y como parte de un momento en el quehacer intelectual: vivíamos el parto de la elaboración teórica en las tareas de una academia nueva para la experiencia nacional. Fue concebida y desarrollada como una revista de la revolución, por la revolución y para la revolución; no fue algo aislado, sino que nació vinculada una propuesta editorial que se basaba en la decisión de subordinar los derechos de autor a la socialización del conocimiento.

Se creó entonces la Edición Revolucionaria en el seno del mismo grupo del Departamento de Filosofía. De allí surgiría el Instituto Cubano del Libro. Por tal motivo, paralelamente a la revista Pensamiento Crítico tuvimos cierto protagonismo en la selección, y más allá de la selección, que hizo que se editaran algunas de las figuras más significativas del pensamiento, marxista y no marxista.

Nada relevante nos era ajeno, y así publicamos en Cuba por primera vez a Aristóteles, a Kant, a Rousseau, a Hegel, a Max Weber, entre otros clásicos. Y algunos de los principales autores del siglo XX, como Gramsci, Lukacs, a Sartre, Wright Mills, Herbert Marcuse, Luis Althusser. A la necesidad de contar con una buena Historia de la Filosofía, y con un buen Diccionario de Filosofía, para ponerlos al alcance de nuestros estudiantes, y no sólo de los docentes, optamos por Nicola Abagnano, por poner la calidad en primer plano. Procuramos atenernos siempre a un criterio de excelencia. Quedo corto, por supuesto, en esta relación. Todas esas realizaciones relevantes del pensamiento serían marginadas después de 1971. Algunos títulos en proceso de edición se hicieron pulpa.

Pero lo que ahora me interesa puntualizar es que los que formábamos aquel «grupo de la calle K» que cita Fernando (el «grupo» no significa decir todos los que pasaron por la calle K, sino los que dimos lugar a que alguien pensara que para borrar su recuerdo había que demoler incluso el inmueble) no solo somos culpables por Pensamiento Crítico. También lo somos por Gramsci, Lukacs, Althusser y los otros, por introducirlos al movimiento editorial que animó los primeros años del Instituto Cubano del Libro.

Pero no se acaban ahí las culpas: tal vez la más importante, suerte de pecado original o culpa seminal, me atrevería a decir, fue la de revolucionar el programa de la enseñanza de marxismo en la docencia universitaria. Y de pensar que además teníamos razón.

Después de varios años ―de 1963 a 1966― buscando una expresión más adecuada de entender y transmitir el formidable aporte del pensamiento de Marx y del legado marxista en la tradición del pensamiento revolucionario socialista, llegamos a la conclusión de que se hacía indispensable enfocar su estudio a partir de su historia y abandonar integralmente el cuerpo doctrinal resumido en los manuales. Es decir, el materialismo dialéctico e histórico estructurado en la tradición soviética. No se trataba, evidentemente, de un simple encuadre pedagógico, sino de cómo entender el pensamiento revolucionario.

Este cambio, incongruente con el cuerpo doctrinal del marxismo soviético ―en Moscú e igualmente en La Habana―, se convirtió para nosotros en un referente fundamental, y no tengo reparo alguno para afirmar hoy, a cuarenta años de disuelta la revista y el Departamento de Filosofía (hasta el exceso inusitado de la demolición), que aquel programa preserva su actualidad y merecería que nuestra enseñanza superior lo experimentara, sin prejuicios, a la vez críticamente, como debe hacerse con todo.

Sigo pensando, a los años, que teníamos razón, en el programa, en la empresa editorial y en la revista. Fernando estuvo al frente en todo ello, y de todo ello tiene tanta culpa como yo.

Se nos ocurrió la revista precisamente porque creímos descubrir que algo faltaba, y nos sentíamos portadores de un giro de comprensión del pensamiento y lo necesitábamos confrontar, difundir y someter a la crítica permanente. Después descubrimos que ya estaba descubierto y que de alguna manera, o de muchas, no se veía bien que se regara. Era para nosotros algo que no podía quedarse en el aula universitaria. Era algo que nuestra colaboración en la selección de autores y obras de ciencias sociales y filosofía tampoco podía abarcar en su totalidad. Vislumbramos la revista como una necesidad.

Insisto en la espontaneidad de la iniciativa del grupo. Aunque, por supuesto, para contar con los recursos de papel, capacidades de impresión, permiso de difusión, no hay que ocultar que Pensamiento Crítico disfrutó del respaldo de la dirección revolucionaria. Pienso que directamente del propio Fidel, quien había conocido a miembros de nuestro grupo, incidentalmente, cuando comenzábamos a violentar con preguntas los esquemas consagrados de la manualización soviética (las preguntas producen escalofríos en la pereza dogmática: ¡hasta los ejemplos dados por Carlos Marx para analizar la mercancía eran asumidos como insustituibles!).

Después de aquel encuentro, en 1965, Fidel visitó el departamento en varias ocasiones y una de esas visitas trajo la propuesta de editar los primeros libros. Pensamiento Crítico seguramente contó con su aquiescencia (la impresión en Cuba de quince mil ejemplares de una publicación no se decide a niveles intermedios), aunque sabíamos que la Embajada de la Unión Soviética revisaba cada número y transmitía sistemáticamente su disgusto con los autores, los contenidos y los temas. Nuestros dirigentes nos recomendaban publicarle algo a la academia soviética y recuerdo que leíamos, con el propósito de escoger, toneladas de artículos, supuestamente teóricos, que a diario nos enviaba la agencia Novosti. Tal vez estábamos ya demasiado prejuiciados con el dogma, pero no pudimos cumplimentar aquel consejo.

Vale recordar, como hace Fernando en su introducción, que era aquella una dedicación honoraria. Dependíamos de nuestro salario como profesores universitarios, cortado ya a la mitad por iniciativa nuestra, al considerar que el correspondiente a la categoría docente era demasiado elevado. Y nada cobramos ni aspiramos a cobrar por más nada. Ni pagábamos colaboraciones. Sin embargo nunca faltaron.

La revista tampoco implicaba para nosotros una intención de protagonismo. No la concebimos para publicarnos, sino para difundir lo mejor de lo que nos llegaba. En los primeros números estuvimos ausentes, salvo en los editoriales que daban cuenta del número y en reseñas u otras notas. Publicábamos más de otros autores cubanos que de nuestro mismo grupo. Siempre atendiendo a un criterio de rigor. Llegamos a dar a la luz números emblemáticos de madurez: el dedicado al Che con motivo de su muerte en combate, que tuvimos que repetir; el dedicado a la Revolución del Treinta; el dedicado al 68 francés; el dedicado a José Martí, buena parte del cual la ocupaba el ensayo de Ramón de Armas titulado “La revolución pospuesta”, que devino una pieza clave en los estudios martianos.

Pero el desastroso comportamiento de la economía cubana al término de la primera década, bajo el férreo bloqueo norteamericano y con una relación comercial muy convencional, aunque positiva, con el Este, coronado con el fracaso de la zafra de los diez millones, no dio otra alternativa que incorporarse al CAME (el «bloque soviético») en las condiciones preferenciales que se ofrecían. Y en el bloque soviético solo cabía un marxismo, marxismo que también contaba entre nosotros con más influencia que la aventura que el joven grupo de revolucionarios había iniciado en la Universidad de La Habana.

La continuidad del impulso que comenzó entonces, se interrumpió con una proscripción para la cual no encuentro un título preciso. Fue la primera revelación de lo que sobraba en la nueva forma de dependencia: sobraba la herejía de interpretar con cabeza propia los textos y las realidades, a menos que la cabeza propia llevara a coincidir con el molde soviético. Después, entre 1970 y 1971 aparecieron otros signos de censura y de pastoreo intelectual, de proscripciones y de castigos. De los cuales fallaron al cabo los que apuntaban a la imposición del realismo socialista, que la designación de Armando Hart como ministro de Cultura en 1976 impidió.

Recientemente he visto publicados varios artículos sobre las ciencias sociales en Cuba en estos cincuenta años que adolecen de la omisión lamentable de creer que se puede hacer historia de las ciencias sociales sin tomar en cuenta la ciencia social. Como si se tratara de una sarta de disciplinas aisladas y como si fuera posible registrar la historia por el inventario de las instituciones, comisiones, consejos, dispositivos burocráticos. Sin decir una sola palabra que aluda a proyectos, críticas, polémicas, y valore los cursos y las tendencias antes del ingreso de Cuba al CAME, con Cuba como miembro del CAME y después del derrumbe del sistema socialista del Este.

Cuánto de ciencia social puede identificarse en cada etapa de esta historia, cuánta censura y cuánto desencuentro se produjo entre la política y el pensamiento.

Esta antología no solo servirá para apreciar el contacto del pensamiento que se desarrollaba en Cuba con el panorama mundial y latinoamericano de los sesenta, sino para repensarnos críticamente, para defender el derecho a pensar con cabeza propia, para evitar que volvamos a caer en los mismos errores, para no permitir que nos banalicen la historia.

La Habana, 17 de octubre de 2011


Presentación del libro de Fernando Martínez (compilador), La crítica en tiempo de revolución. Antología de textos de «Pensamiento Crítico» (Editorial Oriente, Santiago de Cuba, 2011), en el Pabellón Cuba (La Habana), el 17 de octubre de 2011