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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Brasil precisa retomar soberania com Estado protagonista global

www.monitormercantil.com.br - 12/12/2008 - 19:12

No encerramento do seminário "Alternativas para o Brasil Enfrentar a Crise", promovido pelo MM em parceria com outras entidades, semana passada, houve consenso de que o Brasil precisa resgatar sua condição de nação soberana e que o Estado precisa assumir papel protagonista nas áreas de Relações Exteriores, Defesa e Economia para que o país retome a trajetória do desenvolvimento, desta feita enfatizando a inclusão social.

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Burguesia compradora

Por sua vez, o Coordenador da Cátedra e Rede Unesco/UNU de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (Reggen), economista Theotonio dos Santos, integrante do Conselho Editorial do MM, destacou ser fundamental para o país assumir sua condição de nação, "contra a elite econômico-intelectual, que ridiculariza nossa ambição de participar das decisões mundiais".

Para Santos, nossa classe dominante é do tipo "burguesia compradora", que faz o papel de intermediária entre os interesses internacionais e os da manutenção de seus privilégios:

"A função dessa elite é manter um sistema macroeconômico que impede a explosão do consumo", disse, lembrando que a China cresce perto de 10% há 30 anos sem perder o controle sobre a inflação: "O PIB chinês dobra a cada seis anos. Entre 2005 e 2006, o consumo rural subiu 8%, enquanto o urbano, 16% ao ano. E não houve inflação, porque o capital fixo (meios de produção) cresceu mais de 20%".

O coordenador do Reggen lembrou que, há 30 anos, os EUA prevêem uma grande inflação na China: "São três décadas de previsões fracassadas. Aqui, além de sermos inimigos da demanda, ainda a reprimimos com taxas de juros, que passaram a ser um componente do curto-circuito."

Defendendo o que chamou de "Consenso de Pequim", Santos sublinhou que, das dez maiores empresas do mundo, seis são chinesas, todas estatais.

Ele disse ainda que os países centrais passarão longo tempo com crescimento dependente do Estado e que, por ser detentora de liquidez, a China vai ampliar sua influência no mundo, inclusive a importância de sua moeda, o iuan: "Cada vez mais, os EUA perdem condições de financiar sua hegemonia."

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Rogério Lessa

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